Pronunciamento

Silvio Dreveck - 045ª SESSÃO EXTRAORDINÁRIA

Em 07/11/2007
O SR. DEPUTADO SILVIO DREVECK - Sr. presidente e srs. deputados, na última segunda-feira, dia 5, tivemos a oportunidade de homenagear, nesta Casa, várias entidades, várias pessoas ilustres em Santa Catarina. E todas certamente merecem essa grande homenagem, esse mérito criado aqui na Assembléia Legislativa, mas não posso deixar de registrar a homenagem concedida a São Bento do Sul, mais especificamente à Sociedade Literária São Bento.
(Passa a ler.)
"São Bento do Sul foi fundada em 23 de setembro de 1873 por imigrantes germânicos, poloneses, austríacos e tchecos. As 70 famílias que deram início à colonização trouxeram na bagagem, além de utensílios e pertences, muita determinação e vontade de vencer. Acostumados com uma vida que valorizava a cultura, sentiram desde o começo a falta de um local onde pudessem se reunir para conversar e encontrar livros e revistas.
Foi assim que em 15 de outubro de 1881 - apenas oito anos após a fundação - os primeiros colonizadores de São Bento do Sul criaram a Sociedade Literária São Bento, cujo primeiro nome foi 'Lese-Vereni', que significa em português Sociedade de Leitura.
Entre os 28 fundadores, há sobrenomes como: Jürgensen, Mendel, Sinks, Hussmann, Keil, Fischer, Uhlig, Langer, Kopp, Müller, Krause, Herbst, Schiller, Humbocki, Jakusch, Gostomsky, representando sua origem germânica, polonesa, austríaca e tcheca. Mas é interessante observar que entre os fundadores da Sociedade de Leitura figuraram sobrenomes como: Silva, Souza e Camargo, dando a entender a integração étnica que existia já nos primeiros anos de vida de São Bento do Sul.
Aos poucos a sociedade foi-se consolidando, tornando-se uma referência para os moradores que nela buscavam a cultura e a informação, através da leitura de livros, revistas e jornais. O acervo inicial da sociedade, que mais tarde passou a ser denominada de Sociedade Literária São Bento, foi constituído por doações dos moradores. Em decorrência, os primeiros livros eram em língua alemã. O acervo foi crescendo, através de doações e compras, englobando livros, revistas e jornais em vários idiomas.
Lamentavelmente, durante a guerra mundial de 1939 a 1945, a maioria do acervo foi confiscada por estar escrito em alemão. Perderam-se milhares de livros e, o que é pior, vários documentos e registros, os quais foram queimados, sobre a vida da sociedade e seus membros.
Terminada a guerra, a sociedade renasceu graças ao apoio de toda a comunidade. Novos livros e revistas foram doados e adquiridos, nova sede foi construída e hoje a Sociedade Literária funciona em prédio próprio com mais de 300m², possuindo cerca de 40 mil livros em português e outras línguas, além de revistas e periódicos. Conta com 120 sócios e atende a mais de 200 consultas por mês em sua biblioteca.
Verdadeiro marco cultural, não apenas de São Bento do Sul, mas do estado de Santa Catarina e do Brasil, a Sociedade Literária São Bento é a mais antiga do gênero no país e abriga uma das quatro bibliotecas mais antigas da América Latina. São 126 anos de uma vida que muito contribuiu para o desenvolvimento humano, cultural e social da nossa querida São Bento do Sul.
Por essa razão, no último dia 5 tive a honra de premiar essa sociedade com a medalha Mérito Poder Legislativo Catarinense, outorgada por esta Casa e por indicação minha. A medalha foi entregue ao atual presidente da Literária, sr. Marcos Roberto Scheide, que aqui esteve acompanhado de diversos associados.
Quero registrar meu reconhecimento ao presidente Julio Garcia, aos seus pares da Mesa e a todos os parlamentares pela realização desse evento que reconhece a contribuição de pessoas e entidades à comunidade catarinense, nos mais variados segmentos. E gostaria de parabenizar, mais uma vez, a Sociedade São Bento, seus sócios e amigos e todo o povo de São Bento do Sul.
Muito obrigado!"
(SEM REVISÃO DO ORADOR)