Pronunciamento

Silvio Dreveck - 033ª SESSÃO ORDINÁRIA

Em 10/04/2014
O SR. DEPUTADO SILVIO DREVECK - Sr. presidente, srs. deputados, o assunto que me traz à tribuna, hoje, é uma sessão solene em homenagem ao Hospital e Maternidade Sagrada Família, em São Bento do Sul, e por coincidência o nosso colega, deputado Antônio Aguiar, também estará presente.
Quero ressaltar aqui, deputados, os 60 anos de trabalho dessa valorosa entidade, dessa valorosa instituição, que iniciou na verdade a saúde em São Bento do Sul, com algum trabalho, já na época de 1923. Mas em 1954 foi institucionalizado oficialmente o Hospital e Maternidade Sagrada Família, administrado pelas irmãs da Divina Providência e que está há 60 anos administrando aquele hospital, que atende além de São Bento do Sul em alguns serviços, em algumas atividades, também os municípios de Campo Alegre, Rio Negrinho, Corupá e até o sul do Paraná.
Quero relatar que tive uma participação, deputado Antônio Aguiar, muito efetiva naquele hospital. Conheci aquele hospital com sete anos de idade, em 1960, quando acompanhei meu pai lá do interior quando, à época, o meio de condução para nós era a carroça com tração animal. Em São Bento do Sul ainda não existiam ruas pavimentadas, apenas alguns trechos com paralelepípedos, a grande maioria era estrada de chão.
E aquele hospital, desde aquela época, é uma referência em muitos serviços e equipamentos. Depois, na sequência, tive a oportunidade de 1993 a 1996 ser o secretário da Saúde do município e conhecer a atividade no seu dia a dia do hospital juntamente com o corpo clínico, servidores e, ao mesmo tempo, saber o quanto é importante uma instituição de saúde para uma comunidade.
Por conta disso, em 1996 ainda como secretário, liderei um movimento de implantar a unidade de terapia intensiva em São Bento do Sul, ou seja, UTI, que até então não existia. E como secretário, muitas vezes ligava às 2h ou 3h horas para o hospital de Joinville, Jaraguá do Sul, Curitiba, Blumenau porque lá em São Bento do Sul não tínhamos UTI. E foi quando me convenci de que o poder público também teria que participar nessa construção e implantação.
E de fato tivemos uma colaboração do governo federal à época, mas mais que isso, quero destacar a grande colaboração que tivemos da própria comunidade, das pessoas físicas, das empresas que ajudaram muito, do próprio hospital, que teve um interesse muito grande e, para nossa felicidade, iniciamos esse trabalho em conjunto e quando foi no ano de 2002 inauguramos essa Unidade de Terapia Intensiva, mais precisamente, no dia 7 de setembro de 2002 iniciou-se então o atendimento aos pacientes, não apenas de São Bento do Sul, repito, mas também da região. Isso além de recuperar muitos pacientes, de salvar muitas vidas até hoje, esses equipamentos são muito utilizados e com isso outros equipamentos se implantaram como tomografia computadorizada, ressonância magnética, entre outros serviços que agregaram ao hospital e que são utilizados em benefício da população da nossa região, mais especificamente, como referência, a São Bento do Sul.
Obviamente, hoje o hospital conta com mais de 55 médicos no corpo clínico, com mais de 200 colaboradores e servidores, que vem fazendo um trabalho extraordinário. Levando-se em consideração que a Saúde aqui é muito debatida, gostaria de frisar que o grande problema dos hospitais hoje não é a compra de equipamentos nem a construção de prédios, mas a manutenção, ou seja, as despesas de custeio. E volto a dizer, mais uma vez, que o está acontecendo hoje nos hospitais é por conta do não reajuste na tabela SUS. Podemos discordar em muitas coisas, mas essa é a grande realidade, porque muitas vezes até conseguimos recursos para investimentos, diga-se de passagem, do governo do estado, que tem colaborado no custeio, mas o grande problema é essa tabela SUS. E quem é profissional da área sabe muito bem que desde 1998 ela não foi atualizada. Hoje isso representa 170% de defasagem nos serviços. Seja na consulta médica, nos exames, no atendimento ambulatorial, nas diárias, no procedimento cirúrgico, nas cirurgias, enfim, no conjunto todo.
Os hospitais, na verdade, são verdadeiros heróis. E aqueles que administram hospitais no Brasil como um todo não há porque não terem essa percepção de que um dos grandes problemas é essa atualização da tabela SUS. E por conta disso que estamos hoje lá em São Bento do Sul fazendo esse reconhecimento ao nosso Hospital e Maternidade Sagrada Família.
O Sr. Deputado Serafim Venzon - V.Exa. me concede um aparte?
O SR. DEPUTADO SILVIO DREVECK - Pois não!
O Sr. Deputado Serafim Venzon - Deputado Silvio Dreveck, faz muito bem v.exa., em nome da Assembleia Legislativa prestar homenagem ao Hospital Sagrada Família que ele como os 170, 180 hospitais de Santa Catarina, chamados hospitais filantrópicos, fazem um esforço todos os dias com a colaboração da diretoria das irmãzinhas, uma direção que não cobra praticamente os honorários dos seus trabalhos, e que tem a colaboração da sua comunidade como um todo. E inclusive a colaboração do corpo clínico, do corpo funcional que trabalha por preços relativamente pequenos, bem menores do que se paga em hospitais públicos do estado, justamente considerando a arrecadação do hospital que é pequena. E a causa principal disso é um problema de gestão do SUS, que ainda não compreendeu que com 4,30% do Orçamento, quando deveria ser 10% dos investimentos na área da Saúde não estamos aplicando nem a metade do que deveríamos. A gestão plena existe em 25 cidades de Santa Catarina, como lá em São Bento do Sul, assim como é gestão plena em Brusque, com o prefeito Paulo Eccel, que transformou as prefeituras em algozes da sociedade justamente fazendo restrição no seu atendimento.
V.Exa. está de parabéns!
O SR. DEPUTADO SILVIO DREVECK - Muito obrigado, deputado Serafim Venzon, incorporo a sua manifestação ao meu pronunciamento.
Volto a ressaltar que hoje às 19h30 estaremos homenageando o Hospital e Maternidade Sagrada Família do município, em São Bento do Sul.
Muito obrigado!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)