Pronunciamento

Silvio Dreveck - 044ª SESSÃO ORDINÁRIA

Em 25/05/2011
O SR. DEPUTADO SILVIO DREVECK - Obrigado, sr. presidente!
Srs. deputados, sras. deputadas, deputado Nilson Gonçalves, que preside esta sessão neste momento, já tivemos, no dia de hoje, desta tribuna várias manifestações sobre vários assuntos. Mas o assunto em evidência está por conta da greve dos professores, por conta da insatisfação com a medida provisória.
Assim, não posso deixar de pelo menos registrar o que alertava desde 2008, quando foi criada a lei do piso. O que está ocorrendo agora começou lá em 2008, deputado Kennedy Nunes - v.exa. que estava aqui e várias vezes também manifestou a sua preocupação, como eu manifestei, como os deputados Reno Caramori, Joares Ponticelli, Valmir Comin e Lício Mauro da Silveira, de saudosa memória -, no momento em que a lei do piso nacional de salário do Magistério entrou em vigor. O que aconteceu, e não podemos neste momento omitir, é que na época o governador Luiz Henrique não concordou em pagar e entrou na Justiça com uma Adin.
Pois bem, agora houve a sentença final reconhecendo a constitucionalidade da lei e independentemente de quem é o governador - poderia ser Ideli Salvatti ou Angela Amin - trata-se de um compromisso de estado. Não é verdade, deputados Jorge Teixeira e Ciro Roza, que regressa a esta Casa e que certamente dará uma grande contribuição por sua experiência como prefeito?! O governador que assumiu não é o responsável pela Adin, mas representa o estado e cabe-lhe pagar o que a lei determina. Não há o que discutir quando há uma sentença. Assim, temos que separar um pouco as coisas: o piso não se questiona mais, ele tem que ser pago, tanto é que adentrou a esta Casa uma medida provisória destinada a respaldar o pagamento, posto que não seria justo que os professores ficassem esperando ainda mais tempo.
A outra questão refere-se aos professores que já estão em atividade há mais tempo, que têm mais tempo de serviço, que têm graduação, pós-graduação e doutorado, cuja tabela de vencimentos, na verdade, ficou praticamente sem alteração tanto vertical quanto horizontal.
Nesse aspecto, deputado Reno Caramori, penso que o governo tem que dialogar porque a melhor solução é o diálogo; o governo tem que fazer uma proposta, receber uma contraproposta, pois já que não pode pagar de imediato, ofereça um escalonamento. Agora, o que não pode ocorrer é a ruptura do diálogo!
Não tive a oportunidade de me manifestar quando os professores estiveram aqui, mas quero dizer que a nossa bancada é favorável ao diálogo e dele vai participar até chegarmos a uma negociação. Inclusive, o deputado Jean Kuhlmann, vice-líder do governo, já se manifestou e colocou-se à disposição.
Agora, não é justo não criar a possibilidade do diálogo para negociar, para fazer uma proposta a esses professores que há anos esperam um retorno do estado, senão ficarão desmotivados, continuarão em greve, que não é boa para ninguém, principalmente para os estudantes. Sei que em muitas cidades há a participação de crianças no movimento, mas não vejo isso como saudável. Então, o quanto antes houver o diálogo, a negociação, melhor para todos, principalmente para os estudantes de Santa Catarina.
O Sr. Deputado Reno Caramori - V.Exa. me permite um aparte?
O SR. DEPUTADO SILVIO DREVECK - Pois não!
O Sr. Deputado Reno Caramori - Deputado, as coisas estão bem claras, ou seja, esta Casa tem a grande responsabilidade de cumprir com a sua função parlamentar.
Quando o então governador Luiz Henrique da Silveira entrou com uma Adin contra a lei federal do piso salarial, comentamos, nas nossas reuniões de terça-feira, que seria muito prejudicial ao estado, não ao governo de então, não cumprir a lei. Mesmo assim ele tentou ganhar tempo, deixando os professores a esperar. Essa é a realidade.
A Justiça é morosa, como sabemos, em todos os sentidos. Houve esse processo todo, o tempo foi passando e agora a Justiça reconheceu a constitucionalidade da lei. Então, a lei está valendo e tem que ser cumprida. Lei é lei! Mas o ex-governador Luiz Henrique não cumpriu a lei, ingressou com uma Adin, mesmo sabendo que ao final o estado teria que pagar. A mesma coisa ocorreu com a criação da Invesc e com os precatórios, no governo Paulo Afonso.
Tenha certeza, deputado, que a sua preocupação é a nossa preocupação. E quero crer que o governador Raimundo Colombo haverá de achar uma solução pacífica para que os professores não sejam prejudicados e para que o estado encontre uma maneira legal de cumprir a legislação.
O SR. DEPUTADO SILVIO DREVECK - Muito obrigado, deputado. V.Exa. lembrou muito bem que há coisas que transcendem aos governos, que transcendem às pessoas, pois são um compromisso do estado. E quando há responsabilidade do estado, vale tanto para pagamento, quanto para recebimento.
Já debatemos projetos importantes para Santa Catarina. Já houve manifestações a respeito de matérias sobre as quais alguns parlamentares não queriam permitir a votação, uma vez que era interessante politicamente protelar a deliberação. Lembro muito bem de um projeto que tratava de financiamento de longo prazo, que é bom para quem contrai, já que atende às reivindicações da população, mas é muito complicado para quem tem que continuar a pagar por muito tempo. Porém, compromisso do estado tem que ser cumprido, independentemente de quem seja o governo de plantão.
Vamos, portanto, encontrar um denominador comum e atender aos professores, dentro de uma forma escalonada e de acordo com as possibilidades do Orçamento do estado.
Muito obrigado!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)