Pronunciamento
Silvio Dreveck - 061ª SESSÃO ORDINÁRIA
Em 06/07/2011
O SR. DEPUTADO SILVIO DREVECK - Sr. presidente, srs. deputados, sras. deputadas, o assunto que me traz à tribuna, no dia de hoje, diz respeito a uma matéria que saiu no domingo, no AN.Economia, deputado Kennedy Nunes, do colunista Claudio Loetz, que v.exa. conhece muito bem. Essa matéria tem a ver com o assunto que temos alertado em várias oportunidades nesta Casa, ou seja, a desindustrialização no país, tema que me preocupa muito.
(Passa a ler.)
"A indústria de bens de capital, fabricante de máquinas e equipamentos, vive um momento complicado. Apresenta déficit comercial recorde e perde de goleada para os produtos importados tanto da China, quanto dos Estados Unidos e outros países. No cenário atual, o segmento mais afetado é o da indústria têxtil. Em Santa Catarina está bem quem produz equipamentos para construção civil, móveis, indústria naval e indústria petroquímica.
'Decadência da indústria
O governo necessita aumentar os investimentos, e somente com medidas novas será possível reverter o quadro de desindustrialização e de desnacionalização dos negócios no nosso setor. Dados mostram piora a cada dia. Se a exportação de produtos primários continuar crescendo, assim como a importação de produtos industrializados, o Brasil fatalmente eliminará o seu segmento industrial. Caminharemos em direção aos tempos de colônia. Esse processo de desindustrialização já criou 250 mil empregos fora do Brasil com gente qualificada e salários bons.'
Esse é o comentário de Claudio Loetz.
Mas ele ainda segue:
"'Recorde ruim
Estamos muito preocupados. O déficit comercial do setor de máquinas e equipamentos continua aumentando e bate o recorde. De janeiro a maio, o déficit já chegou a US$ 7,2 bilhões. Até o mês anterior, era de US$ 5,5 bilhões. Nem o faturamento maior salva a situação. Só em maio, o faturamento (descontada a inflação) foi de US$ 6,6 bilhões, o que é 2,6% superior ao registrado no mês anterior.
Exportações
De janeiro a maio, as exportações totalizaram US$ 4,4 bilhões, contra US$ 3,3 bilhões obtidos no mesmo período do ano passado. O problema é que as importações subiram muito mais. Passaram de U$ 8,7 bilhões para U$ 11,6 bilhões de 2010 para o ano em andamento. Isto significa crescimento de 33%.'
Isso é preocupante, são necessárias políticas públicas urgentes para a indústria catarinense. Já tivemos uma queda no setor moveleiro com as exportações, enfrentamos o setor calçadista, tivemos e estamos vivendo no setor têxtil um dos piores momentos, bem como estamos vivendo o problema da suinocultura, tendo sido, inclusive, realizada uma audiência pública para tratar desse assunto.
Sr. presidente, tudo isso nos remete ao custo Brasil. As dificuldades das nossas empresas também se relacionam com os vários fatores que envolvem o chamado custo Brasil. Por exemplo, a nossa taxa de juros é pornográfica, pois aqui se paga 7% a mais do que em países ricos. Os empresários estão perdendo de 15 a zero ao ano. Precisamos elevar de 18% do PIB para 23% a taxa de investimentos. Na China, a taxa de investimentos é de 40% do PIB e a taxa mundial é de 23,7%, deputado Reno Caramori. Mas não estamos vendo, até o momento, nenhuma ação mais forte, mais concreta, para que a nossa indústria tenha pelo menos um pouco de estabilidade na competição, porque a cada dia estamos retroagindo.
É evidente que com os investimentos na construção civil em função da Copa do Mundo de 2014 há segmentos da economia que estão aquecidos e até gerando emprego com carteira assinada. Mas até quando?! Ou seja, deputado Kennedy Nunes, quando vamos dar sustentabilidade à nossa indústria que é a grande atividade econômica e a que mais propicia, na cadeia produtiva, a geração de emprego e de renda?
O Sr. Deputado Kennedy Nunes - V.Exa. me concede um aparte?
O SR. DEPUTADO SILVIO DREVECK - Pois não!
O Sr. Deputado Kennedy Nunes - V.Exa. tem razão em falar sobre isso, porque temos um carga tributária exagerada. Trabalhamos até poucos dias apenas para pagar o governo. A partir de agora, até o final do ano, é que trabalharemos para nós mesmos.
Mas gostaria de informar a v.exa., até porque foi assunto hoje nesta Casa, sobre a saída do ministro Alfredo Nascimento do ministério dos Transportes. É o segundo ministro que cai, em sete meses de governo, e isso é preocupante.
O SR. DEPUTADO SILVIO DREVECK - Muito obrigado, deputado Kennedy Nunes.
Srs. deputados, dando continuidade ao que estávamos falando sobre a economia, pensamos que o Congresso Nacional e, principalmente, o Executivo federal devem empreender ações no sentido de recuperar, de forma urgente, o setor industrial.
Para concluir, fazendo referência ao que o deputado Kennedy Nunes acabou de informar sobre a demissão do ministro Alfredo Nascimento, penso que é uma atitude inteligente o seu afastamento, porque somente assim poderá ser feita uma investigação com relação ao que vem sendo denunciado nos últimos dias. É bom para o governo e é bom para o país que quando há suspeitas de irregularidades os envolvidos sejam afastados, principalmente o chefe maior da pasta, que é o ministro Alfredo Nascimento. Entendo que isso vai dar mais condições de investigação e, ao mesmo tempo, de elucidação dos fatos.
Muito obrigado!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)
(Passa a ler.)
"A indústria de bens de capital, fabricante de máquinas e equipamentos, vive um momento complicado. Apresenta déficit comercial recorde e perde de goleada para os produtos importados tanto da China, quanto dos Estados Unidos e outros países. No cenário atual, o segmento mais afetado é o da indústria têxtil. Em Santa Catarina está bem quem produz equipamentos para construção civil, móveis, indústria naval e indústria petroquímica.
'Decadência da indústria
O governo necessita aumentar os investimentos, e somente com medidas novas será possível reverter o quadro de desindustrialização e de desnacionalização dos negócios no nosso setor. Dados mostram piora a cada dia. Se a exportação de produtos primários continuar crescendo, assim como a importação de produtos industrializados, o Brasil fatalmente eliminará o seu segmento industrial. Caminharemos em direção aos tempos de colônia. Esse processo de desindustrialização já criou 250 mil empregos fora do Brasil com gente qualificada e salários bons.'
Esse é o comentário de Claudio Loetz.
Mas ele ainda segue:
"'Recorde ruim
Estamos muito preocupados. O déficit comercial do setor de máquinas e equipamentos continua aumentando e bate o recorde. De janeiro a maio, o déficit já chegou a US$ 7,2 bilhões. Até o mês anterior, era de US$ 5,5 bilhões. Nem o faturamento maior salva a situação. Só em maio, o faturamento (descontada a inflação) foi de US$ 6,6 bilhões, o que é 2,6% superior ao registrado no mês anterior.
Exportações
De janeiro a maio, as exportações totalizaram US$ 4,4 bilhões, contra US$ 3,3 bilhões obtidos no mesmo período do ano passado. O problema é que as importações subiram muito mais. Passaram de U$ 8,7 bilhões para U$ 11,6 bilhões de 2010 para o ano em andamento. Isto significa crescimento de 33%.'
Isso é preocupante, são necessárias políticas públicas urgentes para a indústria catarinense. Já tivemos uma queda no setor moveleiro com as exportações, enfrentamos o setor calçadista, tivemos e estamos vivendo no setor têxtil um dos piores momentos, bem como estamos vivendo o problema da suinocultura, tendo sido, inclusive, realizada uma audiência pública para tratar desse assunto.
Sr. presidente, tudo isso nos remete ao custo Brasil. As dificuldades das nossas empresas também se relacionam com os vários fatores que envolvem o chamado custo Brasil. Por exemplo, a nossa taxa de juros é pornográfica, pois aqui se paga 7% a mais do que em países ricos. Os empresários estão perdendo de 15 a zero ao ano. Precisamos elevar de 18% do PIB para 23% a taxa de investimentos. Na China, a taxa de investimentos é de 40% do PIB e a taxa mundial é de 23,7%, deputado Reno Caramori. Mas não estamos vendo, até o momento, nenhuma ação mais forte, mais concreta, para que a nossa indústria tenha pelo menos um pouco de estabilidade na competição, porque a cada dia estamos retroagindo.
É evidente que com os investimentos na construção civil em função da Copa do Mundo de 2014 há segmentos da economia que estão aquecidos e até gerando emprego com carteira assinada. Mas até quando?! Ou seja, deputado Kennedy Nunes, quando vamos dar sustentabilidade à nossa indústria que é a grande atividade econômica e a que mais propicia, na cadeia produtiva, a geração de emprego e de renda?
O Sr. Deputado Kennedy Nunes - V.Exa. me concede um aparte?
O SR. DEPUTADO SILVIO DREVECK - Pois não!
O Sr. Deputado Kennedy Nunes - V.Exa. tem razão em falar sobre isso, porque temos um carga tributária exagerada. Trabalhamos até poucos dias apenas para pagar o governo. A partir de agora, até o final do ano, é que trabalharemos para nós mesmos.
Mas gostaria de informar a v.exa., até porque foi assunto hoje nesta Casa, sobre a saída do ministro Alfredo Nascimento do ministério dos Transportes. É o segundo ministro que cai, em sete meses de governo, e isso é preocupante.
O SR. DEPUTADO SILVIO DREVECK - Muito obrigado, deputado Kennedy Nunes.
Srs. deputados, dando continuidade ao que estávamos falando sobre a economia, pensamos que o Congresso Nacional e, principalmente, o Executivo federal devem empreender ações no sentido de recuperar, de forma urgente, o setor industrial.
Para concluir, fazendo referência ao que o deputado Kennedy Nunes acabou de informar sobre a demissão do ministro Alfredo Nascimento, penso que é uma atitude inteligente o seu afastamento, porque somente assim poderá ser feita uma investigação com relação ao que vem sendo denunciado nos últimos dias. É bom para o governo e é bom para o país que quando há suspeitas de irregularidades os envolvidos sejam afastados, principalmente o chefe maior da pasta, que é o ministro Alfredo Nascimento. Entendo que isso vai dar mais condições de investigação e, ao mesmo tempo, de elucidação dos fatos.
Muito obrigado!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)