Pronunciamento

Silvio Dreveck - 045ª SESSÃO ORDINÁRIA

Em 30/05/2007
O SR. DEPUTADO SILVIO DREVECK - Sr. presidente, sras. deputadas e srs. deputados, assomo à tribuna no dia de hoje para falar de uma casa, uma casa diferente, uma casa ecológica, que foi criada em meu município e que foi batizada de Blasi Haus, ou seja a casa ecológica.
Ela é construída com placas de poliuretano, uma espécie de plástico que demora 150 anos para se decompor. Com o emprego desse material, que na verdade é retirado do próprio meio ambiente, é preservada a natureza. O material utilizado para essa casa ecológica são placas de 2,6 metros de altura por 1,2 metros de largura em poliuretano.
Sras. deputadas e srs. deputados, a composição da casa é a seguinte: as placas são numeradas e encaixadas de acordo com a seqüência da numeração; a madeira utilizada é 100% retirada de reflorestamento, preservando-se a mata nativa; as esquadrias são em alumínio reciclado, feitas a partir de latinhas de cerveja e refrigerante; o telhado é composto por telhas fabricadas com caixas tipo tetrapac, ou seja, caixas de leite ou seus derivados.
A economia é de 25% a 30% em relação a uma casa de alvenaria convencional e outro aspecto importante é que nessa casa, deputado Jandir Bellini, v.exa. que conhece o material, se a temperatura externa estiver em, aproximadamente, 30 graus, dentro da casa vamos ter uma temperatura de 20 graus, aproximadamente. Se a temperatura externa estiver em, aproximadamente, zero graus, o que acontece agora no inverno em algumas regiões, dentro da casa a temperatura estará em torno de 10 graus. Além disso, a montagem é rápida, a fundação consiste na colocação das paredes e da laje, que é feita em apenas cinco dias, sem desperdício de material. Não vai tijolo, não vai prego, não vai madeira de caixaria, etc. Não há rasgo para embutir eletrodutos nem tubulação de água; já vem pronto. A montagem de uma casa de 75 metros quadrados é feita em apenas 30 dias e tem resistência comprovada.
Deputado Reno Caramori, é a única casa que está patenteada ecologicamente no Brasil. Em pesquisas já realizadas em alguns países da Europa e da América não se encontrou uma casa feita de produtos recicláveis, ou seja, em poliuretano.
Essa iniciativa partiu de um engenheiro de São Bento do Sul, Edson Myers, que está colocando esta casa à disposição do mercado, ressaltando-se mais uma vez que se trata de aproveitamento de material reciclável. Ela pode ser utilizada no litoral catarinense porque mantém a temperatura e a acústica. Além disso, pode também ser utilizada nas regiões frias, porque mantém a temperatura equilibrada.
O Sr. Deputado Jandir Bellini - V.Exa. me concede um aparte?
O SR. DEPUTADO SILVIO DREVECK - Pois não!
O Sr. Deputado Jandir Bellini - Deputado, gostaria de contribuir com a exposição desse projeto, dizendo que realmente vem ao encontro daquilo que buscamos, ou seja, a preservação do meio ambiente, da qualidade de vida. Através da reciclagem de material vai-se proporcionar uma moradia confortável, segura e mais barata.
Parabéns por trazer esse assunto e parabéns ao engenheiro que pesquisou e que está proporcionando a construção desse tipo de obra.
Quero dizer ainda que o poliuretano tem o dobro de capacidade de isolamento térmico do material que vemos por aí, no dia a dia, usado nas casas: o isopor. A espessura de um centímetro de poliuretano significa dois centímetros de isolamento térmico por outro material. Então, além da durabilidade, da construção leve, da questão ambiental, nós teremos uma moradia que poderia, por exemplo, ser levada lá para a Antártida, para os países do norte da Europa, onde as temperaturas são baixas, porque ela realmente tem um bom isolamento térmico. Parabéns.
O SR. DEPUTADO SILVIO DREVECK - Agradecendo a sua contribuição, deputado Jandir Bellini, quero fazer um convite ao Parlamento catarinense, a todos os telespectadores da TVAL e aos ouvintes da Rádio Digital Alesc para irem a São Bento do Sul conhecer este projeto, essa obra maravilhosa e estendê-la ao nosso país, porque certamente estamos contribuindo com o aspecto ambiental e proporcionando uma moradia de melhor qualidade.
Gostaria também de aproveitar este momento para registrar a minha incompreensão no que diz respeito à situação financeira do estado de Santa Catarina. Alguma coisa está contraditória. Recebemos informações do governo, por parte dos parlamentares, por parte dos secretários de que a situação financeira do estado está em dia, com os seus compromissos em ordem.
Eu só posso entender, se as contas deste ano estão em dia e se fechou o ano de 2006 de acordo com as leis, tanto orçamentárias, financeiras, quanto as de responsabilidade fiscal, se o governo deste segundo mandato está pagando as contas do mandato anterior. Porque senão não dá para entender, deputado Reno Caramori, v.exa. que já foi prefeito assim como os deputados Jandir Bellini, Pedro Baldissera.
E como se diz que não há déficit financeiro, que os restos a pagar foram pagos com os recursos do exercício anterior e, ao mesmo tempo, nós temos R$ 193 milhões de déficit financeiro, é porque alguma coisa está contraditória. E se não fosse assim, o governo certamente estaria pagando os convênios com hospitais, com saúde, com educação; não estaria com problemas o transporte escolar para os municípios; não estaria com problemas na alimentação, ou seja, na merenda escolar; e não estaria com as obras de pavimentação paradas.
Eu penso que não é segredo e não é demérito para ninguém assumir a situação em que o estado se encontra. Até entendo que está havendo um esforço por parte do secretário do governo em colocar a situação financeira do estado numa forma mais equilibrada, mas não podem negar que existe um déficit financeiro e que não há recursos porque se está pagando as contas do próprio governo, que está no segundo mandato. Caso contrário, nós não estaríamos aqui com o apontamento feito pelo Tribunal de Contas dizendo:
(Passa a ler.)
"Insuficiência financeira
A Lei de Responsabilidade Fiscal impede que, nos últimos oito meses do mandato, o governo faça dívidas que fiquem para o sucessor. Os técnicos do TCE discordaram dos números apresentados pelo governo, e o tribunal fará uma auditoria mais detalhada para saber se a lei foi cumprida ou não. Teriam ficado pendentes R$ 193,7 milhões."[sic]
Então, srs. deputados, se é que existem os restos a pagar, nós, no mínimo, precisamos saber onde estão esses restos a pagar, do que são esses restos e por que existem déficits financeiros?
Muito obrigado!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)