Pronunciamento

Silvio Dreveck - 075ª SESSÃO ORDINÁRIA

Em 22/07/2010
O SR. DEPUTADO SILVIO DREVECK - Sr. presidente, srs. deputados, deputada Angela Albino, prestei atenção na sua fala, bem como na do deputado Reno Caramori e fiquei refletindo sobre os escândalos que vêm envolvendo a prefeitura e o estado, que até hoje não deram satisfação para os catarinenses sobre esse dinheiro público.
A árvore de Natal está no silêncio, o caso Bocelli está no silêncio. Agora, a restauração da antiga Casa da Câmara por R$ 25 milhões e com R$ 2,5 milhões de comissão. V.Exa. tem não só razão como também fundamento nessa questão, e a sociedade catarinense, em especial Florianópolis, não pode silenciar e vai ter que se manifestar, vai ter que reagir, porque é dinheiro público de todos os contribuintes.
Ao longo dos anos essas pessoas vêm administrando. Primeiramente foi uma prefeitura vizinha, agora é a prefeitura da capital. E aí parece que misturaram as coisas, ora dinheiro do estado, ora dinheiro da prefeitura, em outras palavras, dinheiro do povo. Tudo leva a crer que alguém está levando esse dinheiro, porque até agora não explicaram o caso Bocelli, não explicaram o caso da árvore de Natal e agora estão tentando apresentar justificativas de que não sabem de nada, de que não têm conhecimento. Deu miopia na hora da assinatura ou coisa parecida.
Também prestei atenção quando o deputado Reno Caramori se manifestou, hoje pela manhã, a respeito do saneamento em Santa Catarina, mais precisamente sobre o esgoto sanitário. É bem verdade que essa falta de investimentos em esgoto sanitário já vem ocorrendo ao longo dos anos.
Primeiramente se resolveu a questão da água tratada, e praticamente 100% dos catarinenses contam com esse serviço atualmente. Mas 10% apenas têm rede de esgoto tratado. É lamentável que o estado de Santa Catarina esteja nesse estágio, perdendo apenas para um estado da federação brasileira.
Isso é decisão política de priorizar investimentos. É um programa em Santa Catarina não para um governo, mas para a continuidade de governo, independentemente de partido.
Eu não sei, deputada Angela Albino, o que a Casan investiu em esgoto sanitário em Santa Catarina. Não tenho conhecimento se foi muito ou pouco. Mas oito anos daria para fazer um pouco mais, com certeza. Agora, neste ano, aqui nesta Casa, nós aprovamos a busca de um financiamento no exterior, mais precisamente no Japão, mas isso é pouco.
Quando se fala em Saúde, sabemos que Saúde é um conjunto do tratamento curativo, ou seja, a consulta, o diagnóstico, os exames, o internamento, o procedimento cirúrgico. Mas também tem o outro lado, o preventivo, que é antecipar o problema da doença. E aí temos vários programas criados que são eficientes, como o próprio Programa da Saúde da Família, como os programas de saúde da mulher, da criança, do idoso, todos são importantes.
Mas não podemos esquecer que paralelamente o esgoto sanitário, ou seja, o saneamento básico, economiza dinheiro público para tratamento de doença, porque a cada real investido em esgoto, quando falo em esgoto falo em rede de tratamento, nós estamos economizando R$ 4,00 dos cofres públicos para o tratamento curativo. Então, vale a pena investir. E é uma decisão política, é uma decisão de priorizar e de dar sequência, dar continuidade, independentemente, repito, de quem esteja no governo.
O que nós não podemos é mais uma vez chegar ao final de oito anos praticamente de mandato e não ter... Pelo menos no atual governo, o governo como um todo, o que deixou o governo, não tem o que apresentar para a população catarinense de investimentos em saneamento básico.
Ao mesmo tempo temos todos esses problemas: falta de investimento em esgoto sanitário, na segurança pública, na saúde, na educação, e vimos o resultado da avaliação nacional. E isso é triste para nós. Como nós vamos evoluir, transformar a nossa sociedade, se não investirmos o suficiente para ter educação de qualidade? E educação que falo é o conjunto de conhecimento.
É preciso investir na qualidade valorizando o professor, além da remuneração, com a capacitação contínua, não eventual. É preciso valorizar aqueles que estão dentro da sala de aula, pois são quem fazem a diferença, mas é preciso dar condições, desde a área física, de valorização na capacitação, de valorização na remuneração, de tratar com dignidade aquele que faz a diferença, que leva o conhecimento e transforma uma sociedade para a evolução.
Não temos dinheiro para a saúde, para a educação e segurança. Não temos dinheiro, é o que se diz, para resolver o problema da acessibilidade à nossa capital, e foi dito ontem nesta Casa, o nosso acesso vindo da BR-101, deputado Elizeu Mattos, o nosso acesso da BR-282 sem uma marginal, sem um projeto, eis que é um congestionamento terrível, principalmente para aqueles que trabalham todos os dias. E nós que estamos praticamente residindo aqui, pelo menos durante a semana, sentimos isso.
Também temos um sério problema com o nosso aeroporto que continua na mesma situação no que diz respeito ao acesso, no que diz respeito aos terminais. É inadmissível o aeroporto de uma capital, que possui um fluxo enorme de passageiros, estar na situação em que está. E ao mesmo tempo não tem dinheiro. Mas vimos mais de três milhões para o caso de Andrea Bocelli, cantor italiano, com todo respeito, mas não aconteceu nada. Para a árvore de Natal foram mais de três milhões, e não aconteceu nada. E agora a reforma da Casa Municipal no valor de R$ 25 milhões, que para todos os efeitos ninguém sabe de nada.
Catarinenses, vocês que nos ouvem pela TVAL e pela Rádio Alesc Digital pensem, porque está na hora de mudar!
Obrigado, sr. presidente!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)