Pronunciamento

Padre Pedro Baldissera - 058ª SESSÃO ORDINÁRIA

Em 29/06/2011
O SR. DEPUTADO PADRE PEDRO BALDISSERA - Sr. presidente, sra. deputada Ana Paula Lima, srs. deputados, gostaria de aproveitar este espaço e trazer presente à tribuna exatamente aquilo que neste momento está acontecendo em Santa Catarina, que é a 2ª Marcha dos Catarinenses, organizada pela coordenação dos movimentos sociais do nosso estado.
No dia 28 de abril de 2010, nesta capital, foi realizada a 1ª Marcha dos Catarinenses, organizada e mobilizada pela coordenação dos movimentos sociais do nosso estado. Essa é uma atividade que traz presente várias reflexões, vários debates, que estão pautados à luz dos movimentos dos sem-terra e dos atingidos pelas barragens. Esses são alguns tópicos prioritários na luta desses diferentes movimentos.
As reivindicações são pautadas de acordo com a diferente realidade e conjuntura vivida por cada um dos movimentos. O MAB, por exemplo, Movimento dos Atingidos por Barragens, traz presente o respeito que deve haver por todas as famílias que são atingidas em cada uma das barragens construídas no nosso estado. É claro que esse respeito aos atingidos vem alicerçado de várias medidas no sentido de garantir, além da vida digna às famílias, a construção e a definição de um novo modelo energético para o nosso país.
Parece-me que aqui se concentra a ideia central dessa grande debate. O modelo que aí está é importante e tem servido, mas não podemos esquecer que milhares e milhares de famílias pagaram um preço muito alto e que a grande maioria delas não está sendo beneficiada pelas riquezas. Ao contrário, através do sofrimento e da expropriação dessas famílias se produziu o modelo energético que hoje temos em nosso país.
É preciso que se busquem novas alternativas de produção energética. Nesse sentido, temos algumas iniciativas como, por exemplo, os biodigestores, que além de propiciarem uma produção energética autossustentável, resolvem o problema que os dejetos de suínos provocam no meio ambiente. Então, o biodigestor é uma das alternativas da produção de energia de uma forma autossustentável.
Lembremos também das inúmeras experiências que há de energia solar em várias regiões do nosso estado e país. E aqui tem que haver o reconhecimento de milhares de famílias que têm investido na energia solar e que hoje, com um investimento baixíssimo, são autossuficientes em energia para aquecimento de água para as diferentes necessidades na propriedade.
Há, ainda, a própria energia eólica, além de algumas experiências no estado que estão avançando cada vez mais.
Por isso, a 2ª Marcha Catarinense organizada pelos movimentos sociais vem pautar exatamente essas novas alternativas energéticas tão necessárias para a sociedade na qual vivemos. É claro que, além disso, há a questão da expansão da reforma agrária, mas não somente no que toca à distribuição da terra, mas de políticas públicas para fazer com que aqueles que foram assentados ou que estão em pequenas propriedades tenham condições mais dignas de sobreviver em seu pedaço de terra.
Além disso, soma-se à 2ª Marcha dos Catarinenses a questão do Magistério estadual, porque toda essa grande caminhada é a luta pela vida, em defesa da vida, para que haja mais dignidade e mais justiça na sociedade da qual fazemos parte.
Então, fica aqui o nosso reconhecimento a essa importante mobilização. Estaremos juntos nessa caminhada na defesa e na garantia do direito à vida dos trabalhadores e das trabalhadoras.
Muito obrigado!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)