Pronunciamento

Silvio Dreveck - 071ª SESSÃO ORDINÁRIA

Em 27/08/2013
O SR. DEPUTADO SÍLVIO DREVEK - Sr. presidente, srs. deputados, sras. deputadas, meu líder, deputado Valmir Comin, quero aqui agradecer por essa oportunidade, até para contribuir um pouco com esse debate que está se fazendo, na Casa, há muito tempo, que é um debate relevante para a sociedade brasileira, no que diz respeito à saúde.
Penso que esse debate sobre a situação da vinda dos médicos, em que alguns são favoráveis, outros contrários, são para estender o atendimento médico para todos os municípios brasileiros. Mas o que se está debatendo é como se vai fazer esse contrato, até porque esses recursos que o governo brasileiro vai pagar serão transferidos para o governo, pois no país cubano o caso é um pouco diferente.
Portanto, há um questionamento nesse quesito. Eu penso que desde que os médicos, mesmo sendo de outros países, venham com conhecimento sobre saúde não há por que ser extremamente contra a uma soma que pode ser benéfica para a população brasileira. Mas há o questionamento da avaliação, ou seja, o chamado revalida, que é a avaliação por uma comissão de médicos e de professores para convalidar o seu conhecimento.
Mas o que me chama a atenção neste debate é que precisa ser lembrado que o gerenciamento é uma das ferramentas importantes para tornar o trabalho eficiente na Saúde. E, nesse caso, a minha experiência de secretário da Saúde e de oito anos de prefeito de São Bento do Sul, remete-me a avaliar que o gerenciamento dos recursos humanos e o atendimento humanizado fazem a diferença. São instrumentos que melhoram a qualidade de atendimento da população.
Mas é verdade que para poder fazer um atendimento de qualidade e humanizado é preciso ter profissionais qualificados, e para isso precisa-se de investimentos.
Acredito que a ausência de investimentos acontece não somente no atual governo, mas vem desde 1997. A melhoria dos valores pagos para os hospitais e até para as prefeituras conveniadas - e principalmente para os hospitais filantrópicos que em Santa Catarina a grande maioria - é o que está fazendo falta para um melhor serviço de saúde nos municípios.
Como disse, desde 1927, esses valores não são corrigidos. Não vamos nem falar em valor real, mas em reposição de inflação. E eu tomei a liberdade de fazer esse cálculo da inflação de 1927 até os dias de hoje. É um valor bem significativo. E isso demonstra por que os nossos hospitais estão indo à falência. É nada menos do que 160%. Obviamente, não tem como fazer com que esses hospitais e as próprias prefeituras consigam manter o financiamento de custeio.
Não estamos nem falando de construir área física ou de comprar equipamento, mas do dinheiro que se precisa no dia a dia. As pessoas que mais precisam utilizam o Sistema Único de Saúde, porque não têm dinheiro suficiente para pagar um plano de saúde, para pagar uma consulta, quanto mais um internamento ou um procedimento cirúrgico.
Por isso, defendo e continuo dizendo que o grande problema na área financeira está na falta da correção da inflação dos valores que são pagos aos hospitais e entidades que são conveniadas ao sistema público. Isso não vai resolver tudo, mas vai com certeza melhorar muito a situação financeira dos hospitais que estão na iminência da falência. Por mais que possa ser difícil, sempre vai haver aporte de recursos tanto do governo federal quanto estadual, mas os hospitais filantrópicos, comunitários, sobrevivem de recursos de convênios, de alguns serviços particulares. Mas a grande maioria atende pelo SUS, que representa em média 75% dos atendimentos. Portanto, há necessidade de rever esses valores, dessa correção da tabela SUS.
Muito obrigado!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)