Pronunciamento

Silvio Dreveck - 030ª SESSÃO EXTRAORDINÁRIA

Em 19/11/2008
O SR. DEPUTADO SILVIO DREVECK - Sr. presidente, srs. deputados e sra. deputada, hoje quero falar um pouco sobre o nosso evento acontecido em Montevidéu, no Uruguai, onde participamos com uma comitiva composta por deputados e empresários que fazem parte do Parlasul. Estavam presentes os deputados Joares Ponticelli, Jailson Lima, Elizeu Mattos, empresários da Fiesc, da Fetrancesc, representantes dos estados do Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Uruguai, Argentina, Chile e Paraguai e nós entendemos que a atividade do Parlasul tem sido de fundamental importância para o fortalecimento do bloco da América do Sul.
Srs. deputados, se analisarmos o que está acontecendo neste mundo globalizado, veremos que a Comunidade Européia se organizou e hoje tem um bloco econômico, social e cultural e está competindo no mundo dos negócios. A Alca, com os Estados Unidos, o Canadá e o México, é outro bloco. E os países asiáticos estão-se organizando em forma de comunidade para competir também no mundo dos negócios.
Nós, aqui na América do Sul, apesar da existência do Mercosul, estamos muito lentamente avançando para o fortalecimento desse bloco de países importantes, do qual o Brasil é o grande líder. Isso está sendo feito através das Assembléias Legislativas dos quatro estados do sul, dos Parlamentos dos países da América do Sul e com a representação da UPM, que também tem o objetivo de fortalecer o bloco, mas, antes disso, de facilitar a integração, através de uma legislação mais prática, mais ágil, no sentido de tornar esses países e os estados do sul do Brasil mais integrados.
Para isso é importante também que as instituições estaduais e federais, passando pelas instituições jurídicas - e é o primeiro passo a ser dado para se constituir ou para se avançar neste bloco da América do Sul -, avancem através da cultura da integração econômico-social.
É evidente que não podemos perder de vista que, para tornar o bloco mais competitivo, investimentos deverão ser realizados e decisões políticas deverão ser tomadas. E citamos, como exemplo, o sistema viário, principalmente o sistema rodoviário, porque hoje, para se ter uma idéia, o trabalhador brasileiro, o motorista que percorre o Brasil, passando pela Argentina e chegando até o oceano Pacífico, que é um corredor de exportação, tem tido sérios problemas com a falta de atendimento seja na saúde, seja no socorro, principalmente na cordilheira dos Andes.
Um segundo aspecto é fazer a integração também pelo sistema ferroviário. O projeto da rede ferroviária, partindo do Mato Grosso do Sul, passando pelo Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e indo até a Argentina, deslocando-se ao oceano Pacífico, no Chile, o chamado corredor bioceânico, é importante. E por que é importante? É importante para diminuir o custo operacional, o custo logístico e o custo de transporte, uma vez que esse escoamento pelo oceano Pacífico reduzirá o custo do produto brasileiro e até de outros países da América do Sul, por conta de ser um transporte mais ágil, mais econômico, porque hoje os nossos produtos que são exportados pelo oceano Atlântico percorrem toda a costa brasileira e da América, como um todo para chegar ao continente europeu, enquanto através do oceano Pacífico estaríamos encurtando as distâncias, encurtando o tempo e tornando o nosso produto mais competitivo.
Sr. presidente, é evidente que não serão somente alguns parlamentares que irão conseguir. É preciso que isso seja definido através dos Executivos, tanto do presidente do Brasil, quanto do Uruguai, da Argentina, do Paraguai, do Chile e de outros países do bloco da América do Sul, pois terá que ser uma decisão conjunta para fortalecer o bloco da América do Sul e torná-lo mais competitivo até para poder fazer frente ao bloco da Comunidade Européia e da Alca.
Também tivemos a oportunidade de conhecer a chamada Zonamérica no Uruguai, onde os participantes acompanharam o trabalho do parque de negócios e tecnologias que funciona sob o regime de zona franca desde 1992, oferecendo isenção de impostos e oferecendo incentivos financeiros às empresas que lá se instalam.
(Passa a ler.)
"O parque de negócios agrega 250 empresas internacionais que exportam seus serviços ao mundo, nas mais diversificadas áreas. Com alta tecnologia e robusta infra-estrutura, oferece serviços de alto valor agregado e soluções integradas a empresas mundiais.
A zona franca comporta mais de 50 instituições financeiras instaladas, entre um total de 850 empresas de renome internacional. O centro universitário, o centro comercial e habitacional faz parte de um complexo que atende as necessidades de 6.300 profissionais que lá trabalham."
Então, sr. presidente e srs. deputados, esse evento certamente marcou para o avanço que nós, brasileiros e catarinenses, desejamos, até porque temos uma facilidade muito maior de fazer essa integração também aqui com o litoral catarinense.
Quero agradecer, em especial, a nossa comitiva que participou, que debateu e que vai continuar debatendo esse assunto, através do Parlasul. O nosso próximo encontro será no Brasil, provavelmente em Florianópolis.
Muito obrigado, sr. presidente.
(SEM REVISÃO DO ORADOR)