Pronunciamento

Volnei Morastoni - 001ª SESSÃO EXTRAORDINÁRIA

Em 09/03/2004
O SR. DEPUTADO VOLNEI MORASTONI - Sr. Presidente, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, quero em primeiro lugar aproveitar a oportunidade para parabenizar Joinville.
Parabéns à cidade de Joinville, de aniversário hoje, pelos seus 153 anos, uma das cidades mais importantes do nosso Estado, a maior cidade do nosso Estado, também conhecida como a "Manchester Catarinense", pelo seu pungente pólo industrial.
Mas foi participando das atividades de Joinville, no calendário de suas festividades pelo aniversário no dia de ontem, e já anteontem, no domingo, que eu tive oportunidade de receber no aeroporto de Joinville, um companheiro do Partido dos Trabalhadores, Senador Carlos Wilson, que é Presidente da Infraero.
Estava acompanhado também do Deputado Federal Airton Soares, que é para nós do PT uma das referências históricas mais importantes, porque ele faz parte daquele punhado de cinco Deputados Federais do MDB, que em 1979 escolheram o PT como um caminho para a continuidade da sua caminhada política, dos seus mandatos.
O Deputado Federal Airton Soares é um desses símbolos do PT, da fundação do PT. E na memória, o filme que passou pela minha cabeça reproduziu os 24 anos do PT, desde a fundação, que também tive a oportunidade de participar desde o primeiro momento. Aliás, participo do PT já um ano antes, quando médico recém-formado, terminada a minha especialização em Pediatria, no Hospital das Clínicas de Curitiba.
Estava participando de um projeto de Medicina Social na Unicamp, em Campinas e na cidade próxima, Itapira, uma cidade governada pelo MDB, então, de plantadores cana, de cortadores de cana e de catadores de algodão, uma cidade de bóias-frias, como se chama. E ali também pude desenvolver um projeto de Medicina Social.
Mas era 1979, primeiro de maio, Lula comandava a grande greve do ABC paulista, em São Bernardo do Campo. E já em primeiro de maio é que eu tive a oportunidade de participar, ali em São Bernardo do Campo, dos comitês para a criação do PT, este movimento crescente que culminou, em 10 de fevereiro de 1980, com a fundação do Partido dos Trabalhadores.
E agora, ao participar das comemorações dos 153 anos de Joinville, ao ver Carlos Wilson - Presidente da Infraero, uma das pessoas que apresenta uma das mais legítimas e mais paladinas representações da transparência e da honestidade, da lisura, do trato das questões públicas - e Airton Soares, apenas reafirmei para mim este princípio de que o PT é um Partido que tem uma história - são 24 anos, são duas décadas e meia -, que escreveu importantes páginas da história do nosso Brasil. Seria impossível compreender o Brasil neste período, sem o Partido dos Trabalhadores.
E esta bandeira, a bandeira da ética, da política, do compromisso com a questão pública, com a coisa pública, é inabalável. Por mais que os adversários tentem conspurcar, ou tentar de todas as formas atingir, mas há um cerne que foi construído no dia-a-dia, eleição após eleição, e isso não se desmonta, isso não se desmancha como um castelo de areia, porque isso é um arcabouço sólido, um arcabouço de aço, que foi construído por princípios.
Quero complementar um pronunciamento que comecei na quinta-feira da semana passada, mas que infelizmente não foi possível completá-lo.
Quero dizer que nessas festividades da inauguração do novo terminal de passageiros do novo aeroporto de Joinville, o Governo do PT, do Presidente Lula e do Presidente Carlos Wilson, da Infraero, apresentaram um balanço do trabalho extraordinário que o Presidente Lula, através da Infraero, realiza em todo o Brasil, nos 65 aeroportos brasileiros. É um verdadeiro canteiro de obras em todo o Brasil.
A Infraero realiza um magnífico programa social, como por exemplo o aeroporto de Navegantes, da região da Foz do Rio Itajaí, que está sendo ampliado, renovado, inclusive já foi anunciada para o mês de julho a nova visita do Presidente da Infraero para a entrega definitiva da internacionalização, que já tem linhas aéreas em prontidão para, a partir de julho, ter vôos noturnos diários de Navegantes a Buenos Aires e cobrir de turistas toda a nossa região, tendo Santa Catarina como porta de entrada.
Isto é uma pequena página da história do Governo Lula, do Governo PT. Quero dizer que quando determinados Deputados se manifestam aqui tentando de uma forma muito incontida dizer que falta ao PT coerência com o seu passado, querendo dizer que a prática do PT se baseia nas mais sórdidas práticas políticas, é um absurdo.
Isso é querer se manifestar de uma forma totalmente descabida, que não tem razão de ser, querendo baixar o jogo. Mas as eleições de 2004 são importantes.
Vou começar pelo final, porque na verdade é a razão pela qual voltei a manifestar-me. Eu já disse na quinta-feira que são três as razões principais do caso Waldomiro, em que os adversários tentam fazer uma tempestade em copo d’água.
É uma merreca de um caso acontecido há dois anos; podia ser utilizada a qualquer momento no ano passado, mas nunca usaram, só usaram no momento em que bem lhes conviesse, que era exatamente no dia dos 24 anos do PT.
Já falei que a primeira causa é porque muitos adversários ainda não admitem a eleição de Lula, de um homem simples, comum, do povo, para a Presidência da República, que está dando um show, que está governando o Brasil com referência internacional.
A segunda causa é que achavam que o Governo Lula, que o Governo do PT, no primeiro ano seria um caos, com inflação, com aumento do dólar, com greves, com invasões, tornando-se um precipício para o Brasil. Ao contrário disso, o Brasil está mais controlado do que nunca, a economia está controlada, o torniquete pode ser afrouxado, tem gordura de sobra, tem condições para ir afrouxando na medida que o Governo Lula achar seguro, achar que tenha também a tranqüilidade, para que não engane o povo, porque não estamos na busca de nenhuma bolha de ilusão, de crescimento ilusório, mas de segurança.
Por isso, a tenacidade e a persistência em levar as políticas de uma forma muito firme.
Mas o terceiro item ao qual quero fazer referência foi quando o próprio PMDB, Deputado Ronaldo Benedet, decidiu entrar no Governo Lula. Nós sabemos das divisões que existem no PMDB, que não é uniforme em todo o Brasil. E foi muito importante essa entrada do PMDB no Governo Lula, pois já queria, quando candidato, a presença do PMDB no primeiro turno, o que não foi possível. No segundo turno já avançamos.
Santa Catarina foi um exemplo concreto. Lula foi um importante cabo eleitoral para Luiz Henrique da Silveira e este foi importante cabo eleitoral para eleger Lula. E a relação do Governo Estadual com o Governo Federal é de reciprocidade civilizada, ética e importante.
No Brasil, quando o PMDB entrou no Governo, as luzes vermelhas se acenderam mais ainda para os adversários políticos. E não foi apenas uma entrada no Governo, foi uma aliança, como as Lideranças do PT e do PMDB anunciaram, estratégica que passa para o futuro, não só para as eleições de 2004 como também para as de 2006.
Por detrás de toda essa ira, de toda essa raiva, de todas as manifestações, nós compreendemos a angústia dos adversários políticos que tentam enlamear o PT. Mas não conseguirão porque, com certeza...
(Discurso interrompido por término do horário regimental.)
(SEM REVISÃO DO ORADOR)