Pronunciamento
Padre Pedro Baldissera - 004ª SESSÃO ORDINÁRIA
Em 25/02/2003
O SR. DEPUTADO PEDRO BALDISSERA - Excelentíssimo Sr. Presidente desta Casa, demais membros da Mesa, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, é com alegria e satisfação que pela primeira vez assomamos a esta tribuna para dizer que são muitos os temas e as questões que poderíamos trazer para o debate da mais elevada importância.
Gostaria de dizer a V.Exas. que nasci numa das pequenas cidades deste nosso querido Estado de Santa Catarina, Caxambu do Sul, na época Distrito de Chapecó.
Em 1975, ingressei na vida seminarística na Congregação dos Padres Salvatorianos, sendo que em 1985 fui ordenado Sarcedote pelas mãos do nosso então querido Bispo Dom José Gomes, recentemente falecido, mas que tem marcado a história não só do povo de Santa catarina, mas dos diferentes Estados do nosso País e até mesmo de outros países, principalmente dos países latino-americanos, pela sua atuação, pela sua dedicação e pelo seu compromisso libertador e transformador das realidades pecaminosas existentes na sociedade da qual fazemos parte.
Ordenado Sacerdote em 1985, em seguida fui designado a trabalhar no Vale do Rio do Peixe, mais propriamente em Videira, como Reitor do Seminário, incumbido da formação dos seminaristas, por dois anos, assumindo as Paróquias de Tangará e de Videira, completando, dessa forma, o roteiro no Vale do Rio do Peixe no exercício do meu Ministério, enquanto Padre.
Em 1993, assumi o desafio de voltar para a terra de onde saí e onde meus pais ainda residem, e fui designado pelo então Bispo a atuar na Paróquia de Guaraciaba, no Extremo do Oeste do nosso Estado.
Em 1996, respondendo às interpelações da sociedade local, do PT e de lideranças, assumi o desafio de ser candidato a Prefeito daquela cidade, quando então fui eleito, em 1996, e reeleito, no ano de 2000.
Em 2002, novamente devido às interpelações não só locais, mas também regionais, assumi o desafio também de concorrer a uma das vagas da Assembléia Legislativa, e aqui estou.
Estamos trazendo junto conosco, com o nosso mandato, algumas interpelações fortes, marcantes da nossa região Oeste de Santa Catarina. São muitas, mas algumas poderiam ser traduzidas a todos nós que aqui estamos, porque é lá que nessas últimas décadas, que nestes pequenos e médios Municípios da região Oeste, do Estremo Oeste deste nosso querido Estado, enfrenta-se um acentuado processo de empobrecimento econômico e de esvaziamento da população, que busca centros maiores para poder buscar a sua sobrevida ou talvez, quem sabe, uma qualidade de vida melhor.
Um dos desafios que carrego junto, e que é fruto do debate e da reflexão com as diferentes lideranças, organizações e movimentos da região, é o de trabalhar para que haja de fato um desenvolvimento econômico regional sustentável. E é esse debate que quero provocar durante estes quatro anos de mandato que tenho pela frente. E, de maneira muito especial, quero realçar fortemente o trabalho na própria agricultura, porque os Municípios dessa região são essencialmente agrícolas e vivem e sobrevivem da agricultura familiar.
Além disso, temos ainda um outro grande desafio que se torna extremamente importante, que é com relação ao estudo superior, ao estudo de terceiro grau gratuito e de qualidade, fazendo com que de fato haja a descentralização do ensino público para aquela região.
Dizia-me um pequeno jovem da cidade de Tangará, em época de campanha eleitoral: "Padre, fiquei sabendo que você vai ser candidato, que vai disputar a uma das vagas da Assembléia Legislativa. Eu gostaria que você, no Parlamento, lutasse para que a universidade pública, gratuita, regular e de qualidade pudesse vir mais para perto de nós".
É nesse aspecto, Deputado Afrânio Boppré, que coloco o meu mandato à disposição: para contribuir para que de fato mais pessoas tenham acesso à universidade, e, de maneira muito especial, aquelas pessoas que têm menos condições para poder pagar, bancar o ensino superior.
O Sr. Deputado Afrânio Boppré - V.Exa. nos concede um aparte?
O SR. DEPUTADO PEDRO BALDISSERA - Pois não!
O Sr. Deputado Afrânio Boppré - Nobre Deputado, inicialmente, em nome da Bancada do PT e na condição de Líder, quero lhe dar as boas-vindas a este Plenário.
Tendo em vista essa disposição de V.Exa. em continuar a caminhada da transformação, todo o simbolismo da Igreja Católica Progressista, das CEBs - Comunidades Eclesiais de Base -; o trabalho que V.Exa. vem conduzindo na região Oeste; a experiência administrativa muito bem sucedida, já que por duas ocasiões foi eleito Prefeito, com 60% dos votos, do Município de Guaraciaba; essa disposição transformadora, essa vocação de luta em favor dos excluídos da sociedade capitalista e injusta que vivemos, quero dizer que tenho absoluta certeza de que a Assembléia Legislativa só tem a ganhar com a sua participação, com a sua presença neste Plenário.
Na condição de Líder da Bancada do PT, desejo cumprimentá-lo e desejar as boas-vindas. E quero lamentar, inclusive, que hoje ocorreram aqui manifestações, no meu modo de entender no mínimo equivocadas, por parte do Deputado que lhe antecedeu na tribuna.
Não temos aqui a procuração para defender a Senadora Ideli Salvatti, mas queremos dizer que não é possível fazermos aqui no Plenário discurso político com suposições, colocando no condicional "se", ou seja, sugerindo a hipótese de que se vier acontecer tal coisa, é estelionato eleitoral.
E dizemos isso até porque o Governo anterior, que prometeu o Besc público, encaminhou aquela instituição para a federalização, que anunciamos aqui que era o primeiro passo da privatização. E graças ao resultado eleitoral das urnas, temos aqui Deputado que vem para a tribuna não para afirmar que o Besc foi privatizado, mas para dizer "se", porque se dependesse da vontade política do Governador Esperidião Amin, do projeto neoliberal que estava sendo conduzido, o Besc já estava sendo privatizado, e isso não ocorreu.
O SR. DEPUTADO PEDRO BALDISSERA - Nobre Deputado, agradeço a V.Exa. pelo seu aparte.
Gostaria de dizer que não foi o PT que federalizou o Banco. Temos que afirmar e dizer isso com a cara limpa, transparente. E se alguém tiver dúvida, tem que fazer as suas reclamações, as suas reivindicações e bater pesado. Mas não foi o Partido dos Trabalhadores que federalizou o Banco do Estado de Santa Catarina!
Muito obrigado!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)
Gostaria de dizer a V.Exas. que nasci numa das pequenas cidades deste nosso querido Estado de Santa Catarina, Caxambu do Sul, na época Distrito de Chapecó.
Em 1975, ingressei na vida seminarística na Congregação dos Padres Salvatorianos, sendo que em 1985 fui ordenado Sarcedote pelas mãos do nosso então querido Bispo Dom José Gomes, recentemente falecido, mas que tem marcado a história não só do povo de Santa catarina, mas dos diferentes Estados do nosso País e até mesmo de outros países, principalmente dos países latino-americanos, pela sua atuação, pela sua dedicação e pelo seu compromisso libertador e transformador das realidades pecaminosas existentes na sociedade da qual fazemos parte.
Ordenado Sacerdote em 1985, em seguida fui designado a trabalhar no Vale do Rio do Peixe, mais propriamente em Videira, como Reitor do Seminário, incumbido da formação dos seminaristas, por dois anos, assumindo as Paróquias de Tangará e de Videira, completando, dessa forma, o roteiro no Vale do Rio do Peixe no exercício do meu Ministério, enquanto Padre.
Em 1993, assumi o desafio de voltar para a terra de onde saí e onde meus pais ainda residem, e fui designado pelo então Bispo a atuar na Paróquia de Guaraciaba, no Extremo do Oeste do nosso Estado.
Em 1996, respondendo às interpelações da sociedade local, do PT e de lideranças, assumi o desafio de ser candidato a Prefeito daquela cidade, quando então fui eleito, em 1996, e reeleito, no ano de 2000.
Em 2002, novamente devido às interpelações não só locais, mas também regionais, assumi o desafio também de concorrer a uma das vagas da Assembléia Legislativa, e aqui estou.
Estamos trazendo junto conosco, com o nosso mandato, algumas interpelações fortes, marcantes da nossa região Oeste de Santa Catarina. São muitas, mas algumas poderiam ser traduzidas a todos nós que aqui estamos, porque é lá que nessas últimas décadas, que nestes pequenos e médios Municípios da região Oeste, do Estremo Oeste deste nosso querido Estado, enfrenta-se um acentuado processo de empobrecimento econômico e de esvaziamento da população, que busca centros maiores para poder buscar a sua sobrevida ou talvez, quem sabe, uma qualidade de vida melhor.
Um dos desafios que carrego junto, e que é fruto do debate e da reflexão com as diferentes lideranças, organizações e movimentos da região, é o de trabalhar para que haja de fato um desenvolvimento econômico regional sustentável. E é esse debate que quero provocar durante estes quatro anos de mandato que tenho pela frente. E, de maneira muito especial, quero realçar fortemente o trabalho na própria agricultura, porque os Municípios dessa região são essencialmente agrícolas e vivem e sobrevivem da agricultura familiar.
Além disso, temos ainda um outro grande desafio que se torna extremamente importante, que é com relação ao estudo superior, ao estudo de terceiro grau gratuito e de qualidade, fazendo com que de fato haja a descentralização do ensino público para aquela região.
Dizia-me um pequeno jovem da cidade de Tangará, em época de campanha eleitoral: "Padre, fiquei sabendo que você vai ser candidato, que vai disputar a uma das vagas da Assembléia Legislativa. Eu gostaria que você, no Parlamento, lutasse para que a universidade pública, gratuita, regular e de qualidade pudesse vir mais para perto de nós".
É nesse aspecto, Deputado Afrânio Boppré, que coloco o meu mandato à disposição: para contribuir para que de fato mais pessoas tenham acesso à universidade, e, de maneira muito especial, aquelas pessoas que têm menos condições para poder pagar, bancar o ensino superior.
O Sr. Deputado Afrânio Boppré - V.Exa. nos concede um aparte?
O SR. DEPUTADO PEDRO BALDISSERA - Pois não!
O Sr. Deputado Afrânio Boppré - Nobre Deputado, inicialmente, em nome da Bancada do PT e na condição de Líder, quero lhe dar as boas-vindas a este Plenário.
Tendo em vista essa disposição de V.Exa. em continuar a caminhada da transformação, todo o simbolismo da Igreja Católica Progressista, das CEBs - Comunidades Eclesiais de Base -; o trabalho que V.Exa. vem conduzindo na região Oeste; a experiência administrativa muito bem sucedida, já que por duas ocasiões foi eleito Prefeito, com 60% dos votos, do Município de Guaraciaba; essa disposição transformadora, essa vocação de luta em favor dos excluídos da sociedade capitalista e injusta que vivemos, quero dizer que tenho absoluta certeza de que a Assembléia Legislativa só tem a ganhar com a sua participação, com a sua presença neste Plenário.
Na condição de Líder da Bancada do PT, desejo cumprimentá-lo e desejar as boas-vindas. E quero lamentar, inclusive, que hoje ocorreram aqui manifestações, no meu modo de entender no mínimo equivocadas, por parte do Deputado que lhe antecedeu na tribuna.
Não temos aqui a procuração para defender a Senadora Ideli Salvatti, mas queremos dizer que não é possível fazermos aqui no Plenário discurso político com suposições, colocando no condicional "se", ou seja, sugerindo a hipótese de que se vier acontecer tal coisa, é estelionato eleitoral.
E dizemos isso até porque o Governo anterior, que prometeu o Besc público, encaminhou aquela instituição para a federalização, que anunciamos aqui que era o primeiro passo da privatização. E graças ao resultado eleitoral das urnas, temos aqui Deputado que vem para a tribuna não para afirmar que o Besc foi privatizado, mas para dizer "se", porque se dependesse da vontade política do Governador Esperidião Amin, do projeto neoliberal que estava sendo conduzido, o Besc já estava sendo privatizado, e isso não ocorreu.
O SR. DEPUTADO PEDRO BALDISSERA - Nobre Deputado, agradeço a V.Exa. pelo seu aparte.
Gostaria de dizer que não foi o PT que federalizou o Banco. Temos que afirmar e dizer isso com a cara limpa, transparente. E se alguém tiver dúvida, tem que fazer as suas reclamações, as suas reivindicações e bater pesado. Mas não foi o Partido dos Trabalhadores que federalizou o Banco do Estado de Santa Catarina!
Muito obrigado!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)