Pronunciamento

Padre Pedro Baldissera - 076ª SESSÃO ORDINÁRIA

Em 25/09/2007
O SR. DEPUTADO PEDRO BALDISSERA - Sra. presidente, sras. deputadas e srs. deputados, aproveito o momento para trazer presente à nossa Assembléia Legislativa e àqueles que nos acompanham, na tarde de hoje, essa importante mobilização que, sob a coordenação do MST, está sendo realizada em todo nosso país desde o dia de ontem, no sentido de fazer com que a pauta já construída em outros momentos possa tornar-se, para todo o movimento e especialmente para os assentados e acampados, uma grande realidade.
Em nosso estado o movimento está mobilizado neste momento com duas importantes manifestações. Uma, concentrando-se na cidade de Chapecó, reunindo o MST e outros solidários de toda a grande região do extremo oeste, oeste e meio-oeste do estado e Santa Catarina. Outra, centralizada aqui na capital do estado, fazendo a sua agenda política positiva com órgãos federais e ao mesmo tempo com órgãos do estado de Santa Catarina.
Nesse sentido, nós queremos registrar, com muita alegria, que na parte da manhã o Movimento dos Sem-Terra foi recebido por várias secretarias do governo do estado e sob a coordenação do nosso amigo e colega de Parlamento, deputado Antônio Ceron, secretário de Agricultura, juntamente com as secretarias da Saúde, da Educação e com a Epagri, foi realizada uma grande discussão de vários pontos estratégicos e importantes à estruturação do MST do estado de Santa Catarina. Foi um debate profundo, importante, interessante, feito pelo movimento junto com as diferentes secretarias do governo do estado.
Só para registrar, as duas mobilizações organizadas pelo movimento reúnem mais de 700 pessoas no estado de Santa Catarina e eu gostaria de citar, de uma forma muito rápida, alguns pontos da pauta de reivindicação que o movimento vem construindo junto com os órgãos do governo do estado e do governo federal. Entre eles, em nível de governo federal está, é claro, o imediato assentamento das mais de 150 mil famílias em todo o nosso país, sempre orientados à luz do grande e importante princípio de que a terra tem que ser um instrumento que proporciona vida àqueles e àquelas que querem trabalhar. E a distribuição da terra se faz profundamente necessária num país de uma enorme e profunda concentração, porque vivemos num país de sistema capitalista, que exclui e que marginaliza, no qual temos que procurar construir políticas para que haja uma redistribuição da riqueza, para que todos e todas possam viver com dignidade como cidadãos, como seres humanos.
Por isso se faz profundamente necessário e urgente o avanço da reforma agrária em nosso país. Tem-se avançado numa série de pontos e de aspectos, mas temos clareza e conhecimento de que é preciso que se aprofunde a reforma agrária e que se avance cada vez mais. Sabemos que a grande e importante revolução que podemos fazer na sociedade parte necessariamente de uma redistribuição, de uma desconcentração da riqueza, riqueza esta que hoje, infelizmente, está nas mãos de pouca gente! É preciso mudar essa lógica, é preciso fazer uma mudança.
Além disso, claro, entre tantos pontos vem a questão da renegociação das dívidas dos assentamentos, conforme a proposta já apresentada pelo movimento. É preciso devolver-lhes condições, possibilidades de avançar, para poder permanecer na atividade da roça e ao mesmo tempo gerar riqueza e qualidade de vida para o homem e para a mulher que está trabalhando no campo.
Quanto à criação de crédito especial da reforma agrária para as famílias assentadas, é preciso que se tenha uma política diferenciada aos nossos assentados. Portanto, créditos especiais para que possam continuar na sua atividade.
Além disso, nós temos, com relação ao governo do estado de Santa Catarina, que aumentar ainda mais a questão da assistência técnica dentro dos nossos assentamentos. E esta parceria é possível, é viável, com pouco investimento, já que se tem a Epagri que tem todo um conjunto de forças, de quadros qualificados, preparados, para atender esta demanda.
Já se tem uma parceria, mas aumentar ainda mais a questão do calcário é importante. Nós temos várias áreas recentemente assentadas, onde é preciso fazer a correção do solo, da terra, para poder produzir. E nesse sentido é necessário construir essa política, para dar condições melhores, mais dignas aos nossos assentados para poderem produzir.
Então, nesse sentido, fizemos as colocações, na tarde de hoje, dessa grande luta e mobilização do Movimento dos Sem-Terra.
Muito obrigado!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)