Pronunciamento

PAULINHA - 062ª SESSÃO ORDINÁRIA

Em 08/09/2020
DEPUTADA PAULINHA (Oradora) - Parabeniza o Deputado Ismael por trazer, mais uma vez, a pauta do quanto é importante que se atente à depressão como um fator de enfermidade. Complementa que há ainda, nos dias de hoje, muito preconceito em relação às enfermidades da mente.
Menciona que o que lhe traz hoje, aqui, são palavras frutos de algumas inquietudes também. Comenta que este ano enfrentou muitos desafios, além do esperado, alguns deles impostos pela pandemia, de proporções globais, mas, também, por situações que a vida política oferece.
Questiona sobre o que justifica a sua luta, sobre o lhe trouxe a este Parlamento, nestes 20 anos, que foi a causa da mulher. Relata que muitas inquietudes lhe surgem nesses momentos, em que se faz essas discussões acerca do impeachment. Acrescentando que, a respeito da questão dos procuradores, debruçou-se mais na leitura, e leu com profundidade o parecer do ex-ministro Antonio Cezar Peluso, que aponta a inépcia absoluta desse pedido. Complementa que não há um ato direto do Governador que nos falte com a conduta ética exigida da figura de governante.
Afirma que sua inquietude não parte daí, mas sim, de uma figura que é a Vice-Governadora do Estado, a primeira mulher eleita, que assumiu o Governo no período de seis a 17 de janeiro. Não discute se ela é competente, ou não, para ser Governadora do Estado de Santa Catarina, somente não consegue ver razões para que esta Casa impute um possível impeachment a uma mulher que assumiu a cadeira do governo por apenas 10 dias.
Acrescenta que não é do mesmo partido de Daniela, não comunga dos mesmos pensamentos, e possui valores políticos diversos, mas acredita que não pode se afastar de seus valores morais. Lamenta a injustiça que este Parlamento pode promover, e diz que é muito mais cruel do que o pedido de impeachment do governador Moisés porque, a seu ver, é um desprestígio com a figura feminina e uma afronta à participação da mulher na política.
Ressalta que quer dividir seu pronunciamento com todas as mulheres do Estado, com as mulheres do Parlamento catarinense, com as servidoras da Alesc, para que se possa fazer essa reflexão. Afirma que o Parlamento se esforça para fazer o melhor por Santa Catarina, mas não se pode subjugar essa mulher a uma condenação que não é justa, tampouco se calar sob pena de constranger toda uma história de mais de 20 anos na defesa da causa da mulher.
Faz um apelo aos colegas para que possam buscar, em seus instintos, suas reflexões para este momento em que vivemos. Entende que o Governo deu causa para esse açodamento relacional a que chegamos, mas pede que pensem se não é hora de se trabalhar juntos para o bem comum, e buscar corrigir as imperfeições do Governo com o diálogo.
Finalizando, enaltece o trabalho da comissão que discutiu o impeachment, que apresenta, no seu relatório, soluções jurídicas, de ordem prática, para que não se venha sofrer uma fraude no futuro. E salienta que não pode ser permitido que essa mulher seja um instrumento da vontade política de alguns, e que princípios não podem ser subtraídos nesta Casa. [Taquígrafa: Eliana]