Pronunciamento
Padre Pedro Baldissera - 051ª SESSÃO ORDINÁRIA
Em 09/06/2011
O SR. DEPUTADO PADRE PEDRO BALDISSERA - Sr. presidente e srs. deputados, gostaria de fazer alguns registros e iniciar falando sobre a ocupação de uma fazenda em Abdon Batista pelo MST, a fazenda Imbu, onde estão mais de 200 famílias de trabalhadores e trabalhadoras sem terra, que buscam acelerar o processo de reforma agrária, para que possam, a partir do seu trabalho, tirar o seu sustento e ter um pouco mais de dignidade como seres humanos que são.
É um movimento legítimo e que tem como grande bandeira a democratização da terra, para que ela se torne não instrumento de especulação, mas se torne um instrumento de trazer mais justiça, mais dignidade e qualidade de vida.
Por isso tenham aqui, por parte deste parlamentar, todo o apoio, todo o respaldo, porque entendo que na sociedade em que vivemos, se houvesse uma distribuição dos bens e das riquezas, teríamos, com toda certeza, menos pobreza, menos miséria e mais qualidade de vida.
Portanto, é preciso que se resgate isso na sociedade em que vivemos, e estão mais de 200 famílias ocupando aquela área, no sentido de também garantir que o processo da democratização da terra possa ser cada vez mais acelerado e possa trazer dignidade àquelas famílias.
Ao mesmo tempo, quero trazer presente que em Abdon Batista em torno de 700 pessoas têm feito a ocupação do canteiro de obras da barragem sobre o rio Canoas, que vai alagar mais de 2.500ha.
É interessante registrar que de um lado famílias organizam-se, mobilizam-se pela democratização da terra, pela conquista dela, enquanto do outro lado as grandes barragens estropiam centenas e centenas de famílias, tirando-lhes o pedaço de terra para garantir a subsistência e a própria vida. São as contradições.
Hoje temos outras formas de produzir energia. Então, é preciso que se avance em outros modelos. Temos experiências da energia eólica, da energia solar, dos biodigestores que, ao mesmo tempo, também atacam um grande problema da sociedade, que é a questão ambiental, transformando os dejetos suínos na produção de energia, fazendo com que seja eliminada a problemática ou se diminua o impacto ambiental que eles causam ao meio ambiente.
Lá estão 700 pessoas, porque são mais de 500 famílias que serão atingidas pela construção dessa barragem. E o pior de tudo é que todas essas famílias não sabem o que vai acontecer com a sua propriedade, com as suas benfeitorias, o que vão receber, quanto vão receber e quando vão receber. Vivem numa total insegurança familiar, pessoal, causando transtornos violentos ao ser humano que lá está.
Precisamos de energia, sim, mas na região onde há o maior número de barragens as famílias são as que mais padecem da falta do fornecimento de energia. É a região que mais têm contribuído, mas, ao mesmo tempo, a que mais tem sofrido. Muitas famílias sofrem blackouts em toda a região. A reclamação é enorme, porque a energia vai para outros lados. Isso sem falar no grande problema ambiental que provoca em toda aquela área.
Precisamos de energia, mas precisamos ter a sabedoria e a capacidade de construir novas alternativas. É isso que temos que nos desafiar nesse processo e nessa caminhada toda!
Essas são as duas situações que fiz questão de trazer aqui presente. Tentamos buscar a construção de um diálogo com a própria empresa, para que ela escutasse os atingidos pelas barragens, especificamente aquela, mas, por enquanto, não há vontade de ouvir aquelas famílias atingidas.
Na segunda-feira, estaremos lá com o Ministério Público Federal. Vamos levar um juiz agrário. Estaremos lá com centenas e centenas de pessoas e queremos que a empresa esteja presente naquele local para, cara a cara, olho no olho, dizer quais são os compromissos que tem com as famílias, para com aquela realidade, para com os municípios de toda a região.
Não basta expropriar as famílias, expulsá-las da sua terra. E garantir-lhes dignidade é o mínimo que se pode fazer. Por isso, esperamos construir alternativas e caminhos para que pelo menos um pouco de justiça possamos fazer acontecer, a partir dessa construção e dessa barragem.
Não dá mais para admitir, para aceitar que sejam compradas quatro ou cinco propriedades, onde é feito o canteiro de obras, pague-se bem por essas propriedades, e com a grande maioria, com quase a totalidade das outras famílias, não se dialogue, não se converse, deixando-as no anonimato. É preciso mudar essa lógica. É preciso mudar.
Esperamos avançar nisso, na próxima segunda-feira, quando acontecerá essa importante audiência com várias representações de organismos, sejam eles na instância estadual ou federal.
Por fim, quero aqui fazer o registro desse momento que o estado vive, que é a questão da greve dos nossos educadores e educadoras. É preciso, além da solidariedade, de ações concretas. É preciso que haja uma política concreta. A luta, tenho dito em vários momentos, é de direito e de justiça. Quando é uma luta de direito e de justiça, não há como se contrapor. Por isso a todos os educadores e educadoras peço força na caminhada. Foi assim que conseguimos as grandes conquistas na sociedade que vivemos.
Muito obrigado!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)
É um movimento legítimo e que tem como grande bandeira a democratização da terra, para que ela se torne não instrumento de especulação, mas se torne um instrumento de trazer mais justiça, mais dignidade e qualidade de vida.
Por isso tenham aqui, por parte deste parlamentar, todo o apoio, todo o respaldo, porque entendo que na sociedade em que vivemos, se houvesse uma distribuição dos bens e das riquezas, teríamos, com toda certeza, menos pobreza, menos miséria e mais qualidade de vida.
Portanto, é preciso que se resgate isso na sociedade em que vivemos, e estão mais de 200 famílias ocupando aquela área, no sentido de também garantir que o processo da democratização da terra possa ser cada vez mais acelerado e possa trazer dignidade àquelas famílias.
Ao mesmo tempo, quero trazer presente que em Abdon Batista em torno de 700 pessoas têm feito a ocupação do canteiro de obras da barragem sobre o rio Canoas, que vai alagar mais de 2.500ha.
É interessante registrar que de um lado famílias organizam-se, mobilizam-se pela democratização da terra, pela conquista dela, enquanto do outro lado as grandes barragens estropiam centenas e centenas de famílias, tirando-lhes o pedaço de terra para garantir a subsistência e a própria vida. São as contradições.
Hoje temos outras formas de produzir energia. Então, é preciso que se avance em outros modelos. Temos experiências da energia eólica, da energia solar, dos biodigestores que, ao mesmo tempo, também atacam um grande problema da sociedade, que é a questão ambiental, transformando os dejetos suínos na produção de energia, fazendo com que seja eliminada a problemática ou se diminua o impacto ambiental que eles causam ao meio ambiente.
Lá estão 700 pessoas, porque são mais de 500 famílias que serão atingidas pela construção dessa barragem. E o pior de tudo é que todas essas famílias não sabem o que vai acontecer com a sua propriedade, com as suas benfeitorias, o que vão receber, quanto vão receber e quando vão receber. Vivem numa total insegurança familiar, pessoal, causando transtornos violentos ao ser humano que lá está.
Precisamos de energia, sim, mas na região onde há o maior número de barragens as famílias são as que mais padecem da falta do fornecimento de energia. É a região que mais têm contribuído, mas, ao mesmo tempo, a que mais tem sofrido. Muitas famílias sofrem blackouts em toda a região. A reclamação é enorme, porque a energia vai para outros lados. Isso sem falar no grande problema ambiental que provoca em toda aquela área.
Precisamos de energia, mas precisamos ter a sabedoria e a capacidade de construir novas alternativas. É isso que temos que nos desafiar nesse processo e nessa caminhada toda!
Essas são as duas situações que fiz questão de trazer aqui presente. Tentamos buscar a construção de um diálogo com a própria empresa, para que ela escutasse os atingidos pelas barragens, especificamente aquela, mas, por enquanto, não há vontade de ouvir aquelas famílias atingidas.
Na segunda-feira, estaremos lá com o Ministério Público Federal. Vamos levar um juiz agrário. Estaremos lá com centenas e centenas de pessoas e queremos que a empresa esteja presente naquele local para, cara a cara, olho no olho, dizer quais são os compromissos que tem com as famílias, para com aquela realidade, para com os municípios de toda a região.
Não basta expropriar as famílias, expulsá-las da sua terra. E garantir-lhes dignidade é o mínimo que se pode fazer. Por isso, esperamos construir alternativas e caminhos para que pelo menos um pouco de justiça possamos fazer acontecer, a partir dessa construção e dessa barragem.
Não dá mais para admitir, para aceitar que sejam compradas quatro ou cinco propriedades, onde é feito o canteiro de obras, pague-se bem por essas propriedades, e com a grande maioria, com quase a totalidade das outras famílias, não se dialogue, não se converse, deixando-as no anonimato. É preciso mudar essa lógica. É preciso mudar.
Esperamos avançar nisso, na próxima segunda-feira, quando acontecerá essa importante audiência com várias representações de organismos, sejam eles na instância estadual ou federal.
Por fim, quero aqui fazer o registro desse momento que o estado vive, que é a questão da greve dos nossos educadores e educadoras. É preciso, além da solidariedade, de ações concretas. É preciso que haja uma política concreta. A luta, tenho dito em vários momentos, é de direito e de justiça. Quando é uma luta de direito e de justiça, não há como se contrapor. Por isso a todos os educadores e educadoras peço força na caminhada. Foi assim que conseguimos as grandes conquistas na sociedade que vivemos.
Muito obrigado!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)