Pronunciamento
Padre Pedro Baldissera - 071ª SESSÃO ORDINÁRIA
Em 27/08/2013
O SR. DEPUTADO PADRE PEDRO BALDISSERA - Sr. presidente, srs. deputados, sras. deputadas, com toda certeza trarei novamente à tribuna a temática que envolve a usina hidroelétrica Garibaldi, construída sobre rio Canoas, no município de Abdon Batista. Além deste município, outros, no percurso do rio Canoas, também foram atingidos. Mas quero de maneira muito especial trazer presente a situação dramática por que passam aquelas famílias atingidas.
Deputada Angela Albino, na última quinta-feira, tivemos a oportunidade de, em audiência pública, no trato da questão do conselho dos direitos humanos do estado de Santa Catarina, ouvir várias declarações, depoimentos, sobre a situação dramática que vivem aquelas pessoas.
Somente para termos ideia, a previsão inicial de inundação, a partir daquela barragem, seria de 26,79 km², e a barragem teria 37m de altura e 915m de extensão, numa capacidade de gerar inicialmente 150 megawatts de energia, com um potência de chegar até 175 megawatts. Energia que calculamos suficiente para abastecer uma cidade de 300 mil habitantes. E os gastos previstos para essa barragem giram em torno de R$ 450 milhões.
Essa barragem tem atingido e inundado em torno de 1.300 famílias, entre elas proprietários de terra, meeiros, arrendatários, diaristas, que viviam do cultivo daquelas áreas.
Sabemos que existe um decreto do governo federal que contempla a indenização, por justiça às famílias que vivem como arrendatários, meeiras, diaristas, as quais exploram a sua atividade agrícola naquela área atingida.
Nesse sentido, o grupo Triunfo que construiu essa barragem terá o direito de explorar a energia pelo prazo de 30 anos.
E o que tem de novo nesse processo? É que essa barragem, além dos previstos 37m de altura, foi construída com 42m, portanto, um erro de cálculo de cinco metros de barreira. Então, imaginem a extensão que essa barragem inunda diariamente de áreas que não estavam previstas pelo levantamento.
(Procede-se à exibição de fotografias.)
Observamos nessa foto a família de Rudnei Raith dos Anjos, que foi transferida do outro local e que agora, com o transbordamento do lago fora dos cálculos, ficou totalmente ilhada, não tendo acesso nem para um lado nem para o outro.
Portanto, essa é uma das consequências do fato novo, dos cinco metros a mais do alagamento.
Aqui temos o caso do Nataniel que da mesma forma tem o contrato de parceria. Mas infelizmente os cinco metros a mais interromperam a trajetória dessa família que ficou também, da mesma forma, ilhada.
Na próxima fotografia vamos ver as instalações totalmente embaixo d'água, em consequência também dos cinco metros, de chiqueiros e outras estruturas que foram inundadas na área onde não era previsto chegar a água.
Essa área não estava prevista no cálculo da empresa Triunfo.
Na próxima fotografia todas as estruturas da própria empresa, que também foram tomadas pela água, em consequência do alagamento dos cinco metros de estrutura da barragem.
Percebemos nessa outra fotografia caminhões, máquinas, no meio da água. Tem até um ônibus e um alojamento da empresa tomados pelas águas.
Aqui é uma fonte de água, e muitas famílias se sustentavam dessa fonte de água. Ali uma pessoa está tirando a bomba do poço em que era captada a água que servia para o autossustento daquelas famílias, totalmente inundada pela água que tem tomado de surpresa essas famílias, como vários poços artesianos que da mesma forma também foram submersos pela barragem.
Ali percebemos inúmeros pinheiros, árvores, que também ficaram no meio do lago, pois nem deu tempo de tirarem a madeira. Foram submersos basicamente aí os pinheiros, as árvores, que estão apenas com a copa de fora, mostrando um crime ambiental estabelecido pelo alagamento dessa empresa Garibaldi, situada em Abdon Batista, no rio Canoas.
Temos outra imagem do caminho, do trajeto que ficou submerso pela água, como consequência da barragem.
Até a rede elétrica foi tirada do espaço onde teria sido inundada. E infelizmente a nova rede elétrica está sendo também colocada embaixo d'água.
Temos uma igreja que foi retirada do local em que a barragem a atingiria. E basicamente está comprometida, porque existe água no assoalho dessa igreja que já foi removida.
Temos ali um agricultor que não teve tempo de tirar a colheita, a safra. Está na foto uma das espigas de milho que ele conseguiu tirar. Mas toda a sua lavoura foi totalmente tomada, lá em Abdon Batista. E assim como ele outras famílias, da mesma forma, perderam tudo o que possuíam, desde a sua infraestrutura e outras coisas tantas.
Viemos fazer esse relatório até diante de todo um acompanhamento que temos feito àquelas famílias.
Para concluir, sr. presidente, hoje, na parte da tarde, mais uma vez as famílias estão reunidas em assembleias, para irão fazer alguns encaminhamentos. E amanhã, à tarde, estaremos com uma equipe do movimento das famílias atingidas, quando sentaremos com o Ministério Público Federal para fazer alguns encaminhamentos sobre essa triste realidade enfrentada por mais de 200 famílias.
Muito obrigado!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)
Deputada Angela Albino, na última quinta-feira, tivemos a oportunidade de, em audiência pública, no trato da questão do conselho dos direitos humanos do estado de Santa Catarina, ouvir várias declarações, depoimentos, sobre a situação dramática que vivem aquelas pessoas.
Somente para termos ideia, a previsão inicial de inundação, a partir daquela barragem, seria de 26,79 km², e a barragem teria 37m de altura e 915m de extensão, numa capacidade de gerar inicialmente 150 megawatts de energia, com um potência de chegar até 175 megawatts. Energia que calculamos suficiente para abastecer uma cidade de 300 mil habitantes. E os gastos previstos para essa barragem giram em torno de R$ 450 milhões.
Essa barragem tem atingido e inundado em torno de 1.300 famílias, entre elas proprietários de terra, meeiros, arrendatários, diaristas, que viviam do cultivo daquelas áreas.
Sabemos que existe um decreto do governo federal que contempla a indenização, por justiça às famílias que vivem como arrendatários, meeiras, diaristas, as quais exploram a sua atividade agrícola naquela área atingida.
Nesse sentido, o grupo Triunfo que construiu essa barragem terá o direito de explorar a energia pelo prazo de 30 anos.
E o que tem de novo nesse processo? É que essa barragem, além dos previstos 37m de altura, foi construída com 42m, portanto, um erro de cálculo de cinco metros de barreira. Então, imaginem a extensão que essa barragem inunda diariamente de áreas que não estavam previstas pelo levantamento.
(Procede-se à exibição de fotografias.)
Observamos nessa foto a família de Rudnei Raith dos Anjos, que foi transferida do outro local e que agora, com o transbordamento do lago fora dos cálculos, ficou totalmente ilhada, não tendo acesso nem para um lado nem para o outro.
Portanto, essa é uma das consequências do fato novo, dos cinco metros a mais do alagamento.
Aqui temos o caso do Nataniel que da mesma forma tem o contrato de parceria. Mas infelizmente os cinco metros a mais interromperam a trajetória dessa família que ficou também, da mesma forma, ilhada.
Na próxima fotografia vamos ver as instalações totalmente embaixo d'água, em consequência também dos cinco metros, de chiqueiros e outras estruturas que foram inundadas na área onde não era previsto chegar a água.
Essa área não estava prevista no cálculo da empresa Triunfo.
Na próxima fotografia todas as estruturas da própria empresa, que também foram tomadas pela água, em consequência do alagamento dos cinco metros de estrutura da barragem.
Percebemos nessa outra fotografia caminhões, máquinas, no meio da água. Tem até um ônibus e um alojamento da empresa tomados pelas águas.
Aqui é uma fonte de água, e muitas famílias se sustentavam dessa fonte de água. Ali uma pessoa está tirando a bomba do poço em que era captada a água que servia para o autossustento daquelas famílias, totalmente inundada pela água que tem tomado de surpresa essas famílias, como vários poços artesianos que da mesma forma também foram submersos pela barragem.
Ali percebemos inúmeros pinheiros, árvores, que também ficaram no meio do lago, pois nem deu tempo de tirarem a madeira. Foram submersos basicamente aí os pinheiros, as árvores, que estão apenas com a copa de fora, mostrando um crime ambiental estabelecido pelo alagamento dessa empresa Garibaldi, situada em Abdon Batista, no rio Canoas.
Temos outra imagem do caminho, do trajeto que ficou submerso pela água, como consequência da barragem.
Até a rede elétrica foi tirada do espaço onde teria sido inundada. E infelizmente a nova rede elétrica está sendo também colocada embaixo d'água.
Temos uma igreja que foi retirada do local em que a barragem a atingiria. E basicamente está comprometida, porque existe água no assoalho dessa igreja que já foi removida.
Temos ali um agricultor que não teve tempo de tirar a colheita, a safra. Está na foto uma das espigas de milho que ele conseguiu tirar. Mas toda a sua lavoura foi totalmente tomada, lá em Abdon Batista. E assim como ele outras famílias, da mesma forma, perderam tudo o que possuíam, desde a sua infraestrutura e outras coisas tantas.
Viemos fazer esse relatório até diante de todo um acompanhamento que temos feito àquelas famílias.
Para concluir, sr. presidente, hoje, na parte da tarde, mais uma vez as famílias estão reunidas em assembleias, para irão fazer alguns encaminhamentos. E amanhã, à tarde, estaremos com uma equipe do movimento das famílias atingidas, quando sentaremos com o Ministério Público Federal para fazer alguns encaminhamentos sobre essa triste realidade enfrentada por mais de 200 famílias.
Muito obrigado!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)