Pronunciamento

Silvio Dreveck - 091ª SESSÃO ORDINÁRIA

Em 05/10/2011
O SR. DEPUTADO SILVIO DREVECK - Sr. presidente deputado Antônio Aguiar, eminente representante do planalto norte catarinense, precisamente da cidade de Canoinhas, grande parceiro também em todas as reivindicações em prol do planalto norte catarinense, srs. deputados e sras. deputadas, a matéria que me traz a esta tribuna está na última edição da revista Veja e fala em alguns municípios do norte e do nordeste catarinense, inclusive do município de São Bento do Sul, com relação a uma pesquisa de avaliação da Confederação Nacional dos Municípios.
A matéria diz o seguinte, sr. presidente:
(Passa a ler.)
"Campo Grande, o norte-nordeste de Santa Catarina e três outras regiões metropolitanas têm potencial para crescer duas vezes mais que São Paulo e Rio de Janeiro nos próximos 15 anos.
São Bento do Sul é a terceira cidade brasileira com o melhor índice de responsabilidade fiscal, social e de gestão nos últimos sete anos. Não é por acaso que a cidade catarinense de 75.000 habitantes, conhecida como um polo moveleiro, aparece entre as primeiras colocações no estudo da Confederação Nacional dos Municípios, atrás da paulista Cerquilho e da gaúcha Tupandi. São Bento do Sul está localizada no norte-nordeste de Santa Catarina, uma das regiões urbanas mais pujantes do Brasil, com 20 municípios, cujo epicentro econômico é Joinville. Na última década, ali foram gerados 160.000 novos empregos formais, ampliando o número de trabalhadores com carteira assinada para 381 mil, numa população de 1,2 milhão de pessoas. É uma proporção de 31%, ante 23% da média do país.
Além da geração de empregos, o consumo tomou impulso nas cidades do norte-nordeste catarinense. De 2000 a 2010, a frota de veículos da região mais que duplicou, foi para 621.000 carros. São Bento do Sul é a terceira cidade mais populosa nessa área, atrás de Joinville, com 515.000 habitantes, e de Jaraguá do Sul, com 143.000.
Nos próximos 15 anos, o crescimento populacional ficará dentro da média nacional, mas a economia continuará se diferenciando. 'É um momento de ouro'."
Mas em São Bento do Sul, nos últimos cinco anos, de 2005 a 2010, houve uma crise profunda, principalmente na área moveleira e na área madeireira, que afetou os municípios do planalto norte: Mafra, Canoinhas, Porto União, Itaiópolis, Papanduva, entre outros. Mas como São Bento do Sul estava focada no polo moveleiro e, praticamente, 100% da produção era voltada para a exportação, houve um problema sério em função dos fatores econômicos que contribuíram para prejudicar o segmento, não dando competitividade ao produto transformado, ou seja, a madeira transformada em produto acabado, o móvel. Dentre esses fatores estão: taxas de juros, câmbio, logística, enfim, carga tributária, encargos sociais. Essa série de fatores contribuiu para que esses exportadores não tivessem essa condição de competitividade. E várias empresas com mais de 80 anos fecharam as suas portas.
Quero ressaltar, deputado Antônio Aguiar, e vale para nós refletirmos e também para os demais municípios, como é importante reagir diante de uma crise. Em São Bento do Sul houve esse período de queda com a diminuição da geração de renda, do emprego, e muitas famílias deixaram São Bento do Sul, muitas empresas fecharam as suas portas.
E numa ação conjunta entre poder público municipal, entidades de classe, entidades do governo do estado e do governo federal, que apoiaram as muitas iniciativas que partiram das pessoas, do empresariado, daqueles que trabalharam no dia a dia, no chão de fábrica, e com o espírito do empreendedorismo que a nossa cidade tem, por ter uma cultura basicamente pautada na indústria, pôde-se reverter isso. Com esforço e criatividade, muitas empresas procuraram outro mercado da mesma atividade. E eu quero ressaltar a grande diversificação que houve. Tiveram a capacidade de atrair novos empreendimentos, atividades diferentes.
Quero destacar aqui o grande projeto da empresa Tuper, que está ampliando o seu parque fabril para construir tubos para a Petrobras, que serão usados na condução do petróleo, e futuramente vai produzir tubulação também para o pré-sal. Essa é uma demonstração clara da ousadia, da seriedade e do empreendedorismo que a gente de São Bento do Sul tem, principalmente a classe empresarial.
Obviamente, temos que entender e valorizar toda a população que, hoje, procura, através dos bancos escolares, melhorar a sua formação, seja no ensino fundamental, no ensino médio e, principalmente, nas universidades e nas escolas técnicas que lá estão instaladas.
Essa vontade e capacidade do povo fez com que a cidade se recuperasse praticamente em cinco anos, saindo de uma situação crítica para uma situação alentadora e próspera.
Por conta disso é que ressaltamos essa matéria que foi veiculada na revista Exame, através da Confederação Nacional dos Municípios.
Muito obrigado!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)