Pronunciamento

Silvio Dreveck - 091ª SESSÃO ORDINÁRIA

Em 30/10/2007
O SR. DEPUTADO SILVIO DREVECK - Sr. presidente, sras. deputadas e srs. deputados, em primeiro lugar, quero agradecer a presença do deputado federal que nos visita, já anunciada aqui pelo deputado Onofre Santo Agostini.
Também gostaria de registrar que no dia 18 próximo passado ocorreu, em São Bento do Sul, um encontro do setor moveleiro daquela cidade. Nesta oportunidade estiveram presentes o presidente do Fórum Parlamentar, o nobre deputado do Rio Grande do Sul, Renato Molling, e o deputado Odacir Zonta. Este fórum foi criado em âmbito federal, mais precisamente na Câmara Federal, e tem como missão, como objetivo, como metas, apoiar e buscar soluções para o setor produtivo de algumas atividades econômicas no Brasil, que vêm passando por dificuldades, como o setor moveleiro, o setor têxtil, o setor calçadista e o setor oleiro.
Srs. deputados, o setor moveleiro vem se arrastando ao longo de aproximadamente três anos, e ainda não se encontrou uma solução, pelo contrário, nesta semana, em São Bento do Sul, mais uma empresa dispensou aproximadamente 200 colaboradores, deputado padre Pedro Baldissera. É o setor que mais emprega na nossa região, que dá mais oportunidade de trabalho, e que representa 35% da economia, só no município de São Bento do Sul, contemplando ainda a região de Campo Alegre e de Rio Negrinho, que estão sendo muito afetadas. E já estivemos em Brasília, por duas ocasiões, juntamente com as lideranças do setor moveleiro, mas pouco se avançou na busca de soluções.
Fazendo uma analogia das nossas exportações no Brasil - e aqui quero dar minha opinião, ou seja, como estou entendendo esta situação da exportação no Brasil, não só no governo atual - esta política de exportação é de curto prazo. Primeiro, o Brasil está perdendo competitividade nas exportações. Apesar de ter aumentado o número, em termos percentuais, o Brasil continua com aproximadamente 1%. Há mais de duas décadas, oscila um pouco para menos, um pouco para mais, enquanto todos os mercados cresceram, a população mundial cresceu, o consumo cresceu, no entanto nós não avançamos nas exportações e, principalmente, nos produtos manufaturados.
Nós estamos exportando commodities, principalmente agrícolas, deputado Jandir Bellini, v.exa. que conhece bem as exportações porque suas empresas exportam, apesar de ser um segmento de móveis diferente e com uma certa competitividade. Sabemos que o nosso país tem câmbio flexível, o que é bom. Mas quantos países têm câmbio flexível? O câmbio flexível é bom desde que o nosso produto seja competitivo; e para o nosso produto ser competitivo, a nossa carga tributária e a nossa burocracia tem que diminuir. Mas os nossos sistemas rodoviário, portuário e aeroportuário, vêm colocando o nosso produto fora da competição no cenário internacional. Não vemos uma ação mais ousada para facilitar e até para garantir, não só as empresas, mas, acima de tudo, o mercado de trabalho, ou seja, oportunidade para as pessoas, principalmente, para o nosso jovem.
O nosso país, o Brasil, necessita que sejam tomadas medidas urgentes porque estamos perdendo competitividade no mercado americano, pois na medida em que estamos deixando de vender, outros vendem e quando nos acordarmos e pensarmos em vender o que temos de bom no Brasil, talvez seja tarde. A idéia que os outros países têm do Brasil, infelizmente, é a de que agride o meio ambiente, que faz queimadas e que não preserva seus recursos hídricos.
Srs. deputados, em parte, até devemos reconhecer que eles têm razão. Mas, por outro lado, o Brasil tem um potencial enorme - e talvez poucos tenham esse potencial - para oferecer ao mundo e para outros países. Qual é o país que tem o potencial energético que o Brasil tem? Nenhum! E é por isso que precisamos fazer com que o Brasil seja reconhecido externamente para que o nosso produto possa ter maior aceitação. Outros países não têm o que nós temos, que é energia em potencial que pode ser explorada, que é a energia limpa, energia que, ao mesmo tempo, tem um custo menor do que outros países podem oferecer porque ainda estão buscando energia e comprando do Brasil, mas, ao mesmo tempo, estamos ficando fora do mercado competitivo.
Desta forma, espero que o governo federal tome medidas urgentes para o setor moveleiro e para as exportações, assim como espero que o governo do estado, que vai a São Bento do Sul no dia 12 de novembro, não faça novas promessas e, sim, que cumpra o que já prometeu e que leve os R$ 33 milhões para o setor moveleiro pelo menos para amenizar a situação dessas empresas que já estão em fase de falência.
Muito obrigado!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)