Pronunciamento

Padre Pedro Baldissera - 077ª SESSÃO ORDINÁRIA

Em 26/09/2007
O SR. DEPUTADO PEDRO BALDISSERA - Sra. presidente, deputada Ana Paula Lima, e srs. deputados, trago novamente à tribuna, na tarde de hoje, aquilo que tem sido motivo de mobilização nos últimos dois dias em todo território nacional, que foi do Movimento dos Sem Terra, que, de uma forma ou de outra, continuou com o seu trabalho de mobilização e de reivindicações de políticas voltadas para a atividade dos assentamentos em todo o nosso país.
Nesse sentido é que a jornada de lutas tem como objetivo, como pano de fundo, o avanço na política da desconcentração da terra ou, ao mesmo tempo também, na perspectiva de se construir uma política voltada na função social da terra, o avanço na reforma agrária.
São, hoje, basicamente, em todo o país, em torno de 150 mil famílias que lutam, através da sua organização, o MST, pelo assentamento dessas famílias nas diferentes regiões do nosso país.
Diga-se de passagem, a política econômica presente, atuante, no nosso país que corta do orçamento recursos previstos para o implemento, a concretização, o avanço da reforma agrária é que coloca obstáculos para que realmente se chegue a avançar no processo dos nossos assentamentos e no processo da reforma agrária.
Fazendo uma reflexão sobre essa mesma política, percebe-se que este governo de coalizão é que impõe obstáculos para que se possa avançar nessa e em muitas outras políticas em nível nacional.
Esse agrupamento político-partidário impõe obstáculos no avanço e na concretização da reforma agrária.
Os interesses daqueles que compõem o governo são outros, e por isso questiono. E precisamos avançar. Temos a clareza de que essa política econômica construída nesses últimos anos, ao invés de permitir o avanço, agrava ainda mais a transformação desse contexto e dessa realidade. Ela favorece definitivamente o agronegócio e a concentração de renda, de riqueza, nas mãos daqueles que sempre a tiveram, e não permite que se possa avançar na distribuição da terra.
Por isso que o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra, neste país, continua a sua luta, a sua mobilização, e continua fazendo frente para que de fato a terra possa ocupar sua função social.
Durante esta semana houve várias mobilizações de trabalhadores sem terra em todo o país, no sentido de avançar na pauta de reivindicações construída no próprio movimento. E no dia de ontem tive a oportunidade de, aqui da tribuna, pontuar algumas dessas reivindicações.
Gostaria de falar também sobre os pedágios no estado de Santa Catarina. A nossa bancada tirou uma definição dos seis deputados estaduais, com muita clareza e nitidez de todo esse processo. Isso porque historicamente o Partido dos Trabalhadores em Santa Catarina e as suas bancadas que neste Parlamento passaram sempre tiveram uma postura contrária à privatização das rodovias, sejam elas federais ou estaduais, não importa. Essa tem sido a nossa posição. Mesmo contrariando a postura deste governo de coalizão, que tem inúmeros outros interesses em jogo, a nossa postura será a mesma, clara: contrária à privatização das rodovias federais e de qualquer iniciativa que venha a privatizar qualquer rodovia estadual no estado de Santa Catarina.
Foi assim também com muita clareza no que diz respeito ao Banco do Estado de Santa Catarina. E não fomos nós que colocamos o Banco no caminho e no processo da privatização. Foram esses governos que até hoje aí estão que encaminharam esse processo. Nós sempre defendemos o banco público, em defesa e a serviço do povo do estado de Santa Catarina. Esta é a nossa posição!
Muito obrigado, sra. presidente!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)