Pronunciamento

Serafim Venzon - 070ª SESSÃO ORDINÁRIA

Em 14/07/2010
O SR. DEPUTADO SERAFIM VENZON - Sra. presidente, sras. deputadas, srs. deputados, prezados catarinenses que nos acompanham pela Rádio Alesc Digital e TVAL.
Quero saudar de um forma muito carinhosa o nosso secretário da Saúde, dr. Roberto Hess, que em substituição ao eminente deputado Dado Cherem vem fazendo um grande esforço para melhorar dia por dia a atenção, o atendimento e todas as questões da saúde, quando percebemos que à medida que as tecnologias avançam, que nós colocamos à disposição da sociedade as modernas técnicas para o diagnóstico, para o tratamento, modernos remédios que advêm para a cura e a melhora de algumas doenças, ao mesmo tempo que isso acontece nós temos o desafio de fazer e de poder levar essa tecnologia também àqueles que são atendidos pelo SUS.
E aqui em Santa Catarina nós temos três serviços que prestam, que fazem e que realizam a chamada cirurgia bariátrica. Essa cirurgia faz uma derivação interna do estômago. Inclusive, existem várias formas de realizar esse procedimento cirúrgico, depois do qual o paciente emagrece e passa a ter um peso corporal compatível com sua estrutura física e óssea. Faço aqui referência principalmente ao Hospital Regional de São José, aos serviços do Hospital Governador Celso Ramos e aos serviços do Hospital Universitário.
No Hospital Universitário temos lá o nosso sempre professor dr. Ricardo Baratieri, que aliás já foi até candidato a vice-governador, foi meu professor e de muitos médicos de Santa Catarina. E sei que aquele jeito de tratar as pessoas, aquele jeito de operar, está impregnado em muitos médicos e cirurgiões de Santa Catarina. E o Hospital Universitário, o HU, realiza essas ditas cirurgias para emagrecer.
No Hospital Celso Ramos, e temos o credenciamento daquele hospital, temos o dr. Raul Chatagnier, também meu professor - sei que foi professor e continua sendo. Inclusive, mais de 12, 13 mil médicos em Santa Catarina passaram pelas mãos, pela cabeça e pela alma desse homem que ajudou a formar muita gente.
E de 2003 para cá já foram realizadas no Hospital Celso Ramos 1.150 cirurgias pelo dr. Raul Chatagnier e por sua equipe. Dessas 1.150 a grande maioria foi pelo SUS. Aliás, agora, exclusivamente pelo SUS, porque antes de uma lei do ministério aquele hospital podia atender através de alguns convênios, mas agora atende exclusivamente pelo SUS. Então, são mais de 900 cirurgias que já foram executadas pelo SUS, pela equipe do dr. Raul Chatagnier, aqui no Hospital Celso Ramos.
Vem agora, deputado Décio Góes, uma determinação do ministério apresentada para nós de que dos três serviços vai ficar um só serviço para fazer aquela cirurgia, deputado Jailson Lima. Do Hospital Regional, do Hospital Governador Celso Ramos e do Hospital Universitário vai ficar um só e vão passar todas as cirurgias para o Hospital Universitário. Quem ouve a intenção acha que é boa, porque vai centralizar o serviço da cirurgia para emagrecimento, todas, no Hospital Universitário.
Vamos falar com o chefe da cirurgia bariátrica do Hospital Universitário, dr. Ricardo Baratieri. Se for transferida para ali toda a cirurgia bariátrica de Santa Catarina o que vai acontecer? Vai acontecer que o Hospital Universitário vai continuar fazendo o mesmo número de cirurgias que faz agora, ou seja, vai continuar com fila.
É uma forma de dizer não. Vão transformar três serviços em um e esse um não tem capacidade, conforme palavra do meu professor dr. Ricardo Baratieri, diretor e professor da Universidade Federal de Santa Catarina. Não existe como aumentar mais, não tem como atender mais, não tem como operar mais pacientes. Isso só vai aumentar o tamanho da fila, vai ficar que nem aquela fila do Hospital São José, de Joinville, que tem uma fila de dez quilômetros com dez mil pacientes.
Então, estou fazendo, sra. presidente, uma indicação e peço aqui a aprovação dos nobres pares, para que o dr. Roberto Hess de Souza reveja o encaminhamento de acabar com dois serviços de cirurgia bariátrica, que é o serviço do Hospital Regional, que parece que já estão sendo feitas muito poucas lá, e principalmente não acabar com o serviço de cirurgia bariátrica do Hospital Governador Celso Ramos, que de 2005 para cá já operou 1.100 pacientes.
Em 2005, o dr. Raul Chatagnier foi homenageado pelo Colégio Brasileiro de Cirurgiões, pela técnica realizada, pelo número de atendimentos feitos, especialmente por esse atendimento social aos pacientes que não têm carteira para pagar a sua cirurgia e que vão ao Hospital Governador Celso Ramos encontrar uma equipe de almas boas para poder fazer a cirurgia.
O dr. Raul Chatagnier me dizia que tem mais 115 pacientes já com o dia marcado para a sua cirurgia de agora para frente. É uma cirurgia grande e não tem como o cirurgião fazer duas ou três cirurgias num dia.
Então, para fazer 150 ou 180 cirurgias, são 180 dias. Isso em dias úteis de trabalho é quase um ano, mais de meio ano em dias úteis de trabalho.
Esses pacientes vão ficar abandonados ou vão emendar aquela fila comprida. E aqueles 1.100 pacientes que já foram operados, que precisam continuar com o acompanhamento a cada três meses no primeiro ano de pós-operatório, acompanhados por uma equipe multidisciplinar, cirurgiões, psicólogos, nutricionistas, para orientá-los a seguir uma dieta para mudar o seu comportamento alimentar?
Ora, isso acontece aqui no Hospital Governador Celso Ramos, e se acabarmos com esse serviço, essas 1.100 pessoas vão ficar órfãs. Aonde elas vão fazer o pós-operatório?
Por isso, sra. presidente, srs. deputados, vamos ler sobre esse assunto agora, no horário dos Partidos Políticos.
Deputado Jailson Lima, ouvi dizer que essa foi uma determinação do ministério, portanto, preciso do seu apoio e dos seus colegas deputados do PT, para continuarmos a manter, pelo menos, além do Hospital Universitário, o Hospital Governador Celso Ramos, porque além de possuir um extraordinário serviço, também tem uma ótima equipe de professores e atende a um grande número de pacientes, especialmente do SUS, aqueles que em outro lugar não teriam como fazer a cirurgia.
Muito obrigado!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)