Pronunciamento

Silvio Dreveck - 086ª SESSÃO ORDINÁRIA

Em 19/07/2012
O SR. DEPUTADO SILVIO DREVECK - Sr. presidente e srs. deputados, participamos há aproximadamente 90 dias de um movimento contra a desindustrialização do Brasil, fato que vem preocupando todas as entidades representativas tanto do setor empresarial quanto dos trabalhadores.
Essas manifestações têm fundamento e prova disso é que a cada mês aumenta o ritmo da desaceleração da indústria, o que reduz de modo frequente e persistente a atividade industrial, ou seja, as empresas estão operando em, no máximo, 80% da sua capacidade.
Consequentemente nos maiores centros, como São Paulo, o desemprego já é uma realidade, pois estão acontecendo demissões por parte das empresas.
No início do ano se falava que o crescimento do Brasil seria de 4%; depois baixaram para 3% e até 2,5% e agora já falam em 2%. E a indústria, que é a alavanca do PIB, vem reduzindo cada vez mais a sua produção. Prova disso são os números apontados pelo IBGE, que mostram claramente que a cada mês há uma redução da atividade, bem como um baixo crescimento do PIB.
Há muito temos vimos falando que o Brasil precisa de reformas urgentes, a começar pela reforma político-partidária, com a unificação do calendário das eleições e com a redução de partidos. Depois dessa, temos que fazer as reformas estruturais: a tributária, a previdenciária, a trabalhista e a burocrática. O Brasil consome um número enorme de horas para fazer o trabalho burocrático, que é a impressão dos papéis para recolher impostos para a união, estados e municípios.
Se não reduzirmos o custo Brasil, continuaremos com grande dificuldade de crescer, de competir, principalmente no mercado internacional. Consequentemente, teremos menos empregos e geraremos emprego em países que têm mais condições de competir, a exemplo dos países asiáticos.
Mas o que vimos no Brasil são atuações pontuais, ou seja, ora se reduz impostos para o setor de autopeças, ora para a linha branca, ora para o setor têxtil, moveleiro, calçadista e assim por diante. Essas medidas duram determinado tempo e tem-se mostrado insuficientes para tornar o Brasil competitivo.
E quando falo em Brasil, estou incluindo todos os estados federados e todos os municípios. Se não forem feitas essas reformas para permitir que o Brasil tenha crescimento econômico e, consequentemente, recursos para investir, não reduziremos o custo Brasil. É preciso investir nas rodovias, nas ferrovias, nos portos e aeroportos; é preciso reduzir o custo da energia elétrica, principalmente nesse momento de crise na Europa e nos Estados Unidos.
Em Santa Catarina, em virtude de um financiamento da ordem de R$ 3 bilhões, que serão maciçamente alocados no sistema viário, certamente nos próximos anos haverá uma condição melhor no sistema logístico, para automaticamente melhorar nossa competitividade.
Além do sistema viário, haverá investimentos na Segurança e na Saúde. Acredito que com esses recursos Santa Catarina se tornará mais competitiva e a situação de muitas áreas que hoje estão deprimidas será amenizada.
Muito obrigado, se presidente!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)