Pronunciamento

Valdir Cobalchini - 052ª SESSÃO ORDINÁRIA

Em 03/07/2008
O SR. DEPUTADO VALDIR COBALCHINI - Muito obrigado, deputado Peninha.
É um orgulho estar aqui na Assembléia Legislativa e tê-lo, neste momento, como presidente. Também o conheço há muitos anos e a sua estada aqui, durante vários mandatos, é fruto do trabalho que começou como prefeito de Ituporanga, depois como presidente da Epagri e mandato após mandato tem aumentado o seu número de votos. Mas é porque o seu trabalho está sendo aprovado pela comunidade, não só da região do alto vale, como de todo o estado.
Mas, sr. presidente e srs. deputados, eu, nos últimos cinco anos e meio, estive no comando da secretaria Regional em Caçador e nesse período a Oposição ao governo Luiz Henrique ficou completamente esvaziada, ao ponto de na eleição a média, deputado Carlão, de votos obtidos pelo governador Luiz Henrique ficar em torno de 65%.
Ele operou uma verdadeira transformação em obras, espalhando-as em todos os municípios, independentemente do partido a que pertencesse o prefeito municipal. E chegando aqui à Casa, na Assembléia Legislativa, constato que realmente é difícil a vida de oposição, especialmente tendo à frente um governador como o governador Luiz Henrique que, sem dúvida alguma, no segundo mandato, ainda tendo mais dois anos e meio pela frente, já se constitui no maior governador de todos os tempos em Santa Catarina.
Vejo agora, nos últimos dias, que a Oposição encontrou como se fosse uma tábua de salvação, através das ações da revista Metrópole. O inquérito policial já foi concluído, sendo encaminhando ao Ministério Público, que já fez a denúncia, levando-a para a Justiça, constituindo-se agora num processo que certamente chegará ao final, onde se comprovará a extorsão, que já é a acusação formulada pelo Ministério Público.
Se a revista entende que há algum crédito em relação ao governo, por que não busca a execução, por que não busca a cobrança judicial? É muito estranho que se queira transformar este episódio numa ação que busque tirar do foco tudo o que este governo tem feito.
Eu mesmo, deputado Carlão, fui vítima. Recebi a visita do cidadão dizendo-se representante da revista, o qual me propunha que eu sugerisse empresas na nossa cidade, na região de porte, para que pudesse mostrar o potencial econômico da nossa região. E se o fez comigo, fez também em várias outras regiões. E de pronto eu listei, sim, empresas na nossa cidade, na nossa região, que eu entendia que pudessem merecer destaque na sua revista.
Em nenhum momento existiu dinheiro público, em nenhum momento insinuei, como secretário regional, que daria a ele um tratamento privilegiado por ser um órgão de imprensa, até porque, com todo respeito à revista Metrópole, quem sabe dez edições tenham circulado pela nossa cidade, ela não convenceu absolutamente nenhum eleitor a votar no governador Luiz Henrique da Silveira em função dessa ou daquela matéria. Está sendo dada uma dimensão muito maior do que é a realidade.
O Sr. Deputado Carlos Hoegen - V.Exa. me concede um aparte?
O SR. DEPUTADO VALDIR COBALCHINI - Pois não!
O Sr. Deputado Carlos Hoegen - V.Exa. faz com conhecimento de causa, pois esteve no governo, um depoimento muito claro a respeito do assunto.
O que eu começo a pensar, deputado Valdir Cobalchini, é como alguém se propõe a fazer um negócio com o custo de R$ 1,4 milhão sem nenhum documento, sem nenhum papel assinado, sem um contrato, sabendo que para fazer uma ação no poder público há necessidade de licitação e há necessidade de cumprir a Lei n. 8.666. Portanto, nós começamos a duvidar.
Eu já começo a pensar, deputado Adherbal Deba Cabral, que antevendo o sonoro "não" que as urnas iriam posteriormente confirmar, pudesse haver ali dedo, inclusive, da Oposição, montando aquilo que poderiam ser as provas para solidificar uma possível ação na Justiça para tentar reverter o mandato que o povo outorgara a Luiz Henrique da Silveira.
Começo a entender, haja vista a concatenação das idéias da Oposição, que me parece ser algo arquitetado que começou a nascer já com uma idéia. As pesquisas mostravam que aquele grupo não voltaria ao poder com tanta facilidade e a sede, a ganância, a vontade de mandar de forma personalista no estado por certo faria com que houvesse a necessidade de construir algo diferente da democracia, e aí os vemos com tanta vontade, com tanta ansiedade, com tanta freqüência a exaltar um crime chamando-o de publicação.
O deputado mesmo citou... Essa revista, alguém conhecia antes? Não entendo como alguém pode dar tanto valor a um fato que... Mas é natural, deputado Valdir Cobalchini, que a Oposição agora queira solidificar aquilo que ela construiu como prova para um processo que a Justiça está discutindo.
Mas, v.exa. colocou com muita propriedade: o caso está, deputado Adherbal Deba Cabral, onde merece estar, na Polícia, na Justiça, no Ministério Público, e por certo teremos um veredicto final que vai confirmar o não envolvimento do governador e das principais personalidades que estão sendo citadas.
O SR. DEPUTADO VALDIR COBALCHINI - Obrigado deputado Carlos Hoegen, eu diria que além de ter sido arquitetado ele foi premeditado. Vejam que ele teve o cuidado de gravar todas as conversas usando pessoas de boa-fé, como foi o meu caso há três anos.
O Sr. Deputado Adherbal Deba Cabral - V.Exa. me concede um aparte?
O SR. DEPUTADO VALDIR COBALCHINI - Pois não!
O Sr. Deputado Adherbal Deba Cabral - Nobre deputado Valdir Cobalchini, realmente hoje esta Casa está sendo alvo dessa discussão no caso do livro do jornalista Nei Silva, que também é o proprietário da revista Metrópole.
Naquela mesma oportunidade, deputado Valdir Cobalchini, nós exercemos em Itajaí o cargo de diretor-geral da secretaria de Desenvolvimento Regional e o jornalista teve a oportunidade, também à época, de procurar o nosso secretário, que hoje exerce a função de vereador em Balneário Camboriú, para que também pudesse ajudá-lo em empresas. O nosso secretário Regional não aceitou aquela condição, até porque a nossa função na secretaria de Desenvolvimento Regional, claro, é descentralizar os serviços do governo do estado...
(Discurso interrompido pelo término do horário regimental.)
O SR. PRESIDENTE (Deputado Rogério Mendonça) - V.Exa. dispõe de mais 30 segundos para concluir seu pronunciamento.
O Sr. Deputado Adherbal Deba Cabral - Então eu acredito que o caso está no judiciário. Compete à Justiça realmente levantar esses fatos. Tivemos pessoas de boa-fé, como foi o caso do nobre deputado que realmente atendeu a revista, porque tinha conhecimento e conhecia toda a região.
Eu acho que realmente está se levando para um plano político, nós sabemos que o nosso governador é um homem sério. Nesses quase 40 anos de vida pública que o nosso governo...
(Discurso interrompido pelo término do horário regimental.)
(SEM REVISÃO DO ORADOR)