Pronunciamento

Silvio Dreveck - 004ª SESSÃO ORDINÁRIA

Em 14/02/2008
O SR. DEPUTADO SILVIO DREVECK - Sra. presidente, srs. deputados, ontem, tivemos a oportunidade de fazer uma introdução a respeito de um assunto do planalto norte, em especial, quando o deputado Antônio Aguiar falava, desta tribuna, a respeito dos recursos que foram destinados a São Bento do Sul.
Fiz essa introdução reconhecendo esses valores, esses recursos para a saúde. No entanto, deputado Valmir Comin, fazendo um comparativo com o que foi dito aqui por parlamentares da região sul, da base governista, para o hospital daquela região foram destinados R$ 5 milhões e para Jaraguá do Sul foram destinados R$ 4 milhões. Em São Bento do Sul foi assinado um convênio há quatro anos, deputado Serafim Venzon, de R$ 600 mil e foram pagos R$ 300 mil. E foi pago pelo atual secretário da Saúde Dado Cherem, a quem queremos reconhecer e render a nossa gratidão, pois depois de muito esforço conseguiu pagar esse convênio com o hospital de São Bento do Sul.
Mas o que aconteceu é que quando se propagou, se anunciou um valor de R$ 600 mil para o hospital de São Bento do Sul, a população veio cobrar do próprio hospital o que foi feito com esse dinheiro. Então, se não se consegue fazer um convênio para honrar esses R$ 600 mil, não se deve anunciar, através da imprensa, à população, porque isso na verdade cria uma expectativa e quem paga esse ônus é o próprio hospital, que não tem como explicar sobre um convênio que não se realizou.
Também quero reconhecer um trabalho que foi feito pelo atual governo, junto com o parlamentar Antônio Aguiar, que foi a implantação da cooperativa Aurora, em Canoinhas, bem como da Sadia, que está para se instalar no planalto norte catarinense. Mas também devemos reconhecer que esse trabalho para recuperar um pouco a região do norte do planalto catarinense já vem acontecendo alguns anos pelos governos anteriores, como o de Esperidião Amin, pelo governo anterior ao de Esperidião, que se está consolidando, o que é bom para a nossa região, porque o planalto norte catarinense é considerado uma das regiões mais pobres do estado de Santa Catarina.
Então, certamente para São Bento do Sul, para a microrregião de Campo Alegre e de Rio Negrinho, que são municípios basicamente industriais e que estão passando por uma crise sem precedentes, esses investimentos da iniciativa privada, da Aurora, da Sadia pelo menos vão amenizar um pouco os prejuízos dessa região, como a questão dos 4.000 desempregados desses últimos três anos.
É uma situação preocupante. E aliado a isso nós vemos que Santa Catarina, depois de muitos anos, está importando mais do que exportando, o que não é bom para o nosso estado, pois é melhor vender mais do que importar mais. Infelizmente, se há outros estados utilizando o nosso estado de Santa Catarina para importar produtos por incentivos fiscais, devo dizer mesmo assim que para o nosso estado importar mais do que exportar não é bom. E nós, em São Bento do Sul, passamos por essa situação muito crítica no setor moveleiro, mas não vejo nenhuma ação mais forte do governo no sentido de recuperar aquele setor produtivo.
Srs. deputados, como eu já falei anteriormente, o convênio de R$ 600 mil que foi feito com o hospital de São Bento do Sul foi pago somente R$ 300 mil graças ao secretário Dado Cherem. Por isso quero aqui fazer alguns registros, deputado Nilson Gonçalves, para ver como as coisas muitas vezes são anunciadas. Cria-se uma expectativa na população e nada se concretiza. Isso não é bom para a classe política, independente de partido, pois não deve ser criada essa falsa expectativa na população.
Segundo um jornal local do dia 7 de fevereiro de 2008, temos o seguinte:
(Passa a ler.)
"...Até ontem, Campo Alegre só tinha recebido as chaves da nova viatura de polícia, prometida no último dia 31 em Mafra, quando o vice-prefeito Vilmar Grosskopf, se fez presente na solenidade de entrega.
...Na ocasião Mauro Mariani, secretário da Infra-estrutura e Deodato Hruschka 'pousaram' para a foto entregando a chave. E o veículo quando vão mandar?" [sic]
Mais uma vez confirma-se o que eu disse: faz-se propaganda enganosa, lamentavelmente. Campo Alegre espera o veículo e não a chave, deputado Pedro Baldissera. A chave não vai resolver o problema da polícia, não há como conduzir qualquer atividade só com a chave do veículo. Mas, enfim, a imprensa foi utilizada para divulgar.
Outro assunto que vem se arrastando por muito tempo em São Bento do Sul: há uma nota, publicada em jornal do dia 10 de fevereiro, que diz o seguinte: "Adquirido acerca de sete meses pelo Fundo de Reestruturação do Corpo de Bombeiros, Funrebom, por R$ 140 mil, segue sem uso o novo caminhão da Companhia Sãobentense por falta de caracterização.
Promessa do secretário da Segurança Pública, Ronaldo Benedet, em outubro, os R$ 150 mil dos cofres estaduais ainda não foram liberados.
Também segue uma incógnita sobre a força-tarefa anunciada pelo secretário da Segurança para patrulhar a fronteira com o estado do Paraná.
Quando esteve em São Bento do Sul, em outubro, Benedet estabeleceu um prazo de 15 dias para o início das operações com efetivo policial deslocado em Joinville, entre Mafra e Campo Alegre. A PM local identificou pelo menos dez passagens clandestinas de gado."
Eu penso, deputado Nilson Gonçalves, que quando é possível fazer, deve-se anunciar e fazer, mas não se pode criar essas expectativas. Esse caminhão do corpo de bombeiros é uma parte do que o governo do estado prometeu. Já faz três anos que o governador esteve lá e disse: "Essa é uma fatura liquidada." Só que essa fatura não entrou em cobrança.
O Sr. Deputado Nilson Gonçalves - V.Exa. nos concede um aparte?
O SR. DEPUTADO SILVIO DREVECK - Pois não!
O Sr. Deputado Nilson Gonçalves - Deputado Silvio Dreveck, sou vice-líder do governo, e naturalmente v.exa. está imaginando que venho aqui para fazer a defesa desses itens que acabou de citar. É por isso que já disse várias vezes que não tenho muita vocação para isso, pois sou obrigado a concordar com v.exa., porque já passei por situações muito parecidas como essa que v.exa. acaba de citar.
Lembro que passei por mentiroso algumas vezes, já como deputado estadual, e as pessoas diziam: "Você promete as coisas, vem aqui dar risadinha para bater fotografia e depois desaparece". Não desapareço, o que desaparece é o compromisso que fui assinar, e isso me parece uma vocação dos governos.
Sou obrigado a confessar e a concordar com v.exa., já que esse governo tem feito isso em muitos lugares. No governo de Esperidião Amin, e eu era base daquele governo também, aconteceu a mesma coisa. Muitos convênios que assinamos junto com o governador, com prefeitos e tudo mais não foram cumpridos e passei por mentiroso.
Parece-me que esse é um mal que aflige...
(Discurso interrompido por término do horário regimental.)
(SEM REVISÃO DO ORADOR)