Pronunciamento

Valdir Cobalchini - 089ª SESSÃO ORDINÁRIA

Em 19/10/2010
O SR. DEPUTADO VALDIR COBALCHINI - Sr. presidente, sra. deputada e srs. deputados, quero iniciar lamentando, profundamente, a perda do deputado Lício Mauro da Silveira, não apenas pela sua condição de parlamentar, mas pelo homem que foi, sim, pela sua integridade e seriedade. Eu tive o privilégio de compartilhar com ele nos trabalhos da comissão de Educação, onde era assíduo, comparecendo a todas as reuniões, de forma sempre espontânea. Ele sempre foi um dos primeiros a chegar, bem como nas demais reuniões de comissão em que participei com ele.
Fiquei bastante abalado com a perda e quero aqui me associar aos seus pares de bancada, de partido, nos votos de pesar aos seus familiares. O seu convívio vai fazer, e já faz, muita falta nesta Assembléia, bem como a forma, deputado Silvio Dreveck, como ele se portava, o respeito que tinha para com todos os deputados e a seriedade com que tratava todos os assuntos. Ele fazia oposição, sim, mas uma oposição equilibrada, responsável. Ele já está deixando muitas saudades. É um espaço muito difícil de ser ocupado.
Quero também, deputado Antônio Aguiar, nosso líder, deputados da base do governo, comemorar a eleição de Raimundo Colombo já no primeiro turno. Sem dúvida alguma, pela forma como foi conduzida a campanha durante o horário político na televisão, as propostas levadas à comunidade catarinense foram amplamente aprovadas. Mas eu também quero dizer que o mérito da vitória vem já de algum tempo, pelo menos de oito anos atrás, desde quando o governador Luiz Henrique, eleito governador, encaminhou a esta Casa um projeto de reestruturação do Poder Executivo, criando as estruturas descentralizadas, as SDRs. Com certeza, a presença de cada uma das 36 SDRs foi muito importante, porque o estado teve mais capacidade para investir naquilo que a comunidade esperava, pois a comunidade participou da gestão, deputado Genésio Goulart, opinando. E a comunidade, muito mais do que opinar, decidiu quais obras deveriam ser realizadas em cada um dos 293 municípios.
Quando o conselho foi criado junto com as SDRs, composto por quatro integrantes em cada um dos municípios, portanto, suprapartidário - e a legislação determina que o prefeito seja membro nato, assim como o presidente da Câmara -, teve o intuito de garantir que as decisões fossem democráticas. Há ainda no conselho mais duas pessoas representando a sociedade civil organizada. Portanto, em cada conselho há pessoas destacadas pela comunidade. E esse êxito nos oito anos do governo, que se encerra agora no dia 31, certamente foi um fator determinante para que colhêssemos esse grande resultado.
Claro, existe também o fato de que se reeditou a tríplice aliança. O fato de termos três grandes partidos, PMDB, PSDB, Democratas, o fato de termos tido muitos candidatos, deputado Moacir Sopelsa, lógico que isso também influenciou. Mas se não tivéssemos nós nesse período realizado o trabalho que realizamos, se não tivesse o governador Luiz Henrique da Silveira, nosso líder, deputado Antônio Aguiar, atendido a todas as comunidades, a todos os municípios, com certeza ainda mesmo com a tríplice aliança não teríamos colhido o resultado que colhemos.
O Sr. Deputado Antônio Aguiar - V.Exa. me concede um aparte?
O SR. DEPUTADO VALDIR COBALCHINI - Quero ouvi-lo com muita alegria, deputado Antônio Aguiar.
O Sr. Deputado Antônio Aguiar - Eu gostaria de parabenizar v.exa. por falar sobre a vitória da proposta que a comunidade catarinense escolheu para ser implementada nos próximos quatro anos. E, sem dúvida nenhuma, o atendimento às pessoas é o caminho que Raimundo Colombo, juntamente com o vice-governador eleito, Eduardo Pinho Moreira, irá traçar nos próximos quatro anos de mandato. Eles irão fazer com que as pessoas estejam em primeiro lugar e que sejam verdadeiramente atendidas.
Eu acho que a proposta da área da saúde do governador Raimundo Colombo condiz plenamente com o seu slogan de campanha, "as pessoas em primeiro lugar". Espero que nesses quatro anos ele continue o trabalho bonito do ex-governador Luiz Henrique da Silveira e equipe, para que possamos fazer com que a sociedade catarinense seja ouvida e este Parlamento respalde as ações do governo, mas ao mesmo tempo fiscalize as ações, bem como o encaminhamento dos projetos.
Quero dizer ao deputado Valdir Cobalchini que este é o tema atual de Santa Catarina: a grande vitória de Raimundo Colombo e Eduardo Pinho Moreira no primeiro turno.
O SR. DEPUTADO VALDIR COBALCHINI - Muito obrigado ao nosso líder, deputado Antônio Aguiar.
Quero dizer, deputado, que o governador Luiz Henrique da Silveira foi o grande artífice para que não apenas fosse reeditada a tríplice aliança, mas a campanha da forma como se conduziu. Tanto que não tivemos nenhum problema na convivência com os partidos que já estavam conosco. Foi uma eleição absolutamente tranqüila, e o resultado não poderia ser diferente, porque a comunidade demonstrou, com o resultado da eleição, que está satisfeita com a forma como vem sendo desenvolvido o governo em nosso estado.
Quero congratular-me igualmente com os deputados reeleitos, com os novos deputados que vêm para esta Casa, com aqueles que não tiveram êxito, mas que participaram do processo e certamente enriqueceram a dinâmica eleitoral, com os que já contribuíram, e muito, nesta Casa, nos debates, nos projetos que apresentaram nas comissões. E certamente que a Casa vai sentir falta daqueles que não retornam no próximo ano.
Quero ainda dizer que muito embora tenhamos avançado bastante com o processo de descentralização, levando o governo para perto das pessoas, fazendo com que a comunidade decida quais são as obras que devem ser realizadas, ainda precisamos aprimorar esse processo. E uma das áreas, deputado Antônio Aguiar, que precisam ser ainda melhoradas é, sim, a da saúde. Esse foi um fator que, acredito eu, também deva ter influenciado o eleitor no momento do seu voto, proposta do nosso governador eleito, futuro governador Raimundo Colombo. Ele quer fazer com que num raio de no máximo 150km, de 100 a 150km, todos os casos tenham resolutividade, ou seja, que as pessoas possam ser atendidas no âmbito da sua região.
Certamente que essa proposta inovadora, essa iniciativa ousada, fará com que nós tenhamos uma revolução no atendimento à saúde. É verdade que muita coisa foi feita, sim, é verdade, mas, por exemplo, a construção de um hospital regional no extremo oeste de Santa Catarina, em São Miguel d'Oeste, certamente que vai melhorar e muito o atendimento naquela região, assim como os equipamentos que foram adquiridos e colocados em vários estabelecimentos hospitalares. E cito também o caso de Canoinhas e de Porto União.
O Sr. Deputado Serafim Venzon - V.Exa. me concede um aparte?
O SR. DEPUTADO VALDIR COBALCHINI - Pois não, deputado Venzon.
O Sr. Deputado Serafim Venzon - Sr. deputado Valdir Cobalchini, saúdo v.exa., saúdo o governador. Tenho acompanhado inúmeras declarações por parte dele, a preocupação que ele tem com relação à saúde, à educação, à segurança, temas tão importantes.
Eu tenho percebido que nesse tempo em que sou médico, 29 anos, nunca vi a saúde estar tão organizada quanto agora. E na medida em que organizam o atendimento médico, devemos tomar cuidado, porque pode estar excluindo as pessoas. Inclusive, ouvi uma declaração do próprio governador sobre uma paciente com câncer de mama.
A característica deste governo com relação ao SUS é justamente a organização, ele está tão organizado que foi dito a essa paciente que daqui a dois anos, aproximadamente, ela seria chamada para operar o câncer de mama que ela tem agora. Ou seja, ela vai ficar tranquila, dormindo em casa, esperando ser operada daqui a dois anos, achando que o seu câncer irá ficar estacionado. Certamente, em dois anos, seríamos chamados para o seu funeral.
Então a regionalização, a gestão municipal - hoje temos 25 gestões autônomas no estado e não uma só, e teria que ser uma, no meu entender -, prejudicaram o atendimento à população.
Nós, lá em Brusque, não sabemos, deputado Dagomar Carneiro, onde fica o limite entre Guabiruba e Brusque. Nós não sabemos onde é o limite entre Botuverá e Brusque, entre Brusque e Nova Trento! O povo não sabe onde é o limite, onde é Nova Trento e onde é Brusque. Mas o SUS sabe. O SUS sabe! E é uma forma de exclusão.
O paciente de Botuverá tem que pedir, de joelhos, para ser atendido em Brusque; paciente de Guabiruba, como disse, não sabemos onde é o limite, nem de joelhos consegue ser atendido em Brusque; pacientes de Gaspar, onde há um hospital moderno, já inaugurado duas vezes, que eu me lembre, pelo governador Luiz Henrique, são operados em São João Batista ou em Nova Trento, com todo respeito, pois sei que lá temos médicos de grande dedicação, mas por que não são operados em Blumenau? Por que não são operados em Gaspar, onde o hospital é melhor?
Então, queremos somente, deputado Valdir Cobalchini, desde já dar um aviso ao governador: criar 36 grandes regiões de hospitais pode ser uma grande forma de exclusão. Hoje, o paciente muda de lugar, falsifica alguma coisa e é capaz de ser atendido, se resolver utilizar-se de alguma mentira.
Então, dependendo de como se organiza a saúde, é capaz de organizar tão bem que chega a ficar pior. O atual governo organizou o SUS de tal maneira que hoje, deputado, 26% de todas as reclamações referem a essa área.
Desculpe-me, deputado, e muito obrigado pelo aparte.
O SR. DEPUTADO VALDIR COBALCHINI - Apenas para concluir, presidente, quero agradecer aos eleitores que de forma muito generosa nos reconduziram a esta Casa certamente porque as bandeiras que defendemos na eleição também influenciaram na decisão. Acredito que mais 62 mil pessoas nos escolheram pela saúde, a construção de um hospital regional na cidade de Caçador e também a presença da Udesc em nossa cidade, pois foram ações que defendemos.
Então, agradeço ao povo catarinense, principalmente ao povo da nossa região, que permitiu que estejamos aqui por mais quatro anos, e certamente vamos trabalhar sempre mais no sentido de honrar cada um dos votos que fizemos.
Muito obrigado!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)