Pronunciamento

Padre Pedro Baldissera - 082ª SESSÃO ORDINÁRIA

Em 25/10/2005
O SR. DEPUTADO PEDRO BALDISSERA - Sr. presidente, srs. deputados, sras. deputadas, quero, primeiramente, dizer, com satisfação, que na próxima sexta-feira estaremos visitando dois municípios da região do extremo oeste, mais propriamente dito Cunha Porã, na BR-158, onde faremos, juntamente com o governo federal e com o DNIT, o lançamento dos trabalhos de recuperação daquela importante rodovia que liga o estado do Rio Grande do Sul com o de Santa Catarina. Serão destinados recursos na ordem de R$ 4 milhões, para podermos fazer pelo menos várias melhorais naquele trajeto.
Na parte da tarde iremos mais para a faixa da fronteira, no município de São José do Cedro, onde daremos início, juntamente com o prefeito José Zanchett, do PP, e o deputado Antônio Carlos Vieira, aos trabalhos de recuperação da BR-163, também com recurso na ordem de R$ 4 milhões.
Portanto, são obras fundamentais e necessárias àquela região da faixa de fronteira do extremo oeste do nosso estado, uma região muito rica em suas diferentes alternativas de produção, de geração de renda, de emprego e da economia do estado de Santa Catarina. Então, as duas atividades são importantes para aquela região.
Além disso, queria aproveitar o momento para dizer, sr. presidente, que nós estamos realizando na região do nosso oeste várias atividades ligadas à produção de leite, diga-se de passagem, uma das atividades mais importantes do extremo oeste do estado, que é a pequena agricultura familiar.
Aproveitamos o momento para fazer um debate sobre a Instrução Normativa nº 51, publicada ainda no governo passado, mais propriamente dito no dia 18 de setembro de 2002, e que, queira ou não, preocupa a grande maioria dos pequenos agricultores do estado de Santa Catarina e também de outros estados que vivem da atividade do leite.
Então, tomamos a iniciativa de fazer um debate, uma discussão, em vários municípios, exatamente para compreender o que a instrução normativa estabelece, propõe. Ao mesmo tempo queremos buscar alternativas, saídas, para a agricultura familiar, porque as exigências, tendo em vista a pequena produção, estabelecem receios aos pequenos produtores. E esse receio cria uma certa intranqüilidade com relação à própria atividade. Mas é preciso, é claro, que a agricultura familiar possa não só se adaptar como também buscar instrumentos e alternativas para permanecer na atividade da roça.
Por isso, aproveitamos e chamamos, deputado Paulo Eccel, o dr. Leovegildo Matos, que é da Embrapa de Londrina, o qual está acompanhando esse trabalho e também ajudando os pequenos produtores de leite a entender a importância de produzir leite reduzindo o custo. Entendemos que é importante também a produção do leite de qualidade, mas mais importante ainda é, além de manter a atividade, o retorno que essa atividade dá, que é a dignidade, a qualidade de vida aos nossos pequenos produtores.
Portanto, é um debate muito rico e importantíssimo no momento em que vivemos. E temos que fazer o esforço de nos adaptar à realidade sócioeconômica do nosso país e, ao mesmo tempo, fazer com que a nossa atividade possa ser cada vez mais rentável. Nesse sentido, a produção à base de pasto, além de qualificar, dá mais qualidade à própria produção, fazendo com que a rentabilidade cresça. É mais dinheiro no bolso do produtor, mesmo em épocas de crise como essa que estamos vivendo por causa da redução do preço do leite.
Então, diante de uma grande demanda, de uma grande concorrência, é preciso criatividade para se manter na atividade, economizando, produzindo, mas não só produzindo como também fazendo com que a produção tenha uma rentabilidade melhor. Por isso, os nossos agricultores devem buscar se qualificar constantemente no seu trabalho. É aquilo que, através do meu mandato, estou procurando fazer nos diferentes municípios da região e, de uma maneira muito especial, com os nossos produtores de leite.
Por fim, quero dizer que encaminhei ao governo federal uma moção aprovada por esta Casa, solicitando que seja realizado, até o final do ano que vem, o senso agropecuário, que é feito de dez em dez anos, que tem uma importância estrondosa para a questão, não só para a própria agricultura como também para se fazer uma análise mais clara do nosso solo, da água, do ar. Enfim, um senso exatamente para que se possa ter mais clareza quanto à questão da sustentabilidade do trabalho de todos os cidadãos e cidadãs.
Portanto, sr. presidente, era isso que eu tinha a colocar na tarde de hoje.
Muito obrigado!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)