Pronunciamento

Romildo Titon - 003ª SESSÃO ORDINÁRIA

Em 13/02/2008
O SR. DEPUTADO ROMILDO TITON - Sr. presidente e srs. deputados, vamos dividir o espaço com o deputado Moacir Sopelsa.
Gostaria de fazer um comentário sobre um assunto que tem sido debatido não só nesta Casa, como também na imprensa em nível nacional, estadual e regional. E é o comentário do momento porque certamente mexe com todo o ser humano, com as famílias não só do Brasil, mas do mundo inteiro. Refiro-me à questão da violência no trânsito, um tema bastante badalado, um tema que começa a ser cada vez mais discutido e aprofundado.
Ontem foi tema de debate dos srs. parlamentares, e realmente é preocupante. Hoje, quando saímos para fazer qualquer viagem ou para trabalhar, não sabemos se vamos voltar vivos e se não seremos acometidos por algum acidente.
Santa Catarina foi manchete também em nível nacional agora no Carnaval, pelo número de acidentes. Ficamos em segundo lugar nas estatísticas dos acidentes do Carnaval. É lógico que todos sabemos que quando há um feriadão, que quando há festividades como o Carnaval ou o fim do ano, os índices de acidentes são maiores porque o número de veículos andando nas estradas é maior. E as festividades são chamativas para aqueles que cometem imprudências devido ao excesso de velocidade ou de álcool.
Ontem também foram discutidas aqui medidas, e é claro que todos, como o deputado Elizeu Mattos, estão preocupados em buscar uma solução para diminuir a velocidade e o número de acidentes.
Recentemente, tivemos acesso às pesquisas que mostram os valores que o Brasil, de um modo geral, tem gastado com os acidentes. Deputado Manoel Mota, v.exa. viajou por essas estradas durante muito tempo e certamente conhece os perigos e as dificuldades delas. Sabemos das dificuldades das rodovias, sabemos que os governos arrecadam valores enormes com as multas e sabemos os investimentos que são feitos para coibir, para diminuir os acidentes, que ao invés de diminuírem aumentam cada vez mais. Ninguém respeita! Muitos ainda se propõem a pagar uma multa por maior ou menor que ela seja, mas cometem a infração.
Vimos há poucos dias iniciativas que começam a despertar. E começo a pensar se não será este o caminho que o governo tem seguir, ou seja, iniciar uma discussão neste sentido. Agora, recentemente, vimos em nível mundial que na Índia fabricaram um carro que não anda mais do que 100 quilômetros/hora, ou seja, 80 quilômetros/hora, e tem o pequeno custo de R$ 4,5 mil. Então, se analisarmos essa conjuntura, o que o governo está investindo e o que a população paga de imposto, de inflação, o que se gasta de modo geral, poderíamos fazer uma lista muito grande das despesas que o governo e o poder público têm nesse sentido. E não seria melhor o governo começar a pensar em fabricar um carro que não possa ter uma velocidade maior do que 80 ou cem quilômetros/hora? Se as estradas não permitem que se possa andar a mais do que 80 por hora, por que permitem fabricar um carro que anda até 300 quilômetros/hora? Será que não seria a solução para diminuirmos definitivamente essa questão do acidente, da infração, do excesso de velocidade? Se o carro não anda mais do que 80 quilômetros/hora, certamente, os acidentes diminuiriam num percentual muito grande e não se necessitaria tanto aparato do poder público para coibir essa questão. Acho que esse é um tema que o governo central deve começar a discutir.
É lógico que se vai comprar uma briga muito grande com as fábricas e com as montadoras, porque diminuirá o percentual de arrecadação, mas também vai diminuir em muito a perda de seres humanos, pois vemos todos os dias vidas serem ceifadas nas rodovias. E não vai ser nenhum tipo de coibição, de multa, pois já estamos acostumados com isso. Ao longo dos anos, a cada dia, colocam mais um entrave para coibir a velocidade, e não temos visto cair o índice de forma nenhuma. Nem que aumente o número de policias, de postos policiais, de viaturas ou do quer que seja diminuiremos esse índice, porque cada vez mais vemos fabricar carros com maior velocidade, com maior potencial.
O Sr. Deputado Manoel Mota - V.Exa. me permite um aparte?
O SR. DEPUTADO ROMILDO TITON - Pois não!
O Sr. Deputado Manoel Mota - Quero cumprimentar o nobre deputado pelo pronunciamento que faz, pelo seu conteúdo, pois está trazendo uma realidade que estamos vivendo neste momento.
Santa Catarina tem ficado em segundo lugar no ranking de acidentes, só perdendo para Minas Gerais. Isso é uma loucura! É viver num clima de tensão permanente. Quer dizer, um familiar sai para viajar e não se sabe o que vai acontecer.
Então, é preciso tomar algumas medidas que não sejam somente paliativas, mas, sim, resolutivas. E v.exa. falou com toda razão, as multas vão dar dinheiro para as entidades, mas não resolverão o problema, porque ninguém vai deixar de correr por causa disso. Temos que tomar medidas estudadas e planejadas, para que possamos ter segurança nas BRs, porque até nas estradas estaduais com duplicação também acontecem muitos acidentes.
Então, é preciso que as medidas sejam planejadas para trazerem segurança ao cidadão nas BRs. Porque não é aquele que trabalha ou aquele que dirige tranqüilo e que acaba perdendo a vida que é o causador dos acidentes. O que acontece é que vem um doido, um bêbado, em excesso velocidade, e aí acontecem os acidentes. E os que estavam com razão morreram, então, de nada adianta! Por isso esse tema é importante!
E quero cumprimentar v.exa. pelo seu pronunciamento e dizer que esse é o caminho para que possamos ter um levantamento real que traga segurança e mais tranqüilidade para o cidadão, para o usuário das BRs deste país!
Parabéns, deputado Romildo Titon!
O SR. DEPUTADO ROMILDO TITON - Agradecemos o aparte do deputado Manoel Mota, a sua participação.
Sabemos que é um tema preocupante para a toda a sociedade brasileira. E nós, aqui em Santa Catarina, temos visto a cada dia crescer esse número de imprudência, de acidentes, que preocupa, como já disse o deputado Manoel Mota, aquele que não comete nenhum tipo de infração, porque dirige nos 80 quilômetros/hora, mas, infelizmente, vêm aquele que muitas vezes tomado pelo álcool ou pelo excesso de velocidade acaba e ceifando a vida daquele que sempre respeitou o trânsito, que nunca levou uma multa.
Então, não vejo outra solução que não seja a de tomar medidas mais drásticas. E como dizia o meu velho pai, que morreu com 95 anos de idade: "Não sei se é melhor dar para um filho um carro ou um revólver", porque não sabia qual dos dois era mais perigoso. E realmente acho que esse pensamento que está em discussão é uma preocupação de todos os pais, porque não sabemos qual é o meio mais violento, se é realmente uma arma ou um carro, porque o carro está-se tornando uma arma poderosa e perigosa nas mãos daqueles que não sabem dirigir adequadamente.
Passo o restante do espaço do nosso Partido ao deputado Moacir Sopelsa.
Muito obrigado!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)