Pronunciamento

Silvio Dreveck - 069ª SESSÃO ORDINÁRIA

Em 21/08/2013
O SR. DEPUTADO SILVIO DREVECK - Sr. presidente, srs. deputados e sras. deputadas, venho à tribuna, no dia de hoje, para falar sobre a preocupação dos estados do sul, incluindo também Rio Grande do Sul e Paraná, que no último encontro do Codesul trataram da situação de energia, mais precisamente do gás natural.
Algumas empresas catarinenses, inclusive da minha região, São Bento do Sul, estão-se deslocando para o nordeste brasileiro em função da capacidade de gás que é fornecido pela SCGás, que tem, por sua vez, um contrato com a Petrobras. E, automaticamente, esse gás que vai para o sul, para Santa Catarina, entre outros estados, é o gás que vem da Bolívia, sr. presidente, e a capacidade desse gasoduto está no seu limite. Portanto, com isso, empresas estão deixando o sul, o nosso estado, e indo para o nordeste. Além de outras razões, um fator é esse limite que está praticamente comprometido.
Vejam que isso é preocupante e tanto o governador de Santa Catarina quanto os governadores do Rio Grande do Sul e do Paraná estão pleiteando esse aumento do fornecimento do gás natural já há dois anos. E o próprio presidente da SCGás afirma isso.
E o que aconteceu nos últimos anos? O governo fez algumas alterações, as empresas iniciaram a sua produção, deputado Taxista Voltolini, consumindo energia, mas que depois foi substituída pelo óleo diesel. Depois houve a crise do petróleo e o governo incentivou o uso do gás natural. E agora não há gás natural suficiente para o momento e para o futuro. Tanto é que há 60 pedidos de indústrias que já solicitaram aumento do gás para projetos futuros. Não vou citar aqui o nome de cada uma, mas são várias indústrias que estão solicitando o aumento do gás natural por conta de ampliar o seu parque fabril dentro do estado. E o que estamos percebendo é que não há, a curto prazo, algum estudo que crie alguma perspectiva de que o gás natural para Santa Catarina venha a contemplar, mesmo a médio prazo... E fala-se que a longo prazo é que poderá ser suprido o problema.
Portanto, é um tema relevante, preocupante, porque a indústria, não só pelo fato de gerar empregos, de gerar renda, de criar oportunidades, é uma alavanca, ou seja, uma locomotiva de outras atividades que oportunizam serviços, comércio e várias atividades, inclusive o próprio turismo, pela venda de produtos ofertados.
Ora, se não produzirmos em Santa Catarina, outros estados, outras regiões, poderão atrair essas empresas, os seus futuros negócios, por conta dessa ausência, ou seja, dessa falta de energia que é o gás natural, que além de ser menos poluente tem um custo menor. E todas essas empresas que aderiram ao gás natural, que foi incentivado na época, e certamente que foi bom, e que é bom, ao mesmo tempo sofreram um processo de transformação, dentro do seu parque fabril, dentro das suas indústrias, para conseguir utilizar o gás.
Então, seria lamentável, se não houver a celeridade das decisões, por parte da Petrobras, de não aumentar a distribuição para o sul do Brasil, em especial para Santa Catarina que tem a sua economia, grande parte da sua economia, fundamentada na indústria e com uma indústria muito diversificada.
Então, o setor, tanto cerâmico como de fabricação de aço e tantas outras empresas que utilizam o gás natural, optou por essa energia, por várias razões, e agora está nessa dificuldade, com essa preocupação.
Vão continuar investindo? Onde investir? Vão continuar em Santa Catarina? Se evidentemente não se estender ou houver morosidade para que a Petrobras tome a decisão de aumentar a distribuição para Santa Catarina, poderemos perder grandes investimentos no estado, automaticamente estamos perdendo oportunidades de empregos, oportunidades de renda, agregação de valor de um modo geral, inclusive com aumento de receita de impostos. E evidentemente que isso traz efeitos não só econômicos mas também sociais para os catarinenses.
É válida a preocupação, o encontro, a reunião, tanto dos governadores quanto da participação principalmente da Fiesc e da SCGás, numa ação forte junto ao governo federal, para que tomem essa decisão em favor da população catarinense, em favor da sociedade catarinense.
Muito obrigado, sr. presidente!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)