Pronunciamento
Padre Pedro Baldissera - 007ª SESSÃO ORDINÁRIA
Em 22/02/2012
O SR. DEPUTADO PADRE PEDRO BALDISSERA - Sr. presidente e srs. deputados, aproveito o horário do Partido dos Trabalhadores para trazer presente a temática que a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil traz para o debate, que é a Campanha da Fraternidade deste ano que tem como tema Fraternidade e Saúde Pública.
Aliás, esse é um tema extremamente importante para a sociedade brasileira e, principalmente, para inúmeras lideranças, agentes, refletirem e fazerem esse debate com a nossa sociedade. É um tema extremamente oportuno, que se inspira exatamente no livro do Eclesiástico que reflete, principalmente no capítulo 38, que a saúde deve-se difundir por toda terra. Este é o lema trazido para a motivação do debate desse importante tema da Campanha da Fraternidade, que é sobre a saúde pública.
Acho que é importante, inicialmente, fazermos um resgate. Mas, antes desse resgate, é preciso colocar que, hoje, damos a abertura do tempo da Quaresma, com a quarta-feira de cinzas. E a igreja, hoje, no Brasil, faz, em todas as suas paróquias e dioceses, a abertura do tema - e lembrando que, na Quaresma, os domingos não são contados e que, além dos 40 dias, nós temos mais os domingos, o que dá em torno de 47 dias o período quaresmal -, fazendo menção a vários acontecimentos históricos, bíblicos, que, ao longo da história, aconteceram. Por exemplo, os 40 dias de dilúvio faz uma referência aos 40 dias da Quaresma; os 40 dias que Moisés e Elias ficaram na montanha; os 40 dias de deserto que Jesus vivenciou.
Enfim, é um período em que a pessoa se volta para dentro para refletir sobre a sua vida, sua caminhada e sua história relacionada com a realidade que a cerca para buscar uma vida nova.
Com relação à Campanha da Fraternidade, desde quando ela começou, em 1974, até os nossos dias de hoje, portanto, há quase 50 anos, vivenciamos a cada ano um tema diferente.
A história da Campanha da Fraternidade, basicamente, consolida-se em três grandes fases. A primeira delas vai do início da temática proposta pela CNBB - Conferência Nacional dos Bispos do Brasil -, em 1964, e que se estendeu até a Campanha da Fraternidade de 1972, tratando especificamente das questões voltadas para a igreja como instituição, das paróquias e, ao mesmo tempo, do povo de Deus. Tratamos essa primeira fase como a renovação interna da Igreja.
Passando essa primeira fase, entramos na segunda, que trata dos temas das campanhas, que vai de 1973 a 1984. E aqui, sim, então a igreja preocupa-se com a realidade do povo, assumindo a postura profética de denúncia e anúncio. E aqui podemos lembrar em 1962 o Concílio do Vaticano II, que basicamente dez anos depois é que começa a ter ações mais palpáveis, mais concretas, em que a igreja volta-se para essa realidade social, denunciando o pecado social e, ao mesmo tempo, anunciando a justiça social dentro da sociedade que vivemos.
Depois vem a terceira fase e última, que vai de 1985 até os dias atuais, quando a igreja volta-se para as situações existenciais do povo de Deus, como, por exemplo, a temática da Campanha da Fraternidade do ano que traz a questão da saúde pública. Trata-se de uma temática existencial, real, que suscita ações concretas por parte de todos os setores públicos, desde os municípios até a união, bem como o comprometimento de cada cidadão e cidadã para com o seu papel, a sua função, para que todos sejam interlocutores e contribuam para que a saúde pública seja cada vez melhor.
O Sr. Deputado Neodi Saretta - V.Exa. me concede um aparte?
O SR. DEPUTADO PADRE PEDRO BALDISSERA - Pois não!
O Sr. Deputado Neodi Saretta - Caro companheiro, deputado Padre Pedro Baldissera, v.exa. aborda um tema aqui dos mais importantes, exatamente neste dia do lançamento da Campanha da Fraternidade. E com muita propriedade, dá-nos uma verdadeira aula sobre o tema. Eu havia, inclusive, rascunhado alguns tópicos que manifestaria sobre essa Campanha da Fraternidade lançada hoje pela CNBB, julgando-os necessários, mas também gostaria de fazer coro à sua fala.
Quero apenas ressaltar que o tema deste ano, Fraternidade - Saúde Pública , é um grande momento para nós brasileiros fazermos um amplo debate sobre o SUS no Brasil, sobre a saúde pública como um todo e as suas formas de fortalecer ainda mais para que ela efetivamente possa vir ao encontro daquilo que é o grande anseio da sociedade brasileira, com a participação popular nos destinos e nas decisões da saúde através dos conselhos municipais de saúde.
Penso que esse tema abrangente vai oportunizar a todos um grande debate. Parabéns a v.exa. por trazer não apenas esse tema, mas essa forma contundente, esclarecedora, inclusive, contando aqui a história da Campanha da Fraternidade. Parabéns também à CNBB por ter escolhido esse tema para este ano.
O SR. DEPUTADO PADRE PEDRO BALDISSERA - Muito obrigado, deputado Neodi Saretta, v.exa. traz presente a questão do envolvimento dos nossos cidadãos e cidadãs, apontando um dos caminhos, que seriam os conselhos municipais de saúde que, aliás, é um espaço privilegiado para acompanhar realmente como a saúde anda nos municípios e, da mesma forma, no estado.
É oportuno que a saúde pública possa ter o envolvimento e a participação de toda a nossa sociedade. Sabemos que houve melhorias no Sistema Único de Saúde desde o início da sua implantação, mas sabemos também que há muito que fazer, porque muitas vezes o setor econômico continua a predominar e por isso precisamos avançar nesse sentido. Mas teremos outras oportunidades para fazer esses debates e trazer presente essas reflexões.
Muito obrigado!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)
Aliás, esse é um tema extremamente importante para a sociedade brasileira e, principalmente, para inúmeras lideranças, agentes, refletirem e fazerem esse debate com a nossa sociedade. É um tema extremamente oportuno, que se inspira exatamente no livro do Eclesiástico que reflete, principalmente no capítulo 38, que a saúde deve-se difundir por toda terra. Este é o lema trazido para a motivação do debate desse importante tema da Campanha da Fraternidade, que é sobre a saúde pública.
Acho que é importante, inicialmente, fazermos um resgate. Mas, antes desse resgate, é preciso colocar que, hoje, damos a abertura do tempo da Quaresma, com a quarta-feira de cinzas. E a igreja, hoje, no Brasil, faz, em todas as suas paróquias e dioceses, a abertura do tema - e lembrando que, na Quaresma, os domingos não são contados e que, além dos 40 dias, nós temos mais os domingos, o que dá em torno de 47 dias o período quaresmal -, fazendo menção a vários acontecimentos históricos, bíblicos, que, ao longo da história, aconteceram. Por exemplo, os 40 dias de dilúvio faz uma referência aos 40 dias da Quaresma; os 40 dias que Moisés e Elias ficaram na montanha; os 40 dias de deserto que Jesus vivenciou.
Enfim, é um período em que a pessoa se volta para dentro para refletir sobre a sua vida, sua caminhada e sua história relacionada com a realidade que a cerca para buscar uma vida nova.
Com relação à Campanha da Fraternidade, desde quando ela começou, em 1974, até os nossos dias de hoje, portanto, há quase 50 anos, vivenciamos a cada ano um tema diferente.
A história da Campanha da Fraternidade, basicamente, consolida-se em três grandes fases. A primeira delas vai do início da temática proposta pela CNBB - Conferência Nacional dos Bispos do Brasil -, em 1964, e que se estendeu até a Campanha da Fraternidade de 1972, tratando especificamente das questões voltadas para a igreja como instituição, das paróquias e, ao mesmo tempo, do povo de Deus. Tratamos essa primeira fase como a renovação interna da Igreja.
Passando essa primeira fase, entramos na segunda, que trata dos temas das campanhas, que vai de 1973 a 1984. E aqui, sim, então a igreja preocupa-se com a realidade do povo, assumindo a postura profética de denúncia e anúncio. E aqui podemos lembrar em 1962 o Concílio do Vaticano II, que basicamente dez anos depois é que começa a ter ações mais palpáveis, mais concretas, em que a igreja volta-se para essa realidade social, denunciando o pecado social e, ao mesmo tempo, anunciando a justiça social dentro da sociedade que vivemos.
Depois vem a terceira fase e última, que vai de 1985 até os dias atuais, quando a igreja volta-se para as situações existenciais do povo de Deus, como, por exemplo, a temática da Campanha da Fraternidade do ano que traz a questão da saúde pública. Trata-se de uma temática existencial, real, que suscita ações concretas por parte de todos os setores públicos, desde os municípios até a união, bem como o comprometimento de cada cidadão e cidadã para com o seu papel, a sua função, para que todos sejam interlocutores e contribuam para que a saúde pública seja cada vez melhor.
O Sr. Deputado Neodi Saretta - V.Exa. me concede um aparte?
O SR. DEPUTADO PADRE PEDRO BALDISSERA - Pois não!
O Sr. Deputado Neodi Saretta - Caro companheiro, deputado Padre Pedro Baldissera, v.exa. aborda um tema aqui dos mais importantes, exatamente neste dia do lançamento da Campanha da Fraternidade. E com muita propriedade, dá-nos uma verdadeira aula sobre o tema. Eu havia, inclusive, rascunhado alguns tópicos que manifestaria sobre essa Campanha da Fraternidade lançada hoje pela CNBB, julgando-os necessários, mas também gostaria de fazer coro à sua fala.
Quero apenas ressaltar que o tema deste ano, Fraternidade - Saúde Pública , é um grande momento para nós brasileiros fazermos um amplo debate sobre o SUS no Brasil, sobre a saúde pública como um todo e as suas formas de fortalecer ainda mais para que ela efetivamente possa vir ao encontro daquilo que é o grande anseio da sociedade brasileira, com a participação popular nos destinos e nas decisões da saúde através dos conselhos municipais de saúde.
Penso que esse tema abrangente vai oportunizar a todos um grande debate. Parabéns a v.exa. por trazer não apenas esse tema, mas essa forma contundente, esclarecedora, inclusive, contando aqui a história da Campanha da Fraternidade. Parabéns também à CNBB por ter escolhido esse tema para este ano.
O SR. DEPUTADO PADRE PEDRO BALDISSERA - Muito obrigado, deputado Neodi Saretta, v.exa. traz presente a questão do envolvimento dos nossos cidadãos e cidadãs, apontando um dos caminhos, que seriam os conselhos municipais de saúde que, aliás, é um espaço privilegiado para acompanhar realmente como a saúde anda nos municípios e, da mesma forma, no estado.
É oportuno que a saúde pública possa ter o envolvimento e a participação de toda a nossa sociedade. Sabemos que houve melhorias no Sistema Único de Saúde desde o início da sua implantação, mas sabemos também que há muito que fazer, porque muitas vezes o setor econômico continua a predominar e por isso precisamos avançar nesse sentido. Mas teremos outras oportunidades para fazer esses debates e trazer presente essas reflexões.
Muito obrigado!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)