Pronunciamento

Padre Pedro Baldissera - 067ª SESSÃO ORDINÁRIA

Em 15/09/2005
O SR. DEPUTADO PEDRO BALDISSERA - Sr. presidente e srs. deputados, nestes dez minutos gostaríamos de pontuar um pouco o momento histórico que o Partido dos Trabalhadores vive no contexto político e mesmo diante das inúmeras denúncias e investigações. E já começaram, queiram ou não, a ser cassados os primeiros culpados por tudo aquilo que está ocorrendo, hoje, e que, de uma forma especial, envergonha todos nós que acreditamos, que pensamos e que desejamos que algo melhor possa surgir da prática política.
É neste contexto, deputado Afrânio Boppré, que quero trazer presente também a própria determinação do PT de não aceitar e, ao mesmo tempo também, de não carregar a pecha de ter aprofundado, em nível de país, o processo de corrupção.
Digo isso porque na nossa região, o centro-oeste, há um grande número de prefeitos e vereadores, e temos deliberado no sentido de manifestar a nossa indignação com o que está acontecendo em nível nacional, porque de fato envergonha a nossa própria classe política. Mas continuamos firmes no sentido de que se tenham iniciativas claras, transparentes, para apurar - não só ficar na apuração, mas que realmente os culpados sejam punidos.
No próximo dia 18 haverá o processo de eleição interna do Partido dos Trabalhadores, quando mais de 800 mil filiados em todo o Brasil irão às urnas para escolherem, de forma democrática, seus dirigentes partidários.
O PT é um partido que, por sua história, por suas lutas, pelo próprio trabalho de democratização no país, dá exemplo ao mundo quando propõe o processo de eleições diretas e internas, possibilitando a sua militância, a seus filiados, irem às urnas manifestar, através do voto, o seu desejo. E o PT quer mostrar à sociedade, com esse gesto, o firme propósito de continuar vivo e determinado a representar as camadas mais excluídas, às quais os representantes das classes mais abastadas viraram as costas durante a trajetória política.
Assim sendo, queremos construir um instrumento político que seja capaz de conviver com os movimentos sociais; ser protagonistas, participantes desse processo de transformação e mudança.
Muitas das contradições que vivenciamos hoje são fortes razões para diferenciar o PT dos demais partidos políticos, sem demérito a qualquer que seja, mas há que se reconhecer o legado do Partido dos Trabalhadores nesses 25 anos de história de luta, de compromisso. Nenhum outro partido no mundo conseguiu acumular uma história parecida; até pode existir alguma identificação, mas que não é igual.
Por isso tudo as eleições internas do Partido dos Trabalhadores se revestem, neste momento, de uma importância fundamental por trazer ao debate o conjunto da sociedade e para uma experiência de participação no processo político e também para confirmar o que queremos: o aprofundamento da democracia. Este ato selará este momento histórico e importante que o Partido dos Trabalhadores vive: o de alicerçar definitivamente o processo democrático interno. Ao mesmo tempo, o conjunto dos filiados quer ver o Brasil, sim, ser passado a limpo, começando por dentro do próprio partido. Isso se faz necessário.
Se alguém tem culpa no cartório, há que se tomar, sim, a partir dos novos dirigentes, atitudes firmes, fortes, corajosas, para passar a limpo, começando internamente. Só assim se devolverá à sociedade a credibilidade que marcou os 25 anos de história do Partido dos Trabalhadores no país.
Por isso apelo a todos os nossos filiados para neste domingo irem às urnas votar em seus dirigentes. Dessa maneira, com a nova direção, a credibilidade do Partido dos Trabalhadores continuará sendo a mesma que se construiu nesses 25 anos.
Muito obrigado!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)