Pronunciamento
Serafim Venzon - 045ª SESSÃO ORDINÁRIA
Em 30/05/2007
O SR. DEPUTADO SERAFIM VENZON - Sr. presidente, sras. deputadas e srs. deputados.
O Sr. Deputado Manoel Mota - V.Exa. me concede um aparte?
O SR. DEPUTADO SERAFIM VENZON - Pois não!
O Sr. Deputado Manoel Mota - Deputado Serafim Venzon, quero usar apenas 30 segundos para dizer que estou feliz com o que ouvi.
O eminente deputado Pedro Uczai veio dizer - eu não sei se foi atendido pobre ou rico, a minha prioridade sempre foi o pobre -, que é luz para todos. Então não estão excluindo qualquer pessoa, só para contradizer o próprio pronunciamento de v.exa. quando disse que o programa é Luz para Todos e nele está estabelecido que todos podem receber luz, independente de altura ou de situação financeira.
O SR. DEPUTADO SERAFIM VENZON - Obrigado, sr. deputado Manoel Mota.
O Sr. Deputado Pedro Uczai - V.Exa. me concede um aparte?
O SR. DEPUTADO SERAFIM VENZON - Pois não!
O Sr. Deputado Pedro Uczai - Eu acho que o deputado Manoel Mota não ouviu o meu discurso. Eu falei que a universalização não é o primeiro pressuposto, a eqüidade é o primeiro. Enquanto houver pobre sem luz devem atender esses primeiro, para atender depois os ricos. O PMDB atendeu os ricos primeiro e depois os pobres, aí é que está a inversão.
A Sra. Deputada Odete de Jesus - V.Exa. me concede um aparte?
O SR. DEPUTADO SERAFIM VENZON - Pois não!
A Sra. Deputada Odete de Jesus - Deputado Serafim Venzon, eu agradeço o aparte de v.exa., mas complementando os pronunciamentos dos colegas deputados que me antecederam, gostaria de dizer que fiquei chocada com a matéria da RBS. Mais uma vez a imprensa está nos ajudando a fiscalizar. Quero dizer ao presidente desta Casa que cabe-nos investigar essa matéria. Se a imprensa está veiculando matéria que não é verdadeira, precisa ser investigada, não importa a empresa contratada para fazer o trabalho, deve ser investigada. E nós, neste Parlamento, temos a obrigação de investigar, afinal de contas o que nós somos? Somos fiscalizadores do dinheiro público e vamos fiscalizar. Não vamos admitir, não vamos aceitar. Faço parte da comissão de Ética e Decoro Parlamentar nesta Casa. Assumi a Presidência desta comissão e temos que apurar. Se essa empresa não cumpriu, ela deve cumprir! Se a matéria da RBS é mentira, não é verdade, tem que ser investigada. Vamos investigar. Creio, deputado, que a RBS não iria fazer uma matéria a esse respeito se não houvesse alguma coisa. Então estamos aí prontos para apurar os fatos.
Muito obrigada!
O SR. DEPUTADO SERAFIM VENZON - Sr. presidente, gostaria, com a atenção de v.exas., de dizer que ontem, Rio Negrinho, no norte do estado, esteve em festa. Aliás é uma cidade que pertence a uma regional de v.exa., deputado Antônio Aguiar, e também é considerada a minha segunda terra natal, como certamente é uma cidade de referência do deputado Silvio Dreveck, que já foi prefeito de São Bento do Sul que é um município extremamente próximo de Rio Negrinho.
Rio Negrinho, que ainda tem uma grande consideração, um grande respeito por toda a população de São Bento do Sul, graças a um grande número de empreendedores que chegaram há muitos anos ao Planalto Norte e que fizeram São Bento do Sul, Campo Alegre e Mafra crescerem, também cresceu muito graças à honradez de seu povo e a investimentos feitos não só na indústria e no comércio, mas muito também na educação.
Por isso, na noite de ontem, Rio Negrinho comemorou os 50 anos de fundação do primeiro colégio particular, que nós chamamos assim, mas na verdade é o Colégio São José, que pertence à rede Cenec, que começou com esse nome em 1957, por isso está completando 50 anos.
Na verdade, a intenção começou bem antes, na década de 40, em 1942 ou 1943, com o padre Celso Michels, vigário de Rio Negrinho. Havia uma pequena igreja de madeira e atrás dela foi formada uma escolinha das irmãs, que começaram com um jardim-de-infância a pedido do padre Celso. Começou ali a primeira escola particular ligada a igreja.
Naquela época existia também em Rio Negrinho a única escola pública que é saudosa e ainda é o Grupo Escolar Marta Tavares.
Rio negrinho tinha, na época, praticamente uma indústria, a chamada Móveis Cimo, que na ocasião tinha mais de mil funcionários, que depois cresceu muito mais e a cidade inteira de Rio Negrinho praticamente trabalhava na Móveis Cimo. Aliás, a Móveis Cimo, com o tempo, acabou-se exaurindo, e o local onde era a grande Móveis Cimo deixou uma saudosa lembrança porque, hoje, toda a praça, o centro administrativo e cultural de Rio Negrinho está exatamente situado onde ela funcionava.
Mas quero dizer que em 1943, naquela cidade pobre, naquela cidade de trabalhadores e que praticamente tinha uma única fábrica, começava o primeiro colégio que, com as irmãs, depois foi construído o Educandário Santa Terezinha. E dentro daquele educandário começou o Colégio São José, cujo primeiro diretor foi o meu amigo e saudoso padre Aluísio Gonzaga Steiner, que era vigário da paróquia. E a partir de então, Rio Negrinho tinha duas escolas, a Marta Tavares e o Colégio São José. Logo depois vieram outras escolas.
No dia de ontem, eu estava observando que o primeiro conselho, a primeira diretoria do Colégio São José foi formada por empresários e comerciantes - inclusive alguns até foram prefeitos depois. Portanto, o colégio começou apoiado por toda a comunidade e, principalmente, representado pela nata daquela sociedade. E isso fez com que aquele colégio, que começou pequeno, com um jardim-de-infância, hoje se tenha tornado grande. Inclusive a Faculdade Cenecista de Rio Negrinho começará a funcionar a partir do segundo semestre, mas ela começou ali dessa maneira, com o padre Aloísio Steiner, depois veio o saudoso e amigo professor Pedro Henrique Berkembrock que, aliás, é irmão da nossa conhecida que vai ser, no mês de outubro, beatificada aqui no sul do estado pelo nosso Papa.
E exatamente ali em Rio Negrinho foi que o colégio ganhou impulso com o professor Pedro Henrique Berkembrock, depois com o professor Paulo Bernardi, o professor Darci José Klaus, e hoje é administrado pelo professor Adriano de Sales Coelho. Além desses diretores que cito aqui, teve como grandes colaboradores um grande número de professores e, principalmente, a comunidade que apoio e ajudou o desenvolvimento daquele colégio.
Por isso quero aproveitar este espaço aqui na Casa para saudar todos os professores e as diversas diretorias que passaram por esse colégio, que hoje é grande e reconhecido em todo o estado. Esse grande colégio certamente foi um grande fator de desenvolvimento do planalto norte de Santa Catarina, especialmente de Rio negrinho, e tudo isso se deu graças à colaboração de muita gente: dos diretores, das equipes diretoras e, principalmente, pelo apoio de toda a comunidade. Aquele colégio é do povo de Rio Negrinho e é grande assim graças a ele!
(Passa a ler.)
"As memórias históricas do Colégio Cenecista São José iniciaram na década de 40. Naquela época, Rio Negrinho era um pequeno povoado catarinense. Descendentes de imigrantes passavam por mudanças e novas conquistas em que a religiosidade sempre esteve presente. A antiga capela de madeira foi demolida para então iniciar a construção da nova igreja. Dentre a população, em grande número, tanto adultos e crianças trabalhavam em conjunto.
A paróquia estava confiada aos padres da Congregação do Sagrado Coração de Jesus. Ao lado havia uma casa de madeira onde funcionava uma escola alemã. A educação local contava também com o Grupo Escolar Marta Tavares, que registrava a matrícula de aproximadamente 500 alunos.
As indústrias eram destinadas ao ramo madeireiro. A principal era conhecida como Móveis Cimo, que chegou a ser uma das principais de toda a América Latina e nela trabalhavam em torno de mil operários.
A população em sua grande maioria era pobre e para proporcionar uma melhor educação e auxílio, o então vigário, padre Celso Michels, dirigiu-se a Curitiba para, junto das irmãs da Congregação das Irmãs de Chamberry, no bairro do Cajuru, estudarem a possibilidade da criação de um jardim-de-infância em Rio Negrinho.
Para iniciar o trabalho educativo chegaram na cidade, em 1947, as primeiras operárias de São José: madre Joana Maria Greskiro, irmã Maria Nelly Pereira, irmã Luiza Inês Dwigan, madre Imelda e irmã Umbelina. As mesmas foram recebidas pelo padre Celso Michels, pela população e pelas autoridades locais. As irmãs iniciaram as atividades em uma casa onde era a sede da Sociedade dos Cantores, casa esta onde se localizava o antigo Banco do Brasil, destruído por um incêndio no ano de 2000. As matrículas foram muitas, não havia diferença entre pobre e rico. O número de alunos aumentou e foi necessário criar também o curso primário. As irmãs, juntamente com o vigário, concluíram ser urgente a construção do colégio definitivo. Este deveria ser construído em um terreno comprado pelas irmãs em 1947, porém não era apropriado. Foi então que o proprietário, sr. Carlos Weber, doou generosamente um terreno próximo à igreja.
O trabalho da construção se iniciou em 1950 e foi bem organizado. O padre Celso Michels, as irmãs, bem como a comunidade dedicaram-se muito para que o projeto fosse concluído. Enfim, em 17 de fevereiro de 1952, o novo prédio do Educandário Santa Terezinha foi inaugurado com muita alegria e orgulho. Até o final de 1957, o educandário oferecia os cursos de jardim-de-infância e primário. Foi então necessário criar o curso ginasial.
O padre Luiz Gonzaga Steiner, terceiro vigário da Paróquia Santo Antônio de Pádua de Rio Negrinho (1957-1966), foi o fundador do Ginásio São José, tendo o apoio direto da comunidade. Em 1957, reunido com grande número de interessados, discutiu-se a possibilidade da criação de um ginásio gratuito em Rio Negrinho. Esclareceu que a Campanha do Ginasiano Pobre, fundada pelo professor Felipe Tiago Gomes, em 1943, em Recife, era mantenedora de ginásios. Tempos depois essa instituição passou a ser denominada de Campanha Nacional de Educandários Gratuitos - CNCG.
Convocada a Assembléia-Geral para a constituição do setor local da CNEG, em 29 de maio de 1957, no salão nobre do Educandário Santa Terezinha, com a presença de 106 pessoas, realizou-se a eleição da primeira diretoria da CNEG em Rio Negrinho, assim constituída: presidente, padre Aloísio Steiner; vice-presidente, Urbano Murara; secretário-geral, Arnaldo de Almeida Oliveira; primeiro-secretário, Rodolfo Jablonski; segundo-secretário, Euclides Ribeiro; primeiro-tesoureiro, Hains Hauffe; segundo-tesoureiro, Alfredo Grossl; conselho fiscal, João Evaristo Bauer, Milton Zipperer e Luiz Neidert; suplentes do conselho fiscal, Álvaro Spitzner, Jorge Zipperer Júnior e Paulo Helmuth Grambeck.
A CNEG em Rio Negrinho consolidou-se graças ao dinamismo de seu idealizador e, sobretudo, de seus companheiros de jornada. Em março de 1958, dezenas de matrículas foram realizadas no curso de admissão ao ginásio para ingresso do 1º ciclo do Ginásio São José. Em 1961 o ginásio formava a primeira turma. Problemas e dificuldades, a cada ano, faziam parte da admissão do colégio, como: recursos financeiros insuficientes, carência de profissionais e necessidade de ampliação do espaço físico. Para reforçar o quadro de profissionais, o padre Luiz Gonzaga Steiner contratou professores da cidade de Curitiba, entre eles o professor Pedro Henrique Berkembrock, que compreendeu o ideal e passou a dedicar-se à obra. Em 1965, foi empossado como diretor do ginásio, que iniciava uma nova época histórica.
Mesmo sob nova direção e tendo saído de Rio Negrinho por várias vezes, padre Luiz Gonzaga Steiner interveio para ajudar, orientar e sugerir, acompanhando os passos do Colégio Cenecista São José. No mesmo prédio funcionava o Ginásio São José da CNEG e o Educandário Santa Terezinha (1ª a 4ª séries) de propriedade das irmãs. Em 1973, de comum acordo entre a CNEG e as irmãs, o educandário passou a ser administrado pelo Ginásio São José.
Em 1974, o professor Pedrinho liderou campanha para a aquisição do prédio junto às irmãs. Em 1977, compôs-se o Colégio Cenecista São José, por decreto federal, reunindo o ginásio, o educandário e a Escola Técnica Comercial, esta de iniciativa privada, todos funcionando no mesmo prédio, sob a direção do professor Pedro. Sua dedicação, capacidade diplomática e amor pela profissão tornaram-no um dos diretores mais conhecidos e dinâmicos. Em sua administração também construiu o primeiro ginásio de esportes de Rio Negrinho e com o nome homenageou aquele que conseguiu todo o dinheiro para essas obras e é filho do político Luiz de Vasconcellos, que tanto fez pela região.
Após a morte do saudoso professor Pedrinho, assume por alguns meses a direção sua esposa, Marília Berkembrock, sendo que em 1982 assumiu a direção e administração o professor Darci José Klaus. Em sua administração introduziu-se toda uma nova visão de avaliação de ensino, aprendizagem, de cursos diversificados e, entre eles, um deixou história, o Magistério a nível médio. Fez-se convênio com o Curso Positivo de Curitiba e os professores receberam informações de como trabalhar com este novo material. Nessa gestão viabilizou-se recursos para executar o projeto de construção e ampliação da pré-escola. Era esta uma necessidade que se fazia sentir ao longo dos anos. Foi isso, inclusive, que deu mais credibilidade ao Colégio Cenecista São José perante a sociedade.
A tragédia das enchentes nos anos de 1983 e 1992 que assolou aquela cidade também afetou o colégio e deixou marcas profundas, com a perda de documentos e registros importantes sobre a história. O colégio ainda se projetou em nível nacional e mesmo em nível internacional ao tornar-se bicampeão nacional, por duas vezes consecutivas, no Concurso de Bandas e Fanfarras realizado em São Paulo (1992 e 1993); em 1995 o Colégio Cenecista São José foi convidado a apresentar-se no Chile com sua banda.
O professor Klaus permaneceu até 2000 na direção do Colégio Cenecista São José, quando em agosto de 2000 assumiu a direção administrativa o professor Adriano de Sales Coelho, natural de São Paulo, formado em Análise de Sistemas, Orientação Educacional, Administração Escolar e pós-graduado em Gestão Administrativa. Adriano de Sales Coelho vem reestruturando o espaço físico com novas e modernas salas de aula, laboratórios de informática, química e biologia, um ginásio de esportes remodelado, uma biblioteca mais atualizada e vários investimentos na área pedagógica. Sua visão administrativa visa a uma escola dinâmica e projetada para o futuro em busca de uma educação de qualidade e excelência."
Muito obrigado!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)
O Sr. Deputado Manoel Mota - V.Exa. me concede um aparte?
O SR. DEPUTADO SERAFIM VENZON - Pois não!
O Sr. Deputado Manoel Mota - Deputado Serafim Venzon, quero usar apenas 30 segundos para dizer que estou feliz com o que ouvi.
O eminente deputado Pedro Uczai veio dizer - eu não sei se foi atendido pobre ou rico, a minha prioridade sempre foi o pobre -, que é luz para todos. Então não estão excluindo qualquer pessoa, só para contradizer o próprio pronunciamento de v.exa. quando disse que o programa é Luz para Todos e nele está estabelecido que todos podem receber luz, independente de altura ou de situação financeira.
O SR. DEPUTADO SERAFIM VENZON - Obrigado, sr. deputado Manoel Mota.
O Sr. Deputado Pedro Uczai - V.Exa. me concede um aparte?
O SR. DEPUTADO SERAFIM VENZON - Pois não!
O Sr. Deputado Pedro Uczai - Eu acho que o deputado Manoel Mota não ouviu o meu discurso. Eu falei que a universalização não é o primeiro pressuposto, a eqüidade é o primeiro. Enquanto houver pobre sem luz devem atender esses primeiro, para atender depois os ricos. O PMDB atendeu os ricos primeiro e depois os pobres, aí é que está a inversão.
A Sra. Deputada Odete de Jesus - V.Exa. me concede um aparte?
O SR. DEPUTADO SERAFIM VENZON - Pois não!
A Sra. Deputada Odete de Jesus - Deputado Serafim Venzon, eu agradeço o aparte de v.exa., mas complementando os pronunciamentos dos colegas deputados que me antecederam, gostaria de dizer que fiquei chocada com a matéria da RBS. Mais uma vez a imprensa está nos ajudando a fiscalizar. Quero dizer ao presidente desta Casa que cabe-nos investigar essa matéria. Se a imprensa está veiculando matéria que não é verdadeira, precisa ser investigada, não importa a empresa contratada para fazer o trabalho, deve ser investigada. E nós, neste Parlamento, temos a obrigação de investigar, afinal de contas o que nós somos? Somos fiscalizadores do dinheiro público e vamos fiscalizar. Não vamos admitir, não vamos aceitar. Faço parte da comissão de Ética e Decoro Parlamentar nesta Casa. Assumi a Presidência desta comissão e temos que apurar. Se essa empresa não cumpriu, ela deve cumprir! Se a matéria da RBS é mentira, não é verdade, tem que ser investigada. Vamos investigar. Creio, deputado, que a RBS não iria fazer uma matéria a esse respeito se não houvesse alguma coisa. Então estamos aí prontos para apurar os fatos.
Muito obrigada!
O SR. DEPUTADO SERAFIM VENZON - Sr. presidente, gostaria, com a atenção de v.exas., de dizer que ontem, Rio Negrinho, no norte do estado, esteve em festa. Aliás é uma cidade que pertence a uma regional de v.exa., deputado Antônio Aguiar, e também é considerada a minha segunda terra natal, como certamente é uma cidade de referência do deputado Silvio Dreveck, que já foi prefeito de São Bento do Sul que é um município extremamente próximo de Rio Negrinho.
Rio Negrinho, que ainda tem uma grande consideração, um grande respeito por toda a população de São Bento do Sul, graças a um grande número de empreendedores que chegaram há muitos anos ao Planalto Norte e que fizeram São Bento do Sul, Campo Alegre e Mafra crescerem, também cresceu muito graças à honradez de seu povo e a investimentos feitos não só na indústria e no comércio, mas muito também na educação.
Por isso, na noite de ontem, Rio Negrinho comemorou os 50 anos de fundação do primeiro colégio particular, que nós chamamos assim, mas na verdade é o Colégio São José, que pertence à rede Cenec, que começou com esse nome em 1957, por isso está completando 50 anos.
Na verdade, a intenção começou bem antes, na década de 40, em 1942 ou 1943, com o padre Celso Michels, vigário de Rio Negrinho. Havia uma pequena igreja de madeira e atrás dela foi formada uma escolinha das irmãs, que começaram com um jardim-de-infância a pedido do padre Celso. Começou ali a primeira escola particular ligada a igreja.
Naquela época existia também em Rio Negrinho a única escola pública que é saudosa e ainda é o Grupo Escolar Marta Tavares.
Rio negrinho tinha, na época, praticamente uma indústria, a chamada Móveis Cimo, que na ocasião tinha mais de mil funcionários, que depois cresceu muito mais e a cidade inteira de Rio Negrinho praticamente trabalhava na Móveis Cimo. Aliás, a Móveis Cimo, com o tempo, acabou-se exaurindo, e o local onde era a grande Móveis Cimo deixou uma saudosa lembrança porque, hoje, toda a praça, o centro administrativo e cultural de Rio Negrinho está exatamente situado onde ela funcionava.
Mas quero dizer que em 1943, naquela cidade pobre, naquela cidade de trabalhadores e que praticamente tinha uma única fábrica, começava o primeiro colégio que, com as irmãs, depois foi construído o Educandário Santa Terezinha. E dentro daquele educandário começou o Colégio São José, cujo primeiro diretor foi o meu amigo e saudoso padre Aluísio Gonzaga Steiner, que era vigário da paróquia. E a partir de então, Rio Negrinho tinha duas escolas, a Marta Tavares e o Colégio São José. Logo depois vieram outras escolas.
No dia de ontem, eu estava observando que o primeiro conselho, a primeira diretoria do Colégio São José foi formada por empresários e comerciantes - inclusive alguns até foram prefeitos depois. Portanto, o colégio começou apoiado por toda a comunidade e, principalmente, representado pela nata daquela sociedade. E isso fez com que aquele colégio, que começou pequeno, com um jardim-de-infância, hoje se tenha tornado grande. Inclusive a Faculdade Cenecista de Rio Negrinho começará a funcionar a partir do segundo semestre, mas ela começou ali dessa maneira, com o padre Aloísio Steiner, depois veio o saudoso e amigo professor Pedro Henrique Berkembrock que, aliás, é irmão da nossa conhecida que vai ser, no mês de outubro, beatificada aqui no sul do estado pelo nosso Papa.
E exatamente ali em Rio Negrinho foi que o colégio ganhou impulso com o professor Pedro Henrique Berkembrock, depois com o professor Paulo Bernardi, o professor Darci José Klaus, e hoje é administrado pelo professor Adriano de Sales Coelho. Além desses diretores que cito aqui, teve como grandes colaboradores um grande número de professores e, principalmente, a comunidade que apoio e ajudou o desenvolvimento daquele colégio.
Por isso quero aproveitar este espaço aqui na Casa para saudar todos os professores e as diversas diretorias que passaram por esse colégio, que hoje é grande e reconhecido em todo o estado. Esse grande colégio certamente foi um grande fator de desenvolvimento do planalto norte de Santa Catarina, especialmente de Rio negrinho, e tudo isso se deu graças à colaboração de muita gente: dos diretores, das equipes diretoras e, principalmente, pelo apoio de toda a comunidade. Aquele colégio é do povo de Rio Negrinho e é grande assim graças a ele!
(Passa a ler.)
"As memórias históricas do Colégio Cenecista São José iniciaram na década de 40. Naquela época, Rio Negrinho era um pequeno povoado catarinense. Descendentes de imigrantes passavam por mudanças e novas conquistas em que a religiosidade sempre esteve presente. A antiga capela de madeira foi demolida para então iniciar a construção da nova igreja. Dentre a população, em grande número, tanto adultos e crianças trabalhavam em conjunto.
A paróquia estava confiada aos padres da Congregação do Sagrado Coração de Jesus. Ao lado havia uma casa de madeira onde funcionava uma escola alemã. A educação local contava também com o Grupo Escolar Marta Tavares, que registrava a matrícula de aproximadamente 500 alunos.
As indústrias eram destinadas ao ramo madeireiro. A principal era conhecida como Móveis Cimo, que chegou a ser uma das principais de toda a América Latina e nela trabalhavam em torno de mil operários.
A população em sua grande maioria era pobre e para proporcionar uma melhor educação e auxílio, o então vigário, padre Celso Michels, dirigiu-se a Curitiba para, junto das irmãs da Congregação das Irmãs de Chamberry, no bairro do Cajuru, estudarem a possibilidade da criação de um jardim-de-infância em Rio Negrinho.
Para iniciar o trabalho educativo chegaram na cidade, em 1947, as primeiras operárias de São José: madre Joana Maria Greskiro, irmã Maria Nelly Pereira, irmã Luiza Inês Dwigan, madre Imelda e irmã Umbelina. As mesmas foram recebidas pelo padre Celso Michels, pela população e pelas autoridades locais. As irmãs iniciaram as atividades em uma casa onde era a sede da Sociedade dos Cantores, casa esta onde se localizava o antigo Banco do Brasil, destruído por um incêndio no ano de 2000. As matrículas foram muitas, não havia diferença entre pobre e rico. O número de alunos aumentou e foi necessário criar também o curso primário. As irmãs, juntamente com o vigário, concluíram ser urgente a construção do colégio definitivo. Este deveria ser construído em um terreno comprado pelas irmãs em 1947, porém não era apropriado. Foi então que o proprietário, sr. Carlos Weber, doou generosamente um terreno próximo à igreja.
O trabalho da construção se iniciou em 1950 e foi bem organizado. O padre Celso Michels, as irmãs, bem como a comunidade dedicaram-se muito para que o projeto fosse concluído. Enfim, em 17 de fevereiro de 1952, o novo prédio do Educandário Santa Terezinha foi inaugurado com muita alegria e orgulho. Até o final de 1957, o educandário oferecia os cursos de jardim-de-infância e primário. Foi então necessário criar o curso ginasial.
O padre Luiz Gonzaga Steiner, terceiro vigário da Paróquia Santo Antônio de Pádua de Rio Negrinho (1957-1966), foi o fundador do Ginásio São José, tendo o apoio direto da comunidade. Em 1957, reunido com grande número de interessados, discutiu-se a possibilidade da criação de um ginásio gratuito em Rio Negrinho. Esclareceu que a Campanha do Ginasiano Pobre, fundada pelo professor Felipe Tiago Gomes, em 1943, em Recife, era mantenedora de ginásios. Tempos depois essa instituição passou a ser denominada de Campanha Nacional de Educandários Gratuitos - CNCG.
Convocada a Assembléia-Geral para a constituição do setor local da CNEG, em 29 de maio de 1957, no salão nobre do Educandário Santa Terezinha, com a presença de 106 pessoas, realizou-se a eleição da primeira diretoria da CNEG em Rio Negrinho, assim constituída: presidente, padre Aloísio Steiner; vice-presidente, Urbano Murara; secretário-geral, Arnaldo de Almeida Oliveira; primeiro-secretário, Rodolfo Jablonski; segundo-secretário, Euclides Ribeiro; primeiro-tesoureiro, Hains Hauffe; segundo-tesoureiro, Alfredo Grossl; conselho fiscal, João Evaristo Bauer, Milton Zipperer e Luiz Neidert; suplentes do conselho fiscal, Álvaro Spitzner, Jorge Zipperer Júnior e Paulo Helmuth Grambeck.
A CNEG em Rio Negrinho consolidou-se graças ao dinamismo de seu idealizador e, sobretudo, de seus companheiros de jornada. Em março de 1958, dezenas de matrículas foram realizadas no curso de admissão ao ginásio para ingresso do 1º ciclo do Ginásio São José. Em 1961 o ginásio formava a primeira turma. Problemas e dificuldades, a cada ano, faziam parte da admissão do colégio, como: recursos financeiros insuficientes, carência de profissionais e necessidade de ampliação do espaço físico. Para reforçar o quadro de profissionais, o padre Luiz Gonzaga Steiner contratou professores da cidade de Curitiba, entre eles o professor Pedro Henrique Berkembrock, que compreendeu o ideal e passou a dedicar-se à obra. Em 1965, foi empossado como diretor do ginásio, que iniciava uma nova época histórica.
Mesmo sob nova direção e tendo saído de Rio Negrinho por várias vezes, padre Luiz Gonzaga Steiner interveio para ajudar, orientar e sugerir, acompanhando os passos do Colégio Cenecista São José. No mesmo prédio funcionava o Ginásio São José da CNEG e o Educandário Santa Terezinha (1ª a 4ª séries) de propriedade das irmãs. Em 1973, de comum acordo entre a CNEG e as irmãs, o educandário passou a ser administrado pelo Ginásio São José.
Em 1974, o professor Pedrinho liderou campanha para a aquisição do prédio junto às irmãs. Em 1977, compôs-se o Colégio Cenecista São José, por decreto federal, reunindo o ginásio, o educandário e a Escola Técnica Comercial, esta de iniciativa privada, todos funcionando no mesmo prédio, sob a direção do professor Pedro. Sua dedicação, capacidade diplomática e amor pela profissão tornaram-no um dos diretores mais conhecidos e dinâmicos. Em sua administração também construiu o primeiro ginásio de esportes de Rio Negrinho e com o nome homenageou aquele que conseguiu todo o dinheiro para essas obras e é filho do político Luiz de Vasconcellos, que tanto fez pela região.
Após a morte do saudoso professor Pedrinho, assume por alguns meses a direção sua esposa, Marília Berkembrock, sendo que em 1982 assumiu a direção e administração o professor Darci José Klaus. Em sua administração introduziu-se toda uma nova visão de avaliação de ensino, aprendizagem, de cursos diversificados e, entre eles, um deixou história, o Magistério a nível médio. Fez-se convênio com o Curso Positivo de Curitiba e os professores receberam informações de como trabalhar com este novo material. Nessa gestão viabilizou-se recursos para executar o projeto de construção e ampliação da pré-escola. Era esta uma necessidade que se fazia sentir ao longo dos anos. Foi isso, inclusive, que deu mais credibilidade ao Colégio Cenecista São José perante a sociedade.
A tragédia das enchentes nos anos de 1983 e 1992 que assolou aquela cidade também afetou o colégio e deixou marcas profundas, com a perda de documentos e registros importantes sobre a história. O colégio ainda se projetou em nível nacional e mesmo em nível internacional ao tornar-se bicampeão nacional, por duas vezes consecutivas, no Concurso de Bandas e Fanfarras realizado em São Paulo (1992 e 1993); em 1995 o Colégio Cenecista São José foi convidado a apresentar-se no Chile com sua banda.
O professor Klaus permaneceu até 2000 na direção do Colégio Cenecista São José, quando em agosto de 2000 assumiu a direção administrativa o professor Adriano de Sales Coelho, natural de São Paulo, formado em Análise de Sistemas, Orientação Educacional, Administração Escolar e pós-graduado em Gestão Administrativa. Adriano de Sales Coelho vem reestruturando o espaço físico com novas e modernas salas de aula, laboratórios de informática, química e biologia, um ginásio de esportes remodelado, uma biblioteca mais atualizada e vários investimentos na área pedagógica. Sua visão administrativa visa a uma escola dinâmica e projetada para o futuro em busca de uma educação de qualidade e excelência."
Muito obrigado!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)