Pronunciamento

Silvio Dreveck - 031ª SESSÃO ORDINÁRIA

Em 08/04/2014
O SR. DEPUTADO SÍLVIO DREVECK - Sr. presidente, srs. deputados, sras. deputadas, na sequência da nossa fala anterior, quero focar agora no que diz respeito ao nosso Mercosul.
Vejo com muita preocupação a falta de ação e ao mesmo tempo a falta de união entre os líderes dos nossos países, principalmente do Brasil e da Argentina. O bloco do Mercosul deve se consolidar, e já perdemos muito tempo, muitos espaços e competitividade para as comunidades que já se organizaram, como a comunidade europeia, como a comunidade do Nafta, que é composta pelos Estados Unidos, Canadá, México e Chile, que participa informalmente, que é um país exemplar aqui da América do Sul, e também os países do continente Asiático, que se organizaram e estão competindo no mundo todo.
Enquanto que encontramos dificuldades, o que constatamos, mais uma vez, nesta viagem, inclusive para transitar nas nossas alfândegas, nas aduaneiras, nas próprias organizações que controlam a imigração e a migração, com uma burocracia muito prejudicial a esse relacionamento entre os países da América do Sul. Sempre se falou numa alternativa para a América Latina ser forte e competitiva, tanto no aspecto econômico e social das relações de negócios, seria concretizar o bloco do Mercosul.
Isso é verdade, mas infelizmente, tivemos um avanço quando foi iniciado e acabamos perdendo no espaço aquele período de avanço por conta de decisões isoladas dos líderes dos países, em que cada um fazia a sua política de exportação, de importação, de tributos, de barreiras, limitando o que podia vender ou não, o que se tributava mais para vender, que terminou em prejuízo para os países do Mercosul.
Nós estamos numa fase em que toda a América do Sul, com exceção do Chile e da Colômbia, e o Brasil que é na verdade um grande líder, mas diminuiu a sua capacidade de crescimento, prova disso é o nosso PIB que vem despencando. Então, se temos essa dificuldade em conjunto, imagine isoladamente.
Esse instrumento, que é o Mercosul, tem que ter um pouco mais de decisão, de vontade política de fazer com que as decisões tomadas pelos líderes dos países sejam de comum acordo, mas não nesse confronto de barreiras, pois as barreiras comerciais, as taxações de tributos em determinados produtos não têm como perdurar, porque na medida em que faço uma proteção exagerada, não que outros países não façam, isso não é diferente nos Estados Unidos nem na comunidade Europeia, mas a proteção excessiva faz com que a nossa indústria não se torne altamente competitiva, e por isso não tem durabilidade.
É necessário se colocar que o custo Brasil é um dos desafios a serem superados. E não podemos imputar isso somente ao Congresso Nacional, porque o conjunto do governo não tem o interesse de fazer essa reforma - e neste ano ela não ocorrerá - para a redução de tributos, de impostos e a aplicação de investimentos na infraestrutura brasileira, reduzindo o Custo Brasil.
A realização dessa reforma no campo econômico permitiria que liderássemos o processo do Mercosul, dando o exemplo de que é possível fazer. E temos esse dever e obrigação por sermos um país territorialmente e incomparavelmente maior que os demais, por termos uma capacidade produtiva em todos os setores, tanto na indústria como na pecuária, na agricultura. Esse é o grande legado que temos não apenas para com o Brasil, mas para com os outros países. Que país tem tanta riqueza natural e grandes áreas para a produção de alimentos como o Brasil?
Hoje aqui ouvi atentamente o deputado Moacir Sopelsa fazer referência ao estado de Santa Catarina como o quinto maior produtor de alimentos, exportando alimentos para o mundo. Por que não fortalecer a economia nacional baseada nas riquezas do país? Não podemos esquecer que o Brasil tem que ser o líder do Mercosul, para daí sim, poder competir em igualdade com as outras comunidades já organizadas no campo econômico e político, unidas em blocos, que estão competindo no mundo.
Portanto, espero que possamos avançar o mais breve possível no Mercosul.
Muito obrigado!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)