Pronunciamento

Silvio Dreveck - 033ª SESSÃO ORDINÁRIA

Em 27/04/2011
O SR. DEPUTADO SILVIO DREVECK - Sr. presidente, srs. deputados e sras. deputadas, o assunto que me traz a esta tribuna, no dia de hoje - e já fiz alguns pronunciamentos a respeito no mandato anterior -, é a economia do planalto norte catarinense. Foram inúmeras vezes que alertamos, desta tribuna, para a situação caótica das empresas do setor moveleiro e madeireiro. A nossa região tinha uma atividade econômica calcada basicamente nas exportações e o tempo se encarregou de confirmar que estávamos com a razão quando alertávamos sobre a grande probabilidade de muitas empresas terem seus negócios inviabilizados, o que realmente ocorreu. Outras estão sobrevivendo porque adotaram uma política de mercado interno, mas não se consegue isso do dia para noite, mas com tempo e com muita criatividade.
No caso de São Bento do Sul muitas atividades avançaram nos setores metalúrgico, metal-mecânico e têxtil, mas agora esses também enfrentam grande dificuldade, e isso não ocorre somente no planalto norte, mas em todo estado de Santa Catarina, especialmente no vale do Itajaí, porque grande parte da sua produção é exportada e o momento é de dificuldades para exportar.
Mas o mais grave, sr. presidente, é que o problema diz respeito não apenas às empresas, mas ao que elas envolvem, principalmente no que diz respeito às pessoas, ao o emprego e à renda das pessoas.
Comentava com o deputado Antônio Aguiar que se o planalto norte não conseguir atrair investimentos a situação poderá agravar-se mais ainda. E de fato não ocorreu a implantação da empresa Aurora em Canoinhas, como estava previsto, e a região continua com dificuldades de recuperar a sua economia. Acredito que alguns segmentos poderão ter dias mais difíceis.
Ontem alguém disse que Santa Catarina deixou de ser um estado exportador para ser importador. E é verdade, é uma constatação, temos um déficit muito grande ou, em outras palavras, estamos dando oportunidade para empresas de outros países nos venderem seus produtos acabados, assunto que o jornal O Estado de S.Paulo abordou: "Balança tem déficit de US$ 364 milhões na quarta semana do mês". Ou seja, o brasileiro está indo para o exterior, comprando, em função, evidentemente, da valorização do real, da desvalorização do dólar, o que está valendo para outros países, não só para o Brasil. Mas o fato é que estamos deixando de exportar produtos acabados e importando manufaturados, deixando de gerar emprego na nossa região.
O Sr. Deputado Antônio Aguiar - V.Exa. me concede um aparte?
O SR. DEPUTADO SILVIO DREVECK - Como esse é um assunto bastante extenso, deputado Antônio Aguiar, vou conceder-lhe um aparte porque certamente não conseguirei concluir o meu raciocínio, mas não posso deixar de ouvir a sua contribuição.
O Sr. Deputado Antônio Aguiar - Deputado Silvio Dreveck, quero parabenizá-lo pelo tema e dizer que esse é um assunto relevante, porque tivemos na nossa história momentos importantes quando tínhamos madeiras nobres, como a imbuia e o pinheiro, quando tínhamos a erva-mate. Hoje, contudo, a situação é diferente, conforme v.exa. coloca, pois enfrentamos dificuldades, as indústrias que lá deveriam ter-se instalado, não o fizeram. E embora tenha havido um aporte, por parte da Rigesa, de US$ 480 milhões para criar de 150 a 200 empregos diretos, as dificuldades ainda são enormes.
O governo Raimundo Colombo/Eduardo Pinho Moreira deve criar, através de lei, uma situação especial em relação aos municípios de Canoinhas, São Bento do Sul, Santa Cecília, Lages, enfim, toda a região. Precisamos, sim, de uma lei que estabeleça um ICMS diferenciado, para que o empreendedor tenha vantagens ao se estabelecer no planalto norte.
Obrigado, deputado Silvio Dreveck.
O SR. DEPUTADO SILVIO DREVECK - Obrigado, deputado Antônio Aguiar, pela sua contribuição.
Com certeza, sr. presidente e srs. deputados, o governo terá o nosso apoio na implementação de políticas públicas que visem desenvolver determinadas regiões, porque se não dermos condições aos municípios que estão com dificuldades, certamente haverá mais concentração de habitantes nos polos mais desenvolvidos. E sabemos quais as consequências desse êxodo, não só rural, mas dessa migração de pessoas para polos mais desenvolvidos na busca de emprego, de infraestrutura de serviços públicos e de qualidade de vida, embora muitas vezes não seja exatamente isso que acontece na chamada cidade grande.
Como disse, não vou concluir o meu raciocínio, mas pelo menos expressei minha opinião quanto à situação das exportações e importações catarinenses. Quero ainda reforçar que o nosso país deve criar mecanismos para enfrentar a competitividade global, ou seja, dar mais condições para a nossa economia, seja na redução de impostos, seja melhorando a política de redução de encargos sociais na nossa folha de pagamento, para com isso diminuir a taxa de juros, avançar nas exportações e, por consequência, gerar mais empregos e diminuir a informalidade que ainda é alta no Brasil, em torno de 50%.
Catarinenses, com algumas políticas públicas poderemos melhorar o desempenho no campo das exportações, diminuindo a informalidade que, como disse, está alta, em torno de 50%.
Obrigado, sr. presidente!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)