Pronunciamento

Silvio Dreveck - 034ª SESSÃO EXTRAORDINÁRIA

Em 03/12/2008
O SR. DEPUTADO SILVIO DREVECK - Sr. presidente, sras. deputadas e srs. deputados.
Deputado Kennedy Nunes, ainda para complementar o seu brilhante pronunciamento nesta tribuna, além dos municípios do planalto norte, nós poderíamos estender para o meio oeste, para o município de Caçador, que o deputado Reno Caramori conhece muito bem, porque já foi prefeito daquele município, e é deputado representante daquela região que também está sendo afetada por esse problema no setor moveleiro e madeireiro. Quando o dólar estava em queda, chegou ao patamar de R$ 1,60, havia pedidos nas fábricas, mas os proprietários estavam tendo prejuízos. Enormes prejuízos!
E acumulando prejuízos e mais prejuízos algumas empresas fecharam as portas, outras diminuíram muito, muito mesmo, a sua atividade, a sua produção, reduzindo funcionários, reduzindo a sua capacidade instalada, deixando ociosa essa parte. Obviamente que existem outros fatores que afetaram a exportação, principalmente em produtos de valor agregado.
Mas o interessante, deputados Kennedy Nunes e Reno Caramori, é que agora que o dólar deu uma avançada - infelizmente por uma crise que causou sérios prejuízos, por exemplo, na Bolsa de Valores - as empresas que estavam comprando, as importadoras de outros países, deixaram de renovar seus pedidos.
Então, o dólar está mais equilibrado, ou seja, está mais alto, mas o setor moveleiro, o setor da madeira foi afetado novamente, porque agora foram suspensos os pedidos das empresas que importavam.
Portanto, mais uma vez isso demonstra que a crise está afetando o Brasil, está afetando a exportação e vai afetar mais! Certamente que para 2009, e eu sou otimista, não sou pessimista, mas minha perspectiva é que para 2009 vamos ter uma desaceleração na economia mundial, obviamente, que por conseqüência vai afetar também a economia brasileira. O quanto, só o tempo vai-nos dizer, mas temos que estar preparados para esta desaceleração da nossa economia que certamente vai reduzir a capacidade de investimentos.
O setor de investidores, ou seja, os empresários têm segurado, têm diminuído as suas propostas de avançar em projetos, em ampliar suas fábricas. Prova disso é a nossa região norte, aonde havia a proposta de instalação da Cooperativa Aurora no município de Canoinhas e a empresa Sadia no município de Mafra, que protelaram seus investimentos, e não se sabe por quanto tempo, por conta de tudo isso que está acontecendo, por conta dessa crise financeira mundial que obviamente vai afetar, independente de ser país de primeiro mundo ou em desenvolvimento, como é o caso do Brasil.
Volto a repetir: tomara que não afete tanto o Brasil, mas nós, numa economia globalizada, não estaremos isentos do que pode acontecer em 2009.
Com relação à proposta de v.exa., no que diz respeito a produzir móveis e produtos que possam ser vendidos a essas famílias que foram atingidas pela catástrofe em Santa Catarina, talvez fosse sábio transformá-la em projeto de lei. E tenho certeza de que se o governo enviar a esta Casa, terá a aprovação dos nossos pares deputados, para que essas empresas tenham isenção de impostos para produzir por um preço menor, e que o próprio governo possa incentivar a compra desses produtos através dessas empresas. Também poderíamos estender para material de construção, eletrodomésticos, móveis que serão doados a essas famílias para facilitar e agilizar a recuperação dos municípios que foram afetados e principalmente daquelas famílias, porque todos nós somos solidários, queremos e vamos ajudar na recuperação o mais rápido possível.
Por outro lado, eu não poderia deixar de me manifestar a respeito da segurança no estado de Santa Catarina, em especial em nossos municípios do planalto norte, da microrregião do alto vale do Rio Negro, que compreende os municípios de São Bento do Sul, Campo Alegre e Rio Negrinho, e tem sido uma constante na pauta da sociedade daquela região. Tenho aqui uma manifestação do capitão da companhia de São Bento do Sul, que atende os municípios de São Bento do Sul, de Rio Negrinho e de Campo Alegre, deputado Reno Caramori. O capitão participou de uma reunião na associação empresarial e faz uma manifestação que obviamente é preocupante no que diz respeito à segurança.
Ele diz o seguinte: (Passa a ler.)
"São Bento do Sul - A defasagem de efetivo e o aumento de crimes como furtos em estabelecimentos comerciais e veículos foram alguns dos assuntos apresentados com preocupação pelo capitão da Polícia Militar em São Bento do Sul, Zelindro Ismael Farias." Isso foi na segunda-feira à noite, na reunião da Acisbs.
"Zelindro aproveitou para pedir à classe e à sociedade que encabeçassem uma articulação para a melhoria das condições de trabalho e do efetivo policial da região. São 143 soldados na ativa nos três municípios da área de abrangência da companhia - São Bento do Sul, Rio Negrinho e Campo Alegre, sendo que o ideal é que houvesse 343 soldados atuando na região. O capitão levou em conta a tabela da própria PM.
O município com situação mais crítica é São Bento do Sul, com uma defasagem de 95 policiais. Em seguida, Rio Negrinho, com carência de 77 policiais, e Campo Alegre, com 22 policiais a menos que o ideal. Esse valor é calculado por uma relação de um policial para cada 400 habitantes. Há, porém, uma tabela da ONU que recomenda um policial para cada 250 pessoas, tornando o índice na região ainda mais preocupante. [...][sic]
Srs. deputados, a manifestação é técnica, não é nenhum pronunciamento político. Então, quando falamos em segurança não podemos esquecer que começa pelo efetivo, e se nós temos essa defasagem, essa insuficiência, obviamente que os crimes são maiores por conta da ausência, deputado Sargento Amauri Soares. E o capitão tem toda razão, ele tem um limite, se não há mais efetivo ele não pode fazer mais do que está ao alcance da capacidade humana.
Fizemos uma manifestação aqui na Casa pedindo a instalação de câmeras, uma indicação, aprovada por todos os nobres colegas, mas até hoje o governo do estado não fez nenhuma manifestação. As instalações dessas câmeras ajudam, identificam e inibem a manifestação dos vândalos e dos crimes, automaticamente. Então dá para atuar em duas ações, uma na instalação de câmeras, e a outra no aumento do efetivo.
Se existe dinheiro para fazer o filme o Quebrador de Corações, se dá para destinar recursos para a dona Vera Fischer, por quem tenho muito respeito, como não fazer ações para a nossa segurança em Santa Catarina?
Então é questão de priorizar! E priorizar, deputado Reno Caramori, é reduzir essas secretarias Regionais, esse modelo que não funciona, que prioriza aumento de despesas e receita. Vamos reduzir as secretarias, sr. governador, e colocar mais dinheiro na segurança, na educação e na saúde, que o resultado para os catarinenses vai ser bem melhor do que essa destinação de recursos para apadrinhar os correligionários políticos.
Muito obrigado!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)