Pronunciamento

Padre Pedro Baldissera - 016ª SESSÃO ORDINÁRIA

Em 15/03/2007
O SR. DEPUTADO PEDRO BALDISSERA - Sra. Presidente e srs. deputados, na manhã de hoje, quero trazer à tribuna um pouco daquilo que a Pastoral da Juventude do estado de Santa Catarina vem debatendo, discutindo e, ao mesmo tempo, também se organizando, mobilizando-se para o grande encontro que acontecerá durante este ano, no sentido de refletir sobre a situação em que os nossos jovens vivem na realidade catarinense e na realidade brasileira.
Sabemos que 1985 foi reconhecido pela ONU como o Ano Internacional da Juventude. E foi além da luz da criação daquele ano internacional que os jovens de todo o nosso país e do nosso estado vêm despertando, através de reflexões mais críticas, mais alicerçadas no seu dia a dia, na sua realidade, para a necessidade de se organizar e, ao mesmo tempo, também de se mobilizar no sentido de ocupar espaços na sociedade a que pertencem.
O crescimento populacional e a ascensão do jovem como ator social e político foi gerando esse grande volume de reflexões e de debates sobre a juventude. E é isso que vai construindo, dentre os mesmos jovens, a profunda necessidade de, além de debater, buscar políticas públicas voltadas para a faixa etária. A juventude, representada por jovens entre 15 e 29 anos, representa, hoje, 28% da população brasileira. Isso é algo em torno de 47 milhões de pessoas e é um número extremamente significativo, representa uma grande parcela das pessoas da sociedade brasileira e uma faixa etária de importância significativa para a nossa sociedade.
A realidade juvenil brasileira mostra que os jovens estão entre as principais vítimas do modelo de desenvolvimento econômico e social das últimas décadas. E nesse mesmo sentido houve, nessas últimas décadas, o aumento da exclusão dos nossos jovens, a sua exclusão das diferentes ações sociais, o desemprego e também a precariedade no que diz respeito à ocupação profissional.
Sra. presidente e srs. deputados, a juventude é uma parcela da sociedade que merece um olhar diferenciado por parte do poder público em todas as suas esferas, municipal, estadual e federal, por aquilo que significa e, além disso, pelo grande potencial que possui e que, muitas vezes, está adormecido.
Agora, não faltam disponibilidade, interesse e garra por parte da nossa juventude. O que muitas vezes faltam são oportunidades para que esse potencial todo possa ser colocado e partilhado com a sociedade.
Num sentido, o descrédito que se faz presente na caminhada dos nossos jovens, nas instituições políticas e nos partidos é também uma característica do próprio jovem. E há muitos motivos para esse descrédito. Apesar disso, em torno de 85% dos nossos jovens consideram que a política é extremamente importante; eles têm consciência e sabem que a sua vida e a de todo o cidadão e cidadã passa por decisões políticas. Por isso eles têm a clareza e a consciência de que a política é extremamente importante e sabem que ela tem uma influência forte na vida e na qualidade de vida de toda a juventude.
Então, trago presente essa reflexão nesta manhã. Acredito que o ente público tem uma profunda missão para com essa juventude. A juventude tem que ser incluída na vida social; é preciso dar-lhe oportunidade e é preciso também reconhecer o potencial que está presente na vida de cada um desses nossos jovens.
É nesse sentido que propus a criação do fórum parlamentar para discutir as políticas públicas da nossa juventude. Há muita coisa a ser feita, há muita coisa a ser construída, e esse é um espaço importante para que o nosso jovem possa também contribuir para uma qualidade de vida melhor de toda a nossa sociedade.
Era o que eu tinha para dizer, sra. presidente!
Muito obrigado!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)