Pronunciamento

Romildo Titon - 014ª SESSÃO ORDINÁRIA

Em 11/03/2008
O SR. DEPUTADO ROMILDO TITON - Sr. presidente, sras. deputadas e srs. deputados, pediria à assessoria que dividisse o nosso tempo porque vou dividi-lo com o deputado Manoel Mota.
Srs. deputados, no último domingo, juntamente com o secretário Onofre Santo Agostini, numa missão importante no município de Tangará, mais especificamente na comunidade de Leãozinho, terra onde nasci, participei de um evento importante. Naquele ato o secretário Onofre Santo Agostini representava o governador Luiz Henrique da Silveira.
Lá na cantina Panceri, srs. deputados, estava presente naquele dia o sr. Ramon Maneco, da República Tcheca, um grande importador de vinhos brasileiros finos, um dos vinhos que se está tornando conhecido não só em Santa Catarina, no Brasil, como lá fora também, o qual está introduzindo esse vinho em toda a Europa. E nós tivemos a felicidade de estar com esse importador por algumas horas naquela comunidade, que veio ao Brasil conhecer o seu cliente e também os métodos de produção de vinhos em nosso país, escolhendo essa cantina Panceri, porque aquela comunidade está-se tornando, pela qualidade do vinho e pelo investimento que os proprietários, nas pessoas de Celso Panceri e Luiz Panceri estão fazendo, um pólo turístico, tendo em vista a qualidade dos vinhos que lá estão sendo produzidos e também o grande movimento turístico para conhecer a produção.
E naquele momento, sr. presidente e srs. deputados, em que ele fez uma exposição, chamou-nos a atenção um fato muito importante. Segundo ele, o grande problema do Brasil, que tem uma grande produção de vinho, é que o nosso vinho não é conhecido na Europa e muito menos pelos próprios brasileiros, que não sabem o que produzem.
Por isso está sendo fácil de colocar os vinhos brasileiros em toda a Europa, pela qualidade da produção, pela forma que o Brasil produz. E eu anotei aqui alguns dizeres do sr. Ramon: "O problema do Brasil, na questão de produção de vinho, é que ele é desconhecido em toda a Europa. Inclusive, o próprio Brasil desconhece a qualidade dos vinhos que produz. Existem clientes na Europa para consumir uma grande parte da produção brasileira, porque o Brasil produz vinho com o coração; assim, o nosso vinho terá um futuro muito grande, se for bem trabalhado e bem divulgado".
Então, pudemos presenciar que há uma perspectiva muito grande, e eu fico muito feliz por ter estado junto nesse dia, quando se escolheu o município de Tangará, do estado de Santa Catarina, para levar para toda a Europa o vinho de qualidade que estamos produzindo.
Outro fato que há poucos dias debatemos aqui, deputado Moacir Sopelsa, e que me chamou a atenção novamente, inclusive lá debatemos essa questão, é a lei que votamos na Assembléia Legislativa que versa sobre a proibição da comercialização de bebidas alcoólicas próximo às rodovias estaduais, sendo que a medida provisória do presidente da República faz também essa proibição nas rodovias federais.
Caros colegas, estamos recebendo aqui pessoas da República Tcheca e de toda a Europa que estão interessadas em comprar os nossos vinhos. A região está-se tornando um grande pólo turístico, as rodovias estaduais daquela região, como foi já dito, são conhecidas por todo o estado como a rota do vinho. Entretanto, terão que ser fechados todos os pontos comerciais que existem nas rodovias da rota do vinho, porque não se pode mais vender bebida alcoólica, e vinho é uma bebida alcoólica.
Há poucos dias, o deputado Darci de Matos apresentou um novo projeto tentando retificar alguns pontos que perdemos, porque no parágrafo único da lei que aqui aprovamos dizia que ficava proibida a venda de bebidas alcoólicas, exceto nos estabelecimentos comerciais situados no perímetro urbano. E o deputado Darci de Matos acrescentou também as áreas rurais urbanizadas e os empreendimentos turísticos. Não sei se essa questão de empreendimentos turísticos irá abranger também o vinho engarrafado, que acho que não embebeda ninguém, porque não se está vendendo no copo.
Também existe outro ponto fundamental, deputado Moacir Sopelsa, com o qual estou preocupado, e na região de v.exa. não deve ser diferente, porque em todas as regiões está havendo um problema sério, ou seja, temos comunidades constituídas, e as igrejas têm um pavilhão ou um centro comunitário, onde realizam uma festa, duas festas por ano, com toda a comunidade, que é um meio de arrecadar para se manterem. E essa questão também inviabilizou essas festas, essas concentrações, assim como também os rodeios que estão sendo realizados, cuja maioria está perto das rodovias.
Nós estamos estudando aqui para acrescentar a essa lei do deputado Darci de Matos também essas comunidades organizadas, para que possam realizar as suas festas, para que não se inviabilize totalmente as festas e as programações de todas as comunidades e entidades esportivas, que com muito sacrifício foram construídas. Se não houver possibilidade de vender bebida alcoólica, segundo o sentimento dos brasileiros, não serão festas, o que irá inviabilizar essas comunidades que estão próximas às rodovias.
Então, acho que o Parlamento catarinense e o Congresso Nacional têm que ter sensibilidade no sentido de viabilizar que as comunidades constituídas realizem as suas festas, as suas organizações e que nós não atrapalhemos a comercialização do vinho, que é o grande filet mignon que o Brasil está pondo no mercado exterior, na Europa. Mas com essa proibição poderemos inviabilizar a sua comercialização, principalmente nos pontos turísticos e nas rotas do vinho, como é o caso de Santa Catarina.
O restante dos minutos do partido será usado pelo nobre deputado Manoel Mota.
Muito obrigado!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)