Pronunciamento

Padre Pedro Baldissera - 025ª SESSÃO SOLENE

Em 04/08/2006
O SR. DEPUTADO PEDRO BALDISSERA - (Passa a ler)
"Irmãs e irmãos, repetindo as solenidades dos anos de 2004 e 2005, é com muita satisfação e alegria que participo novamente como proponente desta terceira sessão solene em homenagem às famílias catarinenses, pela passagem de mais uma Semana Nacional da Família, que neste ano acontecerá de 13 a 20 de agosto próximos.
Desta vez, diferente dos anos anteriores, haverá no dia seguinte, portanto amanhã, um fórum de debates sobre políticas públicas e familiares com convidados especiais e, com certeza, resultará numa qualificada contribuição teórica.
A Semana Nacional da Família tem sido um espaço de excelência da reflexão familiar, no qual discutimos assuntos universais cientes da possibilidade que os mesmos nos convocam.
O mundo vira nosso quintal, a humanidade nossa família, o problema que equivocadamente se diz dos outros passa a ser nosso. Cada paróquia, cada grupo e pastoral promove a semana do entendimento de que este é o espaço abençoado e por isso integrante da evangelização.
Desta vez com o tema 'Diálogo familiar e com Deus: fonte de conhecimento e da conquista da liberdade' e o lema 'Família, fonte de vida e construtora da paz', a Semana Nacional da Família abordará uma infinidade de assuntos correlatos.
Entre as diversas dimensões da família, como o sagrado matrimônio, o diálogo, o trabalho, a ética, entre outras, ressalto a dimensão política e social da manifestação religiosa, engajada e reflexiva.
Refiro-me especialmente a um dos temas que compõem o roteiro de oração e reflexão, adotados na programação deste ano: 'Cidadania Cristã e Política'.
Rememorando o nosso saudoso papa João Paulo II, cuja manifestação pautou o tema deste evento da família no ano passado, assim disse o nosso querido líder eclesiástico:
'A família é uma comunidade íntima de amor, querida por Deus; um dos bens mais preciosos da humanidade; fundamento da própria sociedade; primeira escola das virtudes sociais.'
Sábias palavras fecundas e reflexivas. Afinal, qual a maior riqueza senão aquela repleta de virtudes e de amor?
Esta é a riqueza que o ser humano precisa acumular, pois com amor ao próximo e com a virtude vinculada ao seu papel social é que a sociedade constrói e reconstrói o maior patrimônio da humanidade: a família.
De nada adianta acumular riqueza na mesma proporção em que se acumula tristeza. O mais translúcido olhar alegre se apaga quando encara aquele opaco olhar triste e sofredor da família que não tem a casa e a terra, que não tem educação e pão.
A sociedade planetária tem-se manifestado doentia e suicida. Produtora de injustiças, fome, guerra e destruição, a sociedade precisa ser transformada. As guerras étnicas e religiosas matam milhares de pessoas indefesas e fazem prosperar o lucro das indústrias de armamento.
Algumas são crianças, anjos inocentes, que mesmo antes de aprenderem a falar, aprendem que o choro e o medo são a única resposta à crueldade que as ameaça constantemente. Sem falar do crime organizado, do narcotráfico, da violência doméstica, da exploração do trabalho e de tantas outras desgraças produzidas.
Também vivenciamos o extermínio acelerado de diversos recursos naturais, como a água contaminada e as matas cedendo lugar aos desertos.
Mas por falar em deserto, vale lembrar que ninguém vive só.
No discurso do papa Bento XVI na Basílica de São João de Latrão, por ocasião da abertura do Congresso Eclesial da Diocese de Roma sobre 'Família e comunidade cristã', destacamos a seguinte frase:
'Nenhum de nós pertence exclusivamente a si mesmo: portanto, cada um está chamado a assumir no mais íntimo de si sua própria responsabilidade pública.'
Essas palavras do sumo pontífice fazem-nos pensar acerca do mal que o egoísmo e a alienação causam à sociedade. Podemos e devemos construir um mundo melhor e mais justo. Precisamos da cidadania plena, na qual direitos e deveres estejam solidamente assegurados. E o papel da família nesse processo de construção cidadã é fundamental.
Nenhuma instituição do aparato estatal poderá obter êxito em suas políticas de inclusão se não estabelecer como objetivo precípuo a família.
Sabemos, por exemplo, que o Brasil possui um quadro bastante crítico e complexo, fruto de uma longa e penosa história de exclusão e de exploração. As dificuldades são muitas e só poderão ser vencidas num esforço conjunto e parceiro entre o estado e a sociedade civil organizada, compondo uma verdadeira frente solidária. A solidariedade que nos coloca no tema central da Semana Nacional da Família: a solidariedade que nasce e alimenta-se do diálogo familiar com Deus. Enfim, solidariedade como fonte de conhecimento da verdade e da conquista da liberdade."
Muito obrigado!
(Palmas)
(SEM REVISÃO DO ORADOR)