Pronunciamento

Romildo Titon - 043ª SESSÃO ORDINARIA

Em 12/06/2001
O SR. DEPUTADO ROMILDO TITON - Sr. Presidente e Srs. Deputados, depois de ouvir atentamente a discussão, Deputado Reno Caramori, eu chego à conclusão de que precisamos ter um melhor entendimento entre os Parlamentares nesta Casa para que possamos produzir mais, porque desde o início do ano nós temos tido dificuldade nas votações, temos tido dificuldade no quorum, temos tido dificuldade de muitos projetos paralisados.
Esse desentendimento, esse desencontro entre os colegas Parlamentares não tem produzido efeito positivo para a Assembléia Legislativa, eis que com freqüência temos recebido sérias críticas. E é preciso que nós demonstremos aqui nesta Casa um interesse maior por Santa Catarina e deixemos de lado as paixões partidárias para que não se prejudique o Poder, a instituição de um modo geral.
Por outro lado, quero parabenizar, Sr. Presidente, V.Exa. e a Mesa Diretora, pela iniciativa que teve desse projeto belíssimo Retrato de Santa Catarina, que tem dado oportunidade a muitos Municípios de poder aqui no hall de entrada da Assembléia mostrar aquilo que é o seu potencial, aquilo que é a sua economia, aquilo que o seu povo trabalha, produz e tem a mostrar a toda Santa Catarina.
Há várias semanas nós estamos constatando aqui que Municípios tiveram a oportunidade de colocar publicamente a sua potencialidade. Na noite de ontem o Município de Pinheiro Preto fez aqui um show de apresentação e de demonstração da sua produção, da qualidade de produção, da sua riqueza, do seu potencial na grande produção de vinho, que representa em todo o Estado de Santa Catarina um Município que produz qualidade acima de tudo, que são os bons vinhos produzidos em Pinheiro Preto.
Pinheiro Preto é um Município que na sua extensão uma representatividade pequena, na sua potencialidade, na sua riqueza, na sua pujança, no seu trabalho, na característica do seu povo ordeiro demonstra ser um Município de expressão no Estado de Santa Catarina.
Localizado no Vale do Rio do Peixe, no Meio-Oeste catarinense, exatamente no Vale do Vinho, tem demonstrado a toda Santa Catarina e ao Brasil a sua potência, a sua qualidade, a sua maneira de expressão. A forma como vive aquele povo é de uma qualidade de vida superior a qualquer outro Município de grande porte.
Tem, sucessivamente, pelas administrações que lá passam e estão, feito administrações exemplares. Há alguns anos temos tido até candidaturas próprias, entendimento entre Partidos, demonstrando que todos querem o melhor para aquela terra e para aquela gente.
Parabéns, Pinheiro Preto, na pessoa do Sr. Prefeito, do Sr. Vice-Prefeito, dos Srs. Vereadores e de toda a equipe que está aqui presente hoje, e vai ficar até amanhã, demonstrando essa grande riqueza que Pinheiro Preto tem.
Nesse contexto de investimentos que o Estado faz, de recursos que recebe ou da busca de financiamentos, temos o caso do Prodetur, que agora vai ser implantado em Santa Catarina, com recursos em mais de 140 milhões de dólares para investir na área do turismo, para incrementar novas rendas, para buscar novas formas de oportunidades de trabalho à sociedade de Santa Catarina, despertando o turismo também para aquelas comunidade que ainda não o tem. Mas infelizmente mais uma vez, pelo que estamos vendo, o litoral catarinense leva a maior fatia desses recursos, onde o turismo já é consolidado, onde o turismo, já pela sua própria natureza, tem tido grandes investimentos.
Temos Municípios, como é o caso de Pinheiro Preto, Tangará, Videira, que é o Vale do Vinho, assim intitulado, que poderiam ser um corredor turístico, se houvesse investimento por parte do Governo do Estado. Certamente teríamos novas fontes de renda, novas oportunidades de trabalho, a exemplo de tantas outras regiões, e aqui temos batido forte.
De todo esse investimento que vem para incrementar o turismo em Santa Catarina, nós, da região serrana, do Meio-Oeste, do Oeste, do Vale do Rio do Peixe vamos receber a menor fatia de todos esses recursos.
Certamente, como é um dinheiro que vem do Banco Mundial, todos nós catarinenses teremos que pagar a conta. Nós vamos pagar, o Oeste catarinense, mais uma vez, por altos financiamento que vem beneficiar o litoral do Estado de Santa Catarina, onde vende mar, vende praia e vende sol o ano todo.
Infelizmente, tenho ocupado esta tribuna por diversas vezes batendo nesta mesma tecla. Não vou me cansar disso, porque não posso mais ver investimentos altos, de grande porte de recursos, aqui no litoral. Estou cansado de ver grande aporte de recursos, de financiamentos, que todos nós temos que pagar, sempre feitos aqui no litoral catarinense.
Por outro, Sr. Presidente, V.Exa. que também esteve conosco no último sábado, na abertura da Festa da Cana-de-açúcar, no longínquo Município de Celso Ramos, famosa e tradicional já há sete anos, uma representação daquilo que foi no passado e é no presente.
É um Município que tenho dito estar jogado no longínquo canto, sem estrada, sem condições de acesso, esperando uma saída, que é a barragem de Campos Novos, que vai ser um melhor acesso àquele Município e de outros, como Anita Garibaldi.
É um Município essencialmente de pequenos produtores, uma classe sofrida, com terrenos acidentados.
Vemos lá uma faixa etária mais velha, porque os jovens estão desestimulados, fugindo para as grandes cidades e buscando novas oportunidades de trabalho, mas infelizmente o descaso é total com esses pequenos Municípios.
Denunciei aqui, na semana passada, as péssimas condições daquela estrada, principalmente pelo DER de Joaçaba. E se não fosse pela atitude do Prefeito Municipal, mesmo de uma forma irregular, que teve que mandar tapar os buracos na SC, rodovia do Estado, para dar acesso àqueles que visitariam o Município de Celso Ramos na Festa da Cana-de-Açúcar... Na semana passada ainda fui testemunha disso, porque tive que ajudar a tapar buracos com pedras tiradas dos barrancos para poder dar acesso a um cavalinho de uma carroça que estava se dirigindo para lá.
Os agricultores daquela região, que é conhecida dos Deputados Ivan Ranzolin e Onofre Santo Agostini, foram contemplados com mais de 3.000 toneladas de calcário por causa das barragens, mas, infelizmente, nenhum transportador quer levá-lo por causa das péssimas condições das estradas.
Os carreteiros daquele Município, que são em número de 40, não querem transportar, porque quando se poderia transportar 30 toneladas, são obrigados a levar 18 ou 30 toneladas de calcário, pois as estradas não oferecem condições. Há poucos dias um caminhão carregado caiu na balsa causando um prejuízo grande e a morte de um motorista daquele Município.
Temos outras tantas questões, como é o caso da viatura da Polícia Militar, que no Governo de Paulo Afonso este Município foi contemplado com uma viatura nova, mas quando o Governador Esperidião Amin entrou, retirou-a e até hoje os policiais fazem a ronda a pé, enquanto o Estado todo está ganhando viaturas novas.
Então, esse longínquo Município está desprotegido, está sofrendo descaso por parte do Governo do Estado, ficando à mercê de uma segurança mais digna para a população.
Muito obrigado!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)