Pronunciamento

Silvio Dreveck - 081ª SESSÃO ORDINÁRIA

Em 06/08/2014
O SR. DEPUTADO SILVIO DREVECK - Sr. presidente, srs. deputados e sras. deputadas, gostaria de dizer que o programa Mais Médicos é importante, mas não podemos esquecer que o governo federal, nos últimos 12 anos, não fez sequer um reajuste na tabela SUS. Não adianta colocar posto de saúde, equipamentos e hospitais e não ter remédios exames, cirurgias e procedimentos que atendam à população.
Não podemos omitir a falta de repasse de recursos do governo federal para os hospitais brasileiros, e estão incluídos os catarinenses. Digo isso porque conheço os fatos, fiz esse levantamento. O governo federal deve 170% de inflação na reposição da tabela SUS. A tabela SUS é relativa aos pagamentos das consultas médicas, dos procedimentos cirúrgicos, dos internamentos e de outras atividades da saúde. É por isso que os municípios brasileiros estão indo à falência.
Os municípios estão colocando 25% a 30% do seu Orçamento para a Saúde porque o governo federal não corrige a tabela SUS. É no município que a população procura os serviços de saúde. Não podemos esquecer que é muito fácil fazer o discurso de que se está distribuindo equipamentos e recursos para postos de saúde, mas não se está colocando o dinheiro do custeio do dia a dia. Não sou contra mais médicos, mas vamos fazer justiça a quem está pagando esse custo alto, que são os municípios e o estado. E o governo federal tem ficado omisso nessa questão.
O Brasil precisa de recursos para a saúde, à educação, à melhoria do sistema viário, dos aeroportos.
É lamentável a situação do nosso aeroporto de Florianópolis, que está com promessas de anos e anos. Dizem que não tem dinheiro. Mas como não tem dinheiro se tem dinheiro para fazer um aeroporto em Cuba?
Está aqui, não sou eu que estou dizendo, é a revista Exame:
(Passa a ler.)
"Governo do PT investe 15 vezes mais nos aeroportos de Cuba do que no sistema portuário brasileiro".
Agora, por último, foi um aeroporto, que está na coluna do Diário Catarinense de domingo, na coluna de algum comentarista político.
Ora, o Brasil precisando de dinheiro para fazer investimentos para diminuir esse custo Brasil, que é incompatível com a produção brasileira da indústria, do comércio, mas, principalmente, da indústria do agronegócio brasileiro, que soma o escoamento da produção de soja e que está comprometendo R$ 55 milhões de prejuízos, de perdas, por rodovias que são de péssima qualidade, por espera nos portos, porque não tem agilidade, não tem serenidade. Agora, vamos construir, com dinheiro brasileiro, um porto, agora, mais ainda um aeroporto lá em Cuba? Não sei o que o Brasil compra de Cuba? O Brasil tomou uma direção mais ideológica do que de preocupação, no sentido macroeconômico de ser parceiro de países da comunidade européia, dos Estados Unidos, e está colocando dinheiro do povo brasileiro nesses países. Lamento ter que dizer isso, mas como disse, não é apenas a minha fala, é uma constatação que está aqui publicada por várias revistas, e eu não poderia deixar de fazer esse relato depois dessas manifestações que tivemos, neste plenário, hoje. Não quero fazer disso um palanque político, porque não faço isso, mas essa é a minha constatação, há muito tempo, do custo Brasil, como venho falando da saúde onde encontramos esse gargalo.
O Sr. Deputado Neodi Saretta - V.Exa. me permite um aparte?
O SR. DEPUTADO SILVIO DREVECK - Pois não!
O Sr. Deputado Neodi Saretta - Deputado, apenas para restabelecer a linha dos fatos. O recurso a que v.exa. se refere é o recurso de financiamento para empresas brasileiras que estão executando obras lá. É como financiar exportação. São recursos financiados, emprestados, portanto, não é recurso que iriam para a educação e saúde. São empréstimos a empresas brasileiras que estão fazendo essas obras.
O SR. DEPUTADO SILVIO DREVECK - Obrigado, deputado, mas continuo acreditando que o governo cubano, dificilmente, terá condições de devolver esse empréstimo, como já aconteceu em outros países, a exemplo do Japão. O próprio México já perdoou a dívida cubana, porque é um país que não tem recurso para fazer a devolução desses empréstimos.
E repito: Primeiramente, temos que cuidar da nossa casa. O BNDES tem que continuar financiando a indústria brasileira, investindo no setor público brasileiro para diminuir esse custo Brasil e tornar o nosso país mais competitivo.
Muito obrigado!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)