Pronunciamento
Padre Pedro Baldissera - 062ª SESSÃO ORDINÁRIA
Em 23/07/2008
O SR. DEPUTADO PEDRO BALDISSERA - Sra. presidente e srs. deputados, aproveito este espaço em que assomo à tribuna para reforçar, inicialmente, que de fato o nosso país vive um momento extraordinário de crescimento, de desenvolvimento reconhecido hoje internacionalmente. E nesse aspecto todo existe uma grande movimentação econômica que gera renda, emprego e, portanto, qualidade de vida para o povo brasileiro.
Eu estive lendo, nesse momento importante que vivemos em Santa Catarina, pois está prestes a chegar o Código Ambiental a esta Casa, uma reportagem do jornal Notícia do Dia de hoje, dia 23, que trata da questão da plantação de pínus na ilha de Santa Catarina, que traz como título: "Pínus é invasor na fauna nativa".
Cabe a nós, catarinenses, refletirmos profundamente o que representa a invasão de pínus aqui na ilha, mas que se alastra dia após dia nos diferentes municípios do nosso estado e, de maneira muito especial, na região do meio-oeste e do planalto serrano.
Segundo a notícia, a situação está fora de controle. Isso preocupa porque percebemos o avanço exagerado na ocupação do solo pela plantação de pínus e, o pior de tudo, na ilha de Santa Catarina. O alerta dessa situação que está fora de controle está sendo feito pelo biólogo da Floram, sr. Francisco Antônio da Silva Filho, que faz essas considerações. Ele diz que essa árvore exótica, o pínus, veio para a capital em meados da década de 50 por motivos de reflorestamento e, na verdade, está-se transformando numa verdadeira praga contra a preservação da Mata Atlântica.
O pínus, como é de conhecimento, é de fácil proliferação, tem uma resistência maior e acaba inibindo o crescimento de outras plantas. É nesse sentido a nossa preocupação, porque onde existe o cultivo do pínus não vem mais nada, vira um deserto.
Estou preocupado que a ilha, de repente, daqui a 30, 40 ou 50 anos possa virar um grande deserto. Mas, pior do que isso, o produto que é emitido pelo cultivo dessa praga, a chamada resina, concentra-se na terra e, ao ser levada pela chuva até a água, é capaz de destruir peixes, não deixando que aconteça mais a proliferação das espécies - peixes, siris, camarões e assim por diante. Ficamos preocupados que a ilha de Santa Catarina se torne um grande deserto e as águas sejam contaminadas, não permitindo que outras espécies se multipliquem para a sobrevivência das pessoas aqui da ilha e de outras regiões de nosso estado.
Por outro lado, sabemos também que aqui na ilha tem-se avançado naquilo que é propriedade do próprio leito do mar. Estou preocupado, deputado Ivan Naatz, porque além de a ilha poder virar um deserto, há um segundo fator, que é a água retomar e reocupar, ao longo dos anos, o seu espaço que foi tirado pela destruição do meio ambiente, pela ganância dos homens de querer se enriquecer, explorando o solo, a terra. O egoísmo do ser humano chega ao limite, que não consegue compreender e entender a grandiosidade da vida que acontece a partir e à luz da natureza.
O Sr. Deputado Ivan Naatz - V.Exa. me concede um aparte?
O SR. DEPUTADO PEDRO BALDISSERA - Pois não!
O Sr. Deputado Ivan Naatz - Deputado padre Pedro Baldissera, é uma alegria vê-lo sempre pontual, trazendo um tema tão importante quanto esse e que necessita de uma reflexão profunda, haja vista que as plantações de pínus têm ocupado vasta extensão de terra em todo o estado de Santa Catarina. A região do alto vale do Itajaí tem sido consumida, as pastagens que foram abandonadas e as áreas que estão em formação, em processo de regeneração, estão sendo devastadas pela plantação de pínus; o oeste do estado sofre com uma ocupação desordenada e exagerada de plantação de pínus. V.Exa., que atravessa o estado de Santa Catarina, pode presenciar isso nas nossas estradas, mas o governo está dizendo que chegará, nos próximos dias, o Código Ambiental do nosso estado.
Então, eu gostaria de pedir o apoio de v.exa., da bancada do Partido dos Trabalhadores e de todos os deputados desta Casa para que possamos regulamentar essa questão que é bastante importante, pois para onde está indo a riqueza que se extrai do nosso solo na plantação de pínus? Empresas internacionais é que estão plantando pínus no Brasil e levando as suas riquezas para o exterior, utilizando os nossos recursos naturais, destruindo os nossos mananciais de água, contaminando todos os nossos rios e ribeirões. Portanto, a riqueza desse estrago é distribuída lá fora.
Precisamos também prestar atenção nesse assunto, no sentido de fazermos alguma coisa com urgência para diminuir a plantação de pínus no estado, ou fazermos um regulamento onde ele possa ser plantado.
Parabéns pelo tema pontual, deputado. Cada vez mais v.exa. me impressiona pelo acompanhamento que faz de temas relacionados ao meio ambiente.
O SR. DEPUTADO PEDRO BALDISSERA - Muito obrigado, deputado Ivan Naatz, pelo seu depoimento. Incorporo o seu aparte ao meu pronunciamento.
Mas, para finalizar, quero dizer que nós, na iminência da vinda do Código Ambiental a esta Casa, estaremos propondo uma emenda no sentido de delimitarmos a área do plantio do cultivo dessa perigosa praga que destrói todo o meio ambiente e o ecossistema.
Muito obrigado!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)
Eu estive lendo, nesse momento importante que vivemos em Santa Catarina, pois está prestes a chegar o Código Ambiental a esta Casa, uma reportagem do jornal Notícia do Dia de hoje, dia 23, que trata da questão da plantação de pínus na ilha de Santa Catarina, que traz como título: "Pínus é invasor na fauna nativa".
Cabe a nós, catarinenses, refletirmos profundamente o que representa a invasão de pínus aqui na ilha, mas que se alastra dia após dia nos diferentes municípios do nosso estado e, de maneira muito especial, na região do meio-oeste e do planalto serrano.
Segundo a notícia, a situação está fora de controle. Isso preocupa porque percebemos o avanço exagerado na ocupação do solo pela plantação de pínus e, o pior de tudo, na ilha de Santa Catarina. O alerta dessa situação que está fora de controle está sendo feito pelo biólogo da Floram, sr. Francisco Antônio da Silva Filho, que faz essas considerações. Ele diz que essa árvore exótica, o pínus, veio para a capital em meados da década de 50 por motivos de reflorestamento e, na verdade, está-se transformando numa verdadeira praga contra a preservação da Mata Atlântica.
O pínus, como é de conhecimento, é de fácil proliferação, tem uma resistência maior e acaba inibindo o crescimento de outras plantas. É nesse sentido a nossa preocupação, porque onde existe o cultivo do pínus não vem mais nada, vira um deserto.
Estou preocupado que a ilha, de repente, daqui a 30, 40 ou 50 anos possa virar um grande deserto. Mas, pior do que isso, o produto que é emitido pelo cultivo dessa praga, a chamada resina, concentra-se na terra e, ao ser levada pela chuva até a água, é capaz de destruir peixes, não deixando que aconteça mais a proliferação das espécies - peixes, siris, camarões e assim por diante. Ficamos preocupados que a ilha de Santa Catarina se torne um grande deserto e as águas sejam contaminadas, não permitindo que outras espécies se multipliquem para a sobrevivência das pessoas aqui da ilha e de outras regiões de nosso estado.
Por outro lado, sabemos também que aqui na ilha tem-se avançado naquilo que é propriedade do próprio leito do mar. Estou preocupado, deputado Ivan Naatz, porque além de a ilha poder virar um deserto, há um segundo fator, que é a água retomar e reocupar, ao longo dos anos, o seu espaço que foi tirado pela destruição do meio ambiente, pela ganância dos homens de querer se enriquecer, explorando o solo, a terra. O egoísmo do ser humano chega ao limite, que não consegue compreender e entender a grandiosidade da vida que acontece a partir e à luz da natureza.
O Sr. Deputado Ivan Naatz - V.Exa. me concede um aparte?
O SR. DEPUTADO PEDRO BALDISSERA - Pois não!
O Sr. Deputado Ivan Naatz - Deputado padre Pedro Baldissera, é uma alegria vê-lo sempre pontual, trazendo um tema tão importante quanto esse e que necessita de uma reflexão profunda, haja vista que as plantações de pínus têm ocupado vasta extensão de terra em todo o estado de Santa Catarina. A região do alto vale do Itajaí tem sido consumida, as pastagens que foram abandonadas e as áreas que estão em formação, em processo de regeneração, estão sendo devastadas pela plantação de pínus; o oeste do estado sofre com uma ocupação desordenada e exagerada de plantação de pínus. V.Exa., que atravessa o estado de Santa Catarina, pode presenciar isso nas nossas estradas, mas o governo está dizendo que chegará, nos próximos dias, o Código Ambiental do nosso estado.
Então, eu gostaria de pedir o apoio de v.exa., da bancada do Partido dos Trabalhadores e de todos os deputados desta Casa para que possamos regulamentar essa questão que é bastante importante, pois para onde está indo a riqueza que se extrai do nosso solo na plantação de pínus? Empresas internacionais é que estão plantando pínus no Brasil e levando as suas riquezas para o exterior, utilizando os nossos recursos naturais, destruindo os nossos mananciais de água, contaminando todos os nossos rios e ribeirões. Portanto, a riqueza desse estrago é distribuída lá fora.
Precisamos também prestar atenção nesse assunto, no sentido de fazermos alguma coisa com urgência para diminuir a plantação de pínus no estado, ou fazermos um regulamento onde ele possa ser plantado.
Parabéns pelo tema pontual, deputado. Cada vez mais v.exa. me impressiona pelo acompanhamento que faz de temas relacionados ao meio ambiente.
O SR. DEPUTADO PEDRO BALDISSERA - Muito obrigado, deputado Ivan Naatz, pelo seu depoimento. Incorporo o seu aparte ao meu pronunciamento.
Mas, para finalizar, quero dizer que nós, na iminência da vinda do Código Ambiental a esta Casa, estaremos propondo uma emenda no sentido de delimitarmos a área do plantio do cultivo dessa perigosa praga que destrói todo o meio ambiente e o ecossistema.
Muito obrigado!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)