Pronunciamento

Padre Pedro Baldissera - 005ª SESSÃO ORDINÁRIA

Em 12/02/2015
O SR. DEPUTADO PADRE PEDRO BALDISSERA - Sr. presidente, srs. deputados e sras. deputadas, aproveito a manhã de hoje, em nome do Partido dos Trabalhadores, para tecer alguns comentários referentes aos 35 anos de caminhada, de luta, de história, de conquistas que o Partido dos Trabalhadores realizou nessa curta trajetória. Faço questão de mencionar como iniciador desse processo todo desde as comunidades eclesiásticas de base, a comissão Pastoral da Terra e outras organizações e movimentos sociais.
Lembro-me aqui de que inúmeros trabalhadores à época se reuniam, organizavam-se e coletivamente buscavam alternativas, formas e estratégias para formar seus quadros, formar sua base, através de debates, através de seminários, enfim, de inúmeras formas. Lembro-me daqueles momentos em que o meu partido, PT, iniciava essa trajetória, através das roças coletivas, comunitárias, onde as pessoas dedicavam seu tempo para coletivamente buscar recursos para poder construir suas bases, construir seu alicerce e neste sentido projetar seus quadros e fazer essa caminhada bonita ao longo desses 35 anos de existência do Partido dos Trabalhadores.
O meu PT é o PT do debate, é o PT da reflexão. O meu PT não perde o horizonte das suas bandeiras históricas, da sua origem, daquilo que se construiu e que o levou até o governo federal. O meu PT é da justiça social, da reforma agrária. É o PT da defesa da justiça, da justiça do cidadão, da cidadã, do bem-estar, da busca da coletividade, da busca do bem comum. É nesse PT que me construí, é nesse PT que fiz a minha história, fiz a minha vida na defesa do meu povo.
Hoje, infelizmente, diante da conjuntura que nós vivemos, é preciso dizer que o PT tem que cortar da sua própria carne. E aqueles e aquelas que jogaram o PT na vala comum têm que receber o trato que merecem. Precisam ser tratados de uma forma diferenciada, porque não dá para admitir, depois de 35 anos de luta, de história, de conquistas, de tanta coisa positiva e boa feita para o povo brasileiro, que estamos neste momento acuados, diante de meia dúzia de pessoas, pouco são filiados, poucos são do PT, que jogaram este PT na vala comum.
Faço isso hoje não como desabafo, mas no sentido aqui de realçar, mesmo diante dessas contradições, todas as ações que se construíram ao longo desses 12 anos do governo do Partido dos Trabalhadores, e não são poucos os reflexos na sociedade, são muitos e positivos. E é em cima deles que batemos palmas, defendemos e ao mesmo tempo também ponderemos e façamos as nossas críticas.
É preciso que o PT tome as medidas mais drásticas para que possa novamente ser colocado como partido de maior confiabilidade no nosso país, ainda o exerce, mas perdeu muito de sua credibilidade.
Portanto, no dia de hoje, quando trazemos presentes os 35 anos de caminhada e de vida, quero registrar que tenho orgulho da minha história, da minha vida e daquilo que pude contribuir até o presente momento e daquilo que poderei contribuir para que o Partido dos Trabalhadores resgate as suas bandeiras históricas de luta, de organização, de defesa dos direitos de todos os cidadãos e cidadãs, na defesa daqueles que precisam do estado, que são as pessoas mais desprovidas de todos os sentidos, de todos os bens e qualidades. Eu defendo esse PT que tem que voltar a resgatar a sua história, as suas bandeiras e ser o protagonista autêntico da transformação da sociedade da qual fazemos parte.
Por isso, quero aqui mais uma vez realçar que aprendi muito dentro do Partido dos Trabalhadores, estou aprendendo, mas é preciso que se mude. Acredito eu que a reforma política poderá ser uma das ferramentas, um dos instrumentos para que a gente possa de fato avançar nesse contexto e nessa conjuntura toda. Esperamos que a gente possa nesse sentido avançar e nesse aspecto voltar a ser o PT dos 35 anos atrás, quando nas suas origens ele foi construído.
Muito obrigado!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)