Pronunciamento

Silvio Dreveck - 062ª SESSÃO ORDINÁRIA

Em 05/08/2009
O SR. DEPUTADO SÍLVIO DREVECK - Sr. presidente, srs. deputados, sra. deputada, tivemos a oportunidade de participar de uma avaliação da economia catarinense e confesso que fiquei muito preocupado com o relatório do último semestre no que diz respeito aos resultados da nossa economia, no que diz respeito à geração de emprego. A situação é preocupante, para não dizer alarmante.
Srs. deputados, para termos uma idéia, segundo os dados da Fiesc, a produção industrial em Santa Catarina de janeiro a maio de 2008/2009 foi negativa em 14,1%; vendas (faturamento real), -4,9%, ou seja, aproximadamente -5%; emprego industrial, srs. deputados, sras. deputadas, -1,1%; exportações, -22,2%; e importação, -17,2%.
Trata-se de uma situação que é, sem dúvida, preocupante, não só pelo fato de reduzir o dinheiro, de reduzir a receita das empresas, mas mais pela redução do emprego. Além de haver essa retração, a perspectiva também não é das melhores e se analisarmos a situação econômica e do emprego em determinadas regiões, é mais preocupante ainda.
Mas volto a falar um pouco, srs. deputados, da região norte, mais especialmente do planalto norte catarinense. Para se ter uma ideia, deputado Antônio Aguiar, v.exa. que é daquela região, em Campo Alegre, São Bento do Sul, Rio Negrinho, Mafra, Itaiópolis, Papanduva, Monte Castelo, Canoinhas, Três Barras, Porto União, Irineópolis, Bela Vista do Toldo, Major Vieira, Timbó Grande e Caçador, no setor madeireiro e moveleiro a cada semana aumenta a tensão das empresas, dos empresários, principalmente quanto ao fato de manter os seus colaboradores, de manter o emprego.
Em São Bento do Sul, nos últimos cinco anos, a população reduziu de 78 mil para, aproximadamente, 73 mil habitantes, município esse em que a sua economia vinha crescendo. Em Rio Negrinho não é diferente, empresas com mais de 80 anos fecharam suas portas; empresas com 300, 200, 600, 800 colaboradores fecharam suas portas. E não há, repito, nenhuma perspectiva de melhorar o quadro, principalmente nos municípios exportadores, já que o dólar, como vemos, a cada dia está caindo e não há mecanismos suficientes para recompor os custos, por mais que as empresas tenham procurado diminuí-los para poder competir no mercado internacional.
Não há perspectiva, srs. deputados, de um desejo, de uma vontade, de uma reforma tributária, principalmente no que se refere aos encargos sociais, para que as exportações catarinenses voltem a crescer, voltem a ser competitivas.
Hoje mesmo, de manhã, quando o secretário Gavazzoni nos apresentava, na comissão de Finanças, o quadro de crescimento das exportações brasileiras, isso me chamava a atenção, porque apesar de ter havido um salto em números, deputado Lício Mauro da Silveira, nos últimos dez anos, pulando de R$ 48 bilhões para quase R$ 200 bilhões, o que nós estamos exportando? A maioria commodities e manufaturados, que agregam valor, que agregam impostos, que agregam mão-de-obra, pois representam um setor que está estabilizado.
E quando nós falamos em exportações, se fizermos uma análise mais profunda poderemos perguntar: qual o percentual que o Brasil exporta, que vem exportando? Não só na última década estamos beirando 0,9%, 1,0%, 1,1% da nossa produção, do nosso PIB. Isso quer dizer o quê, deputado Lício Mauro da Silveira? Que o Brasil cresceu, que o mundo cresceu, que o consumo cresceu. Em percentual nós estamos exportando pouco, aliás, pouquíssimo, podemos dizer, e é evidente que as regiões exportadoras são as mais afetadas.
Não bastasse isso, temos mais um problema grave em Santa Catarina que também está prejudicando a economia, que é o porto de Itajaí, que não afeta somente o município de Itajaí, mas o nosso estado e o Brasil. E temos acompanhado o empenho do nosso prefeito Jandir Bellini, deputado Lício Mauro da Silveira, que não tem medido esforços, mas parece que toda a iniciativa, toda a tentativa não tem tido êxito ou aquilo que se espera de uma ação mais rápida para recuperar pelo menos parte da economia catarinense.
E quando nós falamos isso não é apenas para fazer o discurso, mas para sensibilizar as nossas autoridades que têm como missão resolver pelo menos aquilo que é da alçada das autoridades do estado, da união, pois têm condições de fazer o mínimo para tomar decisões que possam, pelo menos, estabilizar o nível de emprego em Santa Catarina.
Eu volto em outra oportunidade para avançar na questão do porto de Itajaí e da economia catarinense.
Muito obrigado!
(SEM REVISÃO DE ORADOR)