Pronunciamento

Silvio Dreveck - 056ª SESSÃO ORDINÁRIA

Em 22/06/2011
O SR. DEPUTADO SILVIO DREVECK - Sr. presidente, sras. deputadas e srs. deputados, quero endossar a manifestação do deputado Valmir Comin, quando se referiu à tabela do SUS, pois tive a oportunidade de ser secretário da Saúde do município de São Bento do Sul de 1993 a 1996. Desde aquela época estamos nessa briga, no bom sentido, de conseguir convencer o governo a atualizar essa tabela.
Lamentavelmente, pouco se avançou nesses mais de dez anos no que diz respeito ao aumento do pagamento pelos serviços prestados tanto pelo estado e pelos municípios quanto pelos prestadores conveniados. Isso de fato tem trazido sérios problemas, porque o que é pago pela tabela muitas vezes não cobre o custo, quanto mais no caso do prestador, que precisa ter uma pequena margem para poder fazer frente aos investimentos necessários e ao mesmo tempo manter o próprio negócio. E no serviço público não é diferente. O que os nossos laboratórios e hospitais recebem está muito aquém, muito longe de um valor pelo menos próximo da realidade e com isso, evidentemente, vivemos esse drama na Saúde ao longo dos anos.
O Sistema Único de Saúde teoricamente é muito bom para a população. Em contrapartida, a gestão tem sido um problema, mas muito mais grave ainda é o financiamento para resolver os problemas da Saúde, ou amenizar, pelo menos, no Brasil e em Santa Catarina. É mais difícil para os prefeitos, para os secretários, enfim, para aqueles que fazem a gestão pública da Saúde, porque é lá que a população procura o atendimento e na grande maioria não consegue em função dos problemas financeiros e muitas vezes da própria gestão financeira.
Por outro lado, srs. deputados, sras. deputadas, no dia de ontem, terça-feira, 21 de junho, o Diário Catarinense divulgou uma matéria, no Caderno de Economia, que comprova com dados, com números, que a indústria catarinense, acredito que no Brasil todo, vem sofrendo um processo de desindustrialização, de desaceleração do número de empregos, especialmente a indústria de transformação, que é a grande empregadora no Brasil, e em Santa Catarina não é diferente.
Para se ter uma ideia, em maio o saldo do setor foi de 669 postos de trabalho contra 4.200 gerados no mesmo mês no ano passado.
(Passa a ler.)
"A desaceleração da indústria catarinense afetou o desempenho do estado na geração de emprego em maio. O saldo de novas vagas com carteira assinada caiu 17,29%. Na comparação com o mesmo mês do ano passado, reduziu de 5.438 para 4.498. Considerando apenas o desempenho da indústria, a queda foi de 84,2% no mês passado, ou seja, no mês de maio foram criadas 669 vagas contra 4.235 vagas geradas em maio de 2010.
Os segmentos industriais com piores resultados no mês foram o têxtil e o de vestuário, com menos de 1.049 vagas; madeira e mobiliários, com menos 107; e alimentos e bebidas, com menos 45. Os números são do Cadastro Geral de Empregos e Desempregados (Caged) e foram divulgados ontem pelo Sistema Nacional de Empregos (Sine) de Santa Catarina.
Segundo o técnico do Sine em Santa Catarina, Osnildo Vieira Filho, os dados confirmam que a economia catarinense atravessa um processo de desaceleração. Ele diz ainda que esse desaquecimento é puxado especialmente pela indústria de transformação que, embora ainda seja o setor que em termos absolutos mais gerou empregos no ano, vem perdendo força a cada mês. Nos primeiros cinco meses do ano, a indústria catarinense criou 25.511 mil novos postos de trabalho, uma queda de 35,29% em relação às 34.785 vagas geradas no mesmo período do ano passado.
Somando todos esses setores, o resultado do acumulado do ano apresenta a queda de 9,52%. O que ainda está mantendo esse nível de emprego é a construção civil, em função da injeção de recursos principalmente pelo governo federal, o que vem de algum modo compensando parte dessas vagas."
Já fizemos esse alerta por várias vezes desta tribuna. Deputado Reno Caramori, v.exa. também já alertou sobre isso várias vezes, ou seja, se não houver nenhuma ação por parte dos governos, principalmente no âmbito do governo federal, que venha fazer uma política pública de recuperação da nossa indústria, corremos o risco de sofrer uma grave desindustrialização e automaticamente o nosso parque fabril poderá entrar em rota de colisão, o que não é bom para o país nem para ninguém.
Alertamos que sofremos principalmente com nossas exportações, que vêm cada vez tendo mais dificuldade de competir em função da nossa alta carga tributária, da alta taxa de juros, aliada ainda ao que sofremos com a importação. Então, se não tomarmos alguma medida, a situação poderá piorar.
Muito obrigado!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)