Pronunciamento
Padre Pedro Baldissera - 004ª SESSÃO EXTRAORDINÁRIA
Em 24/03/2010
O SR. DEPUTADO PADRE PEDRO BALDISSERA - Sr. presidente e srs. deputados, trago presente à tribuna, na tarde de hoje, todo um trabalho, deputado Silvio Dreveck, v.exa. que é presidente da comissão de Economia, Ciência, Tecnologia, Minas e Energia, que fizemos em conjunto, através dessa comissão.
Fizemos uma solicitação para várias instituições, no sentido de nos ajudarem a conseguirmos um diagnóstico, um levantamento real, concreto, do custo para produzir frango ou peru dentro do sistema de integração das nossas agroindústrias, que estão localizadas em várias regiões, mais acentuadamente na região oeste do estado de Santa Catarina.
Para felicidade nossa, a Unochapecó se debruçou rapidamente em torno do assunto e fez toda uma planilha do custo de produção tanto do frango quanto do peru. Calculou também a depreciação das instalações para a produção dessas aves.
Realizamos inúmeras reuniões com a presença de profissionais que têm feito estudos, após ouvir os técnicos e as empresas, fazendo comparação de preços. Eles ouviram, inclusive, os próprios avicultores. Enfim, fizeram um estudo técnico-científico da maior seriedade exatamente para que, à luz desses dados, possamos compreender a real situação por que passa o sistema de integração do estado de Santa Catarina, estudo esse que poderá, ao mesmo tempo, servir como instrumento de trabalho a todo o nosso país.
Também participei, no início desta semana, de duas audiências públicas promovidas pela Câmara de Vereadores de dois municípios: Chapecó e Caxambu do Sul que, aliás, é a minha terra natal! Um número expressivo de integrados participou das audiências, assim como entidades sindicais, avicultores, técnicos ligados às empresas. O Ministério Público do Trabalho também se fez presente. Enfim, foi um debate de alto nível no sentido de, além de conhecer e entender todo esse sistema de integração, perceber também onde estão os reais problemas da situação de crise que envolve esse setor produtivo. À luz desse levantamento, passamos a compreender a dificuldade que os produtores têm para levar adiante a atividade da avicultura dentro do sistema de integração.
O mais importante é que não apenas a UnoChapecó está-se debruçando sobre esse assunto, pois a Embrapa e outras universidades também irão estudá-lo para nos ajudar nesse debate nos diferentes municípios.
O que nos assustou enormemente foi o resultado final. Para a produção de um lote de frango, entre a receita e o custo para produzir, o agricultor, o integrado, tem um prejuízo que ultrapassa R$ 1.700,00! Para produzir peru, a coisa piora ainda mais, pois o prejuízo do agricultor integrado ultrapassa a cifra de R$ 5.000,00 por lote.
Então, essa é a dura realidade que enfrenta o nosso agricultor integrado ao sistema de integração que há na região oeste do estado.
Nós pretendemos prosseguir com esse debate, com essas audiências, perfazendo um total de 26 audiências que contemplarão todos os municípios onde existe o processo de integração. E queremos culminar com um grande encontro, um seminário, exatamente para tirar encaminhamentos definitivos e estratégicos para resolver essa situação.
Não queremos o prejuízo nem da empresa, nem do agricultor, pois sabemos a importância das agroindústrias no incremento da receita e no desenvolvimento da região. Só que não dá mais para manter a atual situação, quando o prejuízo fica apenas numa ponta. Quem está pagando a conta até o presente momento é o agricultor integrado. Muitas famílias se sentem compelidas a se desfazer dos bens que construíram historicamente, vendendo um pedacinho de terra, a vaquinha de leite, a junta de bois para honrar os seus compromissos com as instituições financeiras.
Portanto, a chiadeira é grande e temos que buscar alguma alternativa para que possamos amenizar essa situação.
É um trabalho extraordinário, deputado Silvio Dreveck, para o qual v.exa. contribuiu através da comissão de Economia, assim como as nossas universidades também contribuíram.
O Sr. Deputado Silvio Dreveck - V.Exa. me concede um aparte?
O SR. DEPUTADO PADRE PEDRO BALDISSERA - Pois não!
O Sr. Deputado Silvio Dreveck - Deputado Padre Pedro Baldissera, em primeiro lugar, quero cumprimentá-lo por trazer esse assunto a esta Casa. Em segundo lugar, esse levantamento, esse diagnóstico feito por essas instituições, ou seja, pelas universidades, pela Epagri, demonstra, como v.exa. colocou aqui, o prejuízo para o nosso agricultor. V.Exa. tem clareza do assunto, na medida em que relata que não podem ter prejuízo nem o proprietário da empresa, que é quem industrializa o produto, nem o agricultor, porque senão ambos irão à falência, ou seja, ambos perderão. Mas penso que para o agricultor é muito mais difícil e na medida em que tem prejuízo, não há como suportar por um longo prazo.
Então, não há dúvida de que v.exa. está fazendo um excelente trabalho e continuará tendo o apoio da nossa comissão, para que possamos colaborar para uma solução definitiva para essa classe tão merecida e sofredora.
O SR. DEPUTADO PADRE PEDRO BALDISSERA - Obrigado, deputado Sílvio Dreveck, e incorporo as suas palavras de apoio ao meu pronunciamento, pois sempre nos ajudou, através da comissão, no sentido de tentar resolver o problema desse setor tão importante da sociedade catarinense.
Muito obrigado!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)
Fizemos uma solicitação para várias instituições, no sentido de nos ajudarem a conseguirmos um diagnóstico, um levantamento real, concreto, do custo para produzir frango ou peru dentro do sistema de integração das nossas agroindústrias, que estão localizadas em várias regiões, mais acentuadamente na região oeste do estado de Santa Catarina.
Para felicidade nossa, a Unochapecó se debruçou rapidamente em torno do assunto e fez toda uma planilha do custo de produção tanto do frango quanto do peru. Calculou também a depreciação das instalações para a produção dessas aves.
Realizamos inúmeras reuniões com a presença de profissionais que têm feito estudos, após ouvir os técnicos e as empresas, fazendo comparação de preços. Eles ouviram, inclusive, os próprios avicultores. Enfim, fizeram um estudo técnico-científico da maior seriedade exatamente para que, à luz desses dados, possamos compreender a real situação por que passa o sistema de integração do estado de Santa Catarina, estudo esse que poderá, ao mesmo tempo, servir como instrumento de trabalho a todo o nosso país.
Também participei, no início desta semana, de duas audiências públicas promovidas pela Câmara de Vereadores de dois municípios: Chapecó e Caxambu do Sul que, aliás, é a minha terra natal! Um número expressivo de integrados participou das audiências, assim como entidades sindicais, avicultores, técnicos ligados às empresas. O Ministério Público do Trabalho também se fez presente. Enfim, foi um debate de alto nível no sentido de, além de conhecer e entender todo esse sistema de integração, perceber também onde estão os reais problemas da situação de crise que envolve esse setor produtivo. À luz desse levantamento, passamos a compreender a dificuldade que os produtores têm para levar adiante a atividade da avicultura dentro do sistema de integração.
O mais importante é que não apenas a UnoChapecó está-se debruçando sobre esse assunto, pois a Embrapa e outras universidades também irão estudá-lo para nos ajudar nesse debate nos diferentes municípios.
O que nos assustou enormemente foi o resultado final. Para a produção de um lote de frango, entre a receita e o custo para produzir, o agricultor, o integrado, tem um prejuízo que ultrapassa R$ 1.700,00! Para produzir peru, a coisa piora ainda mais, pois o prejuízo do agricultor integrado ultrapassa a cifra de R$ 5.000,00 por lote.
Então, essa é a dura realidade que enfrenta o nosso agricultor integrado ao sistema de integração que há na região oeste do estado.
Nós pretendemos prosseguir com esse debate, com essas audiências, perfazendo um total de 26 audiências que contemplarão todos os municípios onde existe o processo de integração. E queremos culminar com um grande encontro, um seminário, exatamente para tirar encaminhamentos definitivos e estratégicos para resolver essa situação.
Não queremos o prejuízo nem da empresa, nem do agricultor, pois sabemos a importância das agroindústrias no incremento da receita e no desenvolvimento da região. Só que não dá mais para manter a atual situação, quando o prejuízo fica apenas numa ponta. Quem está pagando a conta até o presente momento é o agricultor integrado. Muitas famílias se sentem compelidas a se desfazer dos bens que construíram historicamente, vendendo um pedacinho de terra, a vaquinha de leite, a junta de bois para honrar os seus compromissos com as instituições financeiras.
Portanto, a chiadeira é grande e temos que buscar alguma alternativa para que possamos amenizar essa situação.
É um trabalho extraordinário, deputado Silvio Dreveck, para o qual v.exa. contribuiu através da comissão de Economia, assim como as nossas universidades também contribuíram.
O Sr. Deputado Silvio Dreveck - V.Exa. me concede um aparte?
O SR. DEPUTADO PADRE PEDRO BALDISSERA - Pois não!
O Sr. Deputado Silvio Dreveck - Deputado Padre Pedro Baldissera, em primeiro lugar, quero cumprimentá-lo por trazer esse assunto a esta Casa. Em segundo lugar, esse levantamento, esse diagnóstico feito por essas instituições, ou seja, pelas universidades, pela Epagri, demonstra, como v.exa. colocou aqui, o prejuízo para o nosso agricultor. V.Exa. tem clareza do assunto, na medida em que relata que não podem ter prejuízo nem o proprietário da empresa, que é quem industrializa o produto, nem o agricultor, porque senão ambos irão à falência, ou seja, ambos perderão. Mas penso que para o agricultor é muito mais difícil e na medida em que tem prejuízo, não há como suportar por um longo prazo.
Então, não há dúvida de que v.exa. está fazendo um excelente trabalho e continuará tendo o apoio da nossa comissão, para que possamos colaborar para uma solução definitiva para essa classe tão merecida e sofredora.
O SR. DEPUTADO PADRE PEDRO BALDISSERA - Obrigado, deputado Sílvio Dreveck, e incorporo as suas palavras de apoio ao meu pronunciamento, pois sempre nos ajudou, através da comissão, no sentido de tentar resolver o problema desse setor tão importante da sociedade catarinense.
Muito obrigado!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)