Pronunciamento

Romildo Titon - 025ª SESSÃO ORDINÁRIA

Em 27/04/2004
O SR. DEPUTADO ROMILDO TITON - Sr. Presidente e Srs. Deputados, assomo à tribuna no dia de hoje para fazer um comentário sobre os meios de comunicação que, com muita freqüência, fazem alusão, aos Municípios das grandes cidades, se esquecem, muitas vezes, de fazer matérias importantes, principalmente da nossa região, que é uma região essencialmente agrícola, onde está concentrado um grande número de agroindústrias.
Mas desta vez ficamos felizes, e é esse o nosso comentário, com jornal Estado de São Paulo que, no último dia 25 deste mês, fez uma reportagem importante sobre os Municípios do Meio-Oeste catarinense, especificamente o Município de Ouro, que chamou atenção de todos nós sobre a importância da matéria, em que no seu resumo final, apesar de ter enfocado alguns problemas da região, divulgou o que é realmente aquela região, o Município de Ouro, que considero e sempre considerei um dos Municípios que tem uma estrutura agrícola bastante forte, onde os nossos agricultores têm uma diversificação de produção muito grande.
E emplacamos esta matéria justamente na página da economia do Estado de São Paulo, onde diz: "A pequena Ouro, berço de exportações".
Faço a leitura de parte da matéria, a qual só retrata a nossa realidade, principalmente daquele Município, que muitas vezes não é visto com bons olhos não só pelos meios de comunicação na divulgação do seu sucesso, como também na aplicação de recursos pelos nossos Governantes.
A matéria diz o seguinte:
(Passa a ler)
"No Oeste catarinense pequenos produzem suínos e frangos para o mercado global.
Ouro - o número parece quase inacreditável: no pequeno Município de Ouro, no interior de Santa Catarina, com 7.511 habitantes, são criados para o abate 3,1 milhão de aves por mês, basicamente frangos.
No Município germinado de Capinzal, separado de Ouro pelo Rio do Peixe, está instalado o maior abatedouro de aves da América Latina, da Perdigão, operando a um ritmo de 430 mil aves abatidas por dia.
Estamos em pleno Oeste catarinense, a região fabulosamente produtiva na criação de suínos e aves, berço dos maiores grupos agro-alimentares do Brasil, como a Perdigão, Sadia, Chapecó e Seara e de onde aquelas duas fontes de proteína da alimentação humana são exportadas para os mais variados e distantes pontos do planeta.
Santa Catarina é responsável por 65% da exportação brasileira de suínos e por 60% da exportação de frango e produz 2,1 milhão de toneladas dos dois produtos por ano.
Ouro não é tão conhecido como Concórdia e Chapecó, origem respectivamente da Sadia e da Chapecó, mas vem tentando dar visibilidade ao seu nome como um Município onde produtividade rural, soluções criativas para fortalecer a renda do pequeno produtor e cuidado ambiental se combinam para garantir a sobrevivência e o sucesso a longo prazo do minifúndio."
Aqui o jornal faz alguns reparos com relação ao trabalho da Epagri, numa propriedade de 25 hectares, de Sérgio Dambros, e que a empresa vem ajudando a família a diversificar suas atividades rurais, para reduzir as oscilações bruscas de renda.
"A propriedade dos Dambros é um minifúndio familiar típico do Oeste catarinense. Da sua produção vive uma família ampliada de nove pessoas". E mais para frente conta um pouco da história de alguns produtores que vale a pena aqui comentarmos.
"Os Dambros estão na ‘integração’ de aves Perdigão. No jargão do setor, isto significa que a sua produção de 13 a 14 mil aves (frango e chester), a cada 50 dias, é inteiramente absorvida pela Perdigão, que fornece parte dos insumos básicos (os pintinhos e a ração), e impõe padrões sofisticados de produtividade, procedimentos sanitários, além de cuidados ambientais (mas não de bem-estar animal, uma questão que ainda engatinha no Brasil, Santa Catarina inclusive.
Os Dambros tiram cerca de R$1.000,00 por mês dos frangos, mas esticam a renda para um pouco mais de R$3.000,00 com atividades complementares, como plantio de milho, produção de leite e uma pequena agroindústria artesanal de frutos e hortaliças implantado com o apoio da Epagri.
Já na vizinha propriedade dos Dambros está a dos Masson, voltada à ‘integração’ de suínos da Perdigão. Valdemar Masson, 41 anos, o chefe de família, está entre a minoria dos produtores de suínos da região que não tem do que se queixar. Tendo alcançado uma escala relativamente grande para os padrões locais, com 250 matrizes (porcas reprodutoras) e uma produção de 6.250 leitões por ano, a renda da propriedade é de R$9 mil por mês, usados para reinvestir no negócio e sustentar uma família de seis pessoas."
Faço a leitura desta reportagem, porque o Município de Ouro, como também o Município de Capinzal, que está próximo à agroindústria, tem tido um crescimento muito grande na escala da agricultura, na escala de produção de frango, de suíno, que é invejável para o Estado de Santa Catarina e para o Brasil.
Mas nós não temos recebido o que merecemos muitas vezes em termos de atendimento e de investimento. Pequenas empresas, pequenos negócios se instalam em alguns Municípios e os incentivos fiscais que os Prefeitos dispõem são doação de terreno, terraplanagem, luz elétrica e tantos outros incentivos. Na maioria das vezes essas pequenas empresas não têm a mesma rentabilidade que um agronegócio tem, como na questão da agricultura, que foi aqui esclarecida nesta reportagem.
Isso significa dizer que nós temos que chamar a atenção dos nossos Governantes no sentido de eles acreditarem cada vez mais em nosso meio rural, na sua diversificação, investindo nas áreas ambientais, que é o teor dessa reportagem, a qual demonstrou que cada vez que são ampliados os negócios na agricultura, também são modernizadas as questões ambientais, que é a grande preocupação de toda a nossa região de Santa Catarina e do Brasil, tema este discutido neste momento.
Então, trago esta notícia do Estado de São Paulo como incentivo aos nossos agricultores, àqueles que acreditam na agricultura e àqueles homens públicos que também valorizam os que metem a mão na massa.
Muito obrigado!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)