Pronunciamento

Padre Pedro Baldissera - 003ª SESSÃO ORDINÁRIA

Em 09/02/2010
O SR. DEPUTADO PADRE PEDRO BALDISSERA - Sr. presidente, eu já fazia a introdução àquilo que traria presente e o faço neste momento, no horário do Partido dos Trabalhadores, com relação à Celesc. E introduzo esse tema baseado naquilo que está estampado no dia de hoje no Informe Econômico da colunista Estela Benetti, que trata da questão da Celesc. Ela traz a seguinte manchete: "Celesc na mira dos acionistas", e faz uma denúncia que me parece oportuna trazer presente, até pela conjuntura que se desenhou no último dia 5 de fevereiro na região oeste de Santa Catarina.
Diz o Informe Econômico da mencionada colunista que, insatisfeitos com a gestão da Celesc, acionistas minoritários, mas que são donos de 80% da companhia, denunciaram que houve um pagamento de R$ 12 milhões acima do orçamento a uma fornecedora de serviços. Aliás, a fornecedora de serviços é conhecida nacionalmente e tem uma infinidade de prestação de serviços que vão desde a gravação de carimbos até o agenciamento de profissionais para atividades esportivas, culturais e artísticas. Trata-se da Monreal, que presta consultoria por este Brasil afora.
Srs. deputados, foram pagos R$ 12 milhões acima do que estava estipulado no orçamento! E a colunista faz ainda um adendo: para cobrar dívidas do governo de Santa Catarina com a empresa, não se tem visto nenhum pagamento. Pagou R$ 12 milhões a mais, mas com relação àquilo que a empresa deve ao Tesouro do estado não tem sido feito nenhum esforço para essa cobrança.
E faço um apelo à Celesc, porque na região oeste de Santa Catarina, no último dia 5 de fevereiro, houve, por causa de uma interrupção no fornecimento da energia, a morte de centenas e centenas de aves devido ao calor que assolou aquela região. Os agricultores que possuem os seus aviários perderam tudo porque os seus frangos morreram. Todas as empresas, sejam elas a Sadia, a Perdigão, a Aurora, também tiveram prejuízos. De quem é a responsabilidade? Se a mortandade dos frangos deu-se devido à falta de energia elétrica, temos que acionar a Celesc para que imediatamente providencie a indenização das centenas de famílias que perderam.
Então, gostaria de fazer esse apelo e pedir agilidade por parte da Celesc para que imediatamente tome providências e efetue o pagamento para as pessoas que perderam tudo, para que os nossos integrados, agricultores e agricultoras, não fiquem mais com esse ônus, diante das inúmeras dificuldades que já enfrentam.
Eles vivem talvez um dos piores momentos da sua história. O processo de integração já é ultrapassado e não há mais como fazer com que ele vigore. Há 30 anos já se questionava esse sistema de integração. Os agricultores estão desesperados, já perderam a esperança, e agora se deparam com essa situação, vendo, quem sabe, alguma esperança sendo também perdida devido a essa falha no fornecimento de energia elétrica.
Como foram pagos, deputado Sargento Amauri Soares, R$ 12 milhões acima do que previa o orçamento, parece-me que esse dinheiro seria aquele que basicamente daríamos de indenização para os agricultores lesados. Esperamos que a Celesc se agilize, para que os nossos agricultores possam, quem sabe, ter alguma expectativa pela frente.
O Sr. Deputado Sargento Amauri Soares - V.Exa. nos concede um aparte?
O Sr. DEPUTADO PADRE PEDRO BALDISSERA - Pois não!
O Sr. Deputado Sargento Amauri Soares - Quero parabenizá-lo pelo pronunciamento e dizer que ontem à noite tive a oportunidade de participar de uma reunião da comissão de Agricultura, presidida pelo deputado Peninha, a pedido do deputado Jailson Lima, na cidade de Ituporanga. E o assunto foi o mesmo: queda de energia elétrica, que já é ruim em qualquer tempo, mas ocorrendo nos meses de verão, de dezembro até final de fevereiro, pega exatamente o período da secagem da safra de fumo. Centenas de agricultores estão tendo prejuízos porque falta energia elétrica naquelas 12 horas tão necessárias. Naquela etapa da secagem não poderia faltar energia elétrica, mas faltou. E a reunião contou também com a presença de representantes da Celesc.
Nós queremos falar mais sobre isso, até porque achamos que há muito para dizer a esse respeito. V.Exa. tem razão, os agricultores tem razão, os produtores rurais têm razão de reclamar e requerer uma indenização, mas precisamos dizer também que estão esquartejando a Celesc, prejudicando a população catarinense.
O SR. DEPUTADO PADRE PEDRO BALDISSERA - Nós estamos encaminhando um pedido para que a Celesc, que é a responsável pelo fornecimento de energia elétrica, seja responsabilizada e tome as providências necessárias, porque não podemos fazer com que a ponta sempre pague a conta.
Muito obrigado!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)