Pronunciamento

Silvio Dreveck - 039ª SESSÃO ORDINÁRIA

Em 21/05/2008
O SR. DEPUTADO SILVIO DREVECK - Sr. presidente e srs. deputados, na sessão de ontem tivemos aqui várias manifestações de elogio ao governo, porque com relação a algumas realizações temos que reconhecer, como é o caso da pavimentação dos acessos aos municípios, a administração estadual tem-se saído bem. Isso é importante, necessário e eleva a qualidade de vida da população, dota os municípios de mais potencial de desenvolvimento. Devemos lembrar também que esses recursos foram contratados, lá em 2002, ainda pelo governo Esperidião Amin, mas temos que reconhecer que o atual governo deu seqüência a esse projeto tão importante para os municípios e para Santa Catarina.
Por outro lado, volto a questionar a situação de Santa Catarina no que diz respeito a investimentos, que são necessários na pavimentação, no sistema viário, mas também são indispensáveis na educação, na saúde, na assistência social e na habitação.
Ontem, fizemos aqui uma breve manifestação a respeito de uma escola de Canoinhas, em que os alunos tiveram um dia de aula na rua. A reforma daquela escola foi iniciada em 2005, ainda não foi concluída e no desespero - porque não há mais paciência dos pais, dos alunos e dos professores de ouvir promessas, propaganda e na prática não se concluir uma obra tão importante na área da educação -, houve a mobilização dos professores, alunos e pais e, em forma de protesto, realizaram um dia de aula na rua.
Como tenho evidenciado nesta Casa, as secretarias Regionais, nesse modelo de descentralização, não deram e não estão dando, certo, porque privilegiam os cargos na engenharia político-partidária e não em investimentos na educação, na saúde, no sistema viário, na habitação e assim por diante. Prova disso é que lá em Canoinhas os colaboradores da secretaria Regional, imediatamente após uma manifestação através do meio de comunicação, foram a essa escola e, de forma muito agressiva, verbalmente, ameaçaram os professores e os colaboradores daquela escola.
Então, repito, esse modelo de descentralização, de engenharia político-partidária não funciona. Lá na minha região, em São Bento do Sul, em Campo Alegre e em Rio Negrinho, temos um trecho da rodovia SC-301, que faz a ligação de São Bento do Sul e de Campo Alegre ao estado do Paraná, no município de Piên, que é vital para a economia, não só para São Bento do Sul, de Rio Negrinho e de Campo Alegre, mas também de Jaraguá do Sul e de Joinville, porque faz a ligação com o estado do Paraná, mais precisamente com Curitiba. Naquele trecho há tanto um intenso tráfego de veículos pesados, quanto de veículos leves, porque além da economia que se transporta nesta rodovia, há também um fluxo de veículos de turistas, de pessoas de negócios que vêm de São Paulo e de Curitiba e que passam por aquele trecho da SC-301, São Bento do Sul, Fragosa, divisa com o Paraná.
Não é possível que ali ao lado, no município de Mafra, na secretaria Regional, que tem aproximadamente 14 funcionários, um desses colaboradores não possa sair um dia da secretaria e passar naquele trecho para constatar a falta de sinalização completa. Provavelmente eles não vão, porque se forem à noite, com neblina, vão ter que levar mais um funcionário com uma lanterna de pilha na frente do carro para poder orientar-se e não correr risco de acidentar-se.
Ora, quando falei esses dias que o dinheiro está com dificuldade de subir a serra Dona Francisca, foi uma constatação verdadeira, porque não é possível que não haja dinheiro para comprar algumas latas de tinta e fazer, pelo menos, a sinalização horizontal, se não dá para fazer a vertical. É impossível! E a insegurança é total! É impossível transitar sem correr risco, tanto o usuário do veículo quanto o pedestre, o ciclista, porque o movimento lá é intenso.
Que não dê para fazer a recuperação da pavimentação, deputado Altair Silva, até nós entendemos, porque o governo tem priorizado outras coisas; tem priorizado filmes, além de outras atividades que são prioritárias para o governo, como os próprios cabides de emprego. Mas não é possível que não se economize um pouco para dar o mínimo de segurança a uma rodovia, a um trecho de uma rodovia tão importante como aquela que nós transitamos e que tantas outras pessoas transitam correndo risco de vida.
Muito obrigado!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)