Pronunciamento

Silvio Dreveck - 018ª SESSÃO ORDINÁRIA

Em 19/03/2009
O SR. DEPUTADO SILVIO DREVECK - Sr. presidente, srs. deputados, o assunto que me traz a esta tribuna é a crise econômica e financeira internacional que afetou o Brasil, e que está afetando Santa Catarina.
Segundo a Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina, há levantamentos relevantes sobre a crise que está afetando a economia catarinense. E agora eu vou fazer a leitura de uma pesquisa realizada pela Fiesc, em fevereiro de 2009, sobre os impactos da crise da indústria catarinense:
(Passa a ler.)
"Para acompanhar os impactos da crise financeira global sobre as indústrias catarinenses, a Fiesc realizou um levantamento junto a empresas de diversos segmentos de atividade entre os dias 16 e 27 de fevereiro. Os principais resultados obtidos através de 94 respostas estão a seguir.
Segundo o levantamento, 88% das indústrias consultadas sentem reflexos da atual crise sobre seus negócios neste início de ano. Os impactos são moderados em 57% destas empresas e expressivos em 43%. Os principais problemas apontados, em decorrência da crise são: queda no faturamento, restrições de crédito no mercado interno e externo, inclusive para capital de giro" - que quero crer seja o mais grave no momento - "menor volume de pedidos do mercado internacional ou cancelamentos e conseqüente redução de exportações; menor demanda interna; queda no preço de venda; redução nos níveis de produção; redução das margens de lucro; aumento da inadimplência dos clientes e atraso nos pagamentos e aumento dos custos."
Sr. presidente e srs. deputados, esses dados, essas informações demonstram quanto é preocupante a situação econômica em Santa Catarina, segundo dados concretos levantados pela Fiesc.
(Continua lendo.)
"Reflexos da crise nos negócios nesse início de ano:(% de respostas)
O volume de indústrias catarinenses que enfrentou problemas para obtenção de crédito em 2009 foi de 42%. As participantes da pesquisa que não tiveram dificuldades foram 29% e 29% não necessitaram de financiamentos."
Portanto, sr. presidente e srs. deputados, 42% necessitam da obtenção de crédito, mas, infelizmente, não estão conseguindo.
(Continua lendo.)
"De acordo com a pesquisa da Fiesc, 48,4% das indústrias pretendem investir em 2009. Destas, 21,5% o farão de forma integral e 26,9% com valores revisados para baixo. As que pretendiam investir em 2009 e desistiram ou adiaram chegam à proporção de 41,9%. As demais não planejavam investir neste ano. A incerteza econômica e a reavaliação da demanda são os principais pontos que geram cautela nas decisões de investir.
Os planos de investimentos para 2009 estão mantidos? (% de repostas)"
É uma pergunta. E a resposta é a seguinte: aproximadamente 50% disseram que não há planos para investir.
(Continua lendo.)
"Quanto às expectativas para as vendas, a opinião dos empresários é de que fevereiro será fraco, melhorando de março em diante. De acordo com 90% dos informantes não estão previstas férias coletivas para março." [sic]
Expectativas para as vendas no mês de fevereiro (já estamos em março, mas isso foi realizado em fevereiro): diminuíram 55,4%.
Expectativas para as vendas no mês de março: aumentaram apenas 24%, diminuíram 29% e permaneceram apenas 27% e sem previsão 18%. Eu estou arredondando esses números.
Estão previstas férias coletivas para março? Essa é outra pergunta. Dez por cento disseram que sim e 90% disseram que não.
Sr. presidente e srs. deputados, as medidas adotadas pelo governo, diante da crise, têm surtido efeitos, porém, não na intensidade desejada. Ou seja, a redução da carga tributária, dos juros, dos entraves burocráticos e os investimentos em infra-estrutura continuam sendo algumas ações esperadas pelas indústrias.
A outra pergunta: "As medidas adotadas pelo governo, diante da crise, têm surtido efeito positivo no mercado?"
Resposta: 45% - não, 48% - sim, moderadas - 48%.
Sr. presidente e srs. deputados, a crise afeta o Brasil e cabe ao governo federal reduzir a carga tributária, reduzir ainda mais a taxa de juros e liberar, deputado Antônio Aguiar, linhas de crédito para capital de giro. O nosso grande problema na economia no momento é a falta de crédito para capital de giro.
Ninguém está pedindo dinheiro de graça, mas os governos, neste momento, têm a obrigação de disponibilizar, através do BNDES, através dos bancos oficiais, do Banco do Brasil, da Caixa Econômica Federal, linhas de crédito para a nossa economia, tanto para a indústria, quanto para o comércio, para a prestação de serviço, para os terceirizados, porque é neste momento crítico que nós precisamos ajudar as empresas que necessitam, para manter o emprego e a renda. E não é diferente em Santa Catarina: o governo do estado precisa tomar medidas concretas, através do Badesc, através do BRDE, para liberar recursos para capital de giro.
Nós precisamos, deputado Lício Mauro da Silveira, estender a mão quando a pessoa precisa, quando um colega nosso está no fundo do poço. Ele, quando está bem, por si só consegue. Não é diferente na economia, não é diferente na indústria, no comércio, em todas as atividades.
Então, precisamos dar as nossas mãos para ajudá-los a atravessar o mar, para o barco não afundar. E nós, na Assembléia Legislativa, temos a responsabilidade de colaborar, desde que o governo tome medidas concretas para ajudar, através de financiamentos, e, principalmente, como eu disse, de linhas de crédito para capital de giro.
Eu tenho certeza de que se o governo fizer a sua parte, este Parlamento não ficará omisso e certamente vai colaborar para manter o emprego, manter a renda e manter a economia catarinense ativa, como sempre foi.
Muito obrigado!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)