Pronunciamento
Nilson Gonçalves - 082ª SESSÃO ORDINÁRIA
Em 23/10/2008
O SR. DEPUTADO NILSON GONÇALVES - Sr. presidente e srs. deputados, eu poderia utilizar esta tribuna neste momento até com outros propósitos, porque o deputado que me antecedeu, o meu querido amigo Pedro Uczai, desbancou, desceu o porrete, como diz o ditado, no nosso PSDB.
Quero apenas fazer uma pequena correção ao deputado Pedro Uczai: de tudo aquilo que v.exa. falou eu só não concordei talvez com a sua última ou penúltima colocação de que o governo de Fernando Henrique Cardoso desmoronou este país, nos últimos oito anos. Aí eu acho que há muito exagero, até porque o seu governo trabalhou, e muito, para deixar esta casa chamada Brasil em ordem e entregou ao PT o país mais ou menos dentro dos trilhos, que com muito juízo e responsabilidade tocou esse trem que já estava organizado.
Fora isso, fora as outras críticas, prefiro ir ao assunto que me traz nesta tribuna, sr. presidente, que é a crise econômica, crise essa que se abateu no mundo, e nós, seres humanos comuns, ainda não sentimos exatamente na carne o que está acontecendo no mundo.
Como cidadão comum, e eu me coloco como tal, estou assistindo pela televisão esse festival de bolsa de valores que eu não entendo exatamente nada, e 95% dos brasileiros também não entende, ou seja, que a bolsa subiu, que a bolsa desceu, que a Nasdaq anunciou não sei mais o que e o povo, em geral, fica vendo essas colocações e pensando no que eles querem dizer com isso. Mas essa crise ainda não começou a pegar no bolso do cidadão e a hora que pegar é que nós vamos efetivamente saber o resultado dessa quebradeira toda que vai pelo mundo via bolsa de valores.
O mundo globalizado virou um grande cassino chamado bolsa de valores. Se o jogo está dando certo, se estão ganhando, todo mundo fica sorridente. Mas se der uma zebra e alguém começa a perder e se o jogador mais importante chamado Estados Unidos começa a perder os outros se assustam e também já param de jogar, começa a dar problema, corre todo mundo do cassino e nós, que estamos fora do cassino aqui olhando, daqui a pouco vamos começar a sentir o drama, porque os jogadores não vão mais jogar dinheiro no mercado, e nós temos que comprar a nossa comida, fazendo uma pequena análise bem simplista sobre o problema. Na verdade estamos vivendo uma coisa muito parecida, o mundo é um grande cassino em que nós somos os espectadores desses grandes jogadores do dia-a-dia.
Nós estamos começando a sentir o drama aqui em Santa Catarina. O deputado Silvio Dreveck já deve estar sentindo - ele que é do planalto norte - esta crise, porque os altos investimentos que estavam previstos pela Sadia, pela Perdigão já foram deixados de lado, já ficaram para uma próxima oportunidade, por conta do sobressalto dessa economia. E este processo está descendo, já desceu para Joinville, para a nossa região. Estou lendo aqui no jornal de hoje que até a "Tupy dará férias coletivas para os funcionários no final do ano. 'Serão de duas a três semanas', antecipa Tarquínio. A empresa que exporta 55% da produção e tem carteira de clientes diversificada. A preocupação maior, no momento, é com o mercado externo. 'Não dá pra dizer como serão os próximos meses. Há incertezas em relação ao câmbio, aos preços das matérias-primas, por exemplo. O orçamento para 2009 ainda não está fechado.'"[sic]
Então começa, a partir de agora, a refletir mais diretamente sobre a população, porque até então era só dentro do grande cassino, até agora eram só os jogadores, mas começa agora a refletir na população. Já existem outras grandes indústrias no país que deverão dar férias coletivas, como é o caso da GM e outras empresas que deverão dar férias coletivas aos empregados.
O dólar, que há um mês estava a 1,60, hoje está a 2,50. Vejam bem o baque que devem estar levando os exportadores, as pessoas que trabalham com o comércio exterior.
Então, é preocupante o momento, em que pese o nosso presidente sempre dizer que este espirro não vai nos atingir. E claro que o presidente Lula como eu e tantas pessoas fala porque é orientado pelo conjunto, pelos seus ministros da área. E os ministros agora devem já ter falado no ouvido dele: "olha, não fala mais assim, é melhor falar agora que o negócio não está assim tão leve como nós pensávamos." Aliás, todos pensavam que essa era uma crise que iria durar uma semana, dez dias no máximo, e as coisas iriam se organizar. Todos imaginavam isso, mas o que se está vendo são bilhões e bilhões de dólares, de euros, até trilhões jogados no mercado financeiro que desaparecem pelo ralo como por encanto, e continua o grande cassino assustado; continuam os grandes jogadores com medo de aplicar no grande cassino. E a crise cada vez se alastra mais.
Quero apenas mudar um pouco o tema da minha conversa, faltam dois minutos, para falar sobre campanha política. Estamos tendo o segundo turno em vários estados, em várias cidades do país, mas há uma cidade que o segundo turno é diferente de todas. Agora, nesse segundo turno, praticamente em todas as cidades onde haverá votação os ataques pessoais, a bronca, a baixaria tem falado mais alto.
Aqui em Florianópolis é de ficar arrepiado! Até dias atrás apenas um atacava, agora os dois estão-se atacando, está saindo lasca de osso. Se assistirmos à televisão, aqui em Florianópolis, as inserções que têm, e também o horário político, sai até lasca de osso, de tanta pancada, de tanta baixaria que estamos vendo.
E não é diferente em outros lugares do país, como São Paulo. Agora no Rio de Janeiro é literalmente diferente, lá os temas principais são: a legalização da prostituição - todas as prostitutas terão carteira assinada, se o Gabeira ganhar; a descriminalização da maconha - vai poder comprar na esquina, não terá problema; também poderá ser feito o aborto. É uma discussão totalmente diferente, é exótica.
Infelizmente não poderei continuar essa minha reflexão, pois terminou o horário, mas numa próxima oportunidade eu falo, sr. presidente.
Muito obrigado!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)
Quero apenas fazer uma pequena correção ao deputado Pedro Uczai: de tudo aquilo que v.exa. falou eu só não concordei talvez com a sua última ou penúltima colocação de que o governo de Fernando Henrique Cardoso desmoronou este país, nos últimos oito anos. Aí eu acho que há muito exagero, até porque o seu governo trabalhou, e muito, para deixar esta casa chamada Brasil em ordem e entregou ao PT o país mais ou menos dentro dos trilhos, que com muito juízo e responsabilidade tocou esse trem que já estava organizado.
Fora isso, fora as outras críticas, prefiro ir ao assunto que me traz nesta tribuna, sr. presidente, que é a crise econômica, crise essa que se abateu no mundo, e nós, seres humanos comuns, ainda não sentimos exatamente na carne o que está acontecendo no mundo.
Como cidadão comum, e eu me coloco como tal, estou assistindo pela televisão esse festival de bolsa de valores que eu não entendo exatamente nada, e 95% dos brasileiros também não entende, ou seja, que a bolsa subiu, que a bolsa desceu, que a Nasdaq anunciou não sei mais o que e o povo, em geral, fica vendo essas colocações e pensando no que eles querem dizer com isso. Mas essa crise ainda não começou a pegar no bolso do cidadão e a hora que pegar é que nós vamos efetivamente saber o resultado dessa quebradeira toda que vai pelo mundo via bolsa de valores.
O mundo globalizado virou um grande cassino chamado bolsa de valores. Se o jogo está dando certo, se estão ganhando, todo mundo fica sorridente. Mas se der uma zebra e alguém começa a perder e se o jogador mais importante chamado Estados Unidos começa a perder os outros se assustam e também já param de jogar, começa a dar problema, corre todo mundo do cassino e nós, que estamos fora do cassino aqui olhando, daqui a pouco vamos começar a sentir o drama, porque os jogadores não vão mais jogar dinheiro no mercado, e nós temos que comprar a nossa comida, fazendo uma pequena análise bem simplista sobre o problema. Na verdade estamos vivendo uma coisa muito parecida, o mundo é um grande cassino em que nós somos os espectadores desses grandes jogadores do dia-a-dia.
Nós estamos começando a sentir o drama aqui em Santa Catarina. O deputado Silvio Dreveck já deve estar sentindo - ele que é do planalto norte - esta crise, porque os altos investimentos que estavam previstos pela Sadia, pela Perdigão já foram deixados de lado, já ficaram para uma próxima oportunidade, por conta do sobressalto dessa economia. E este processo está descendo, já desceu para Joinville, para a nossa região. Estou lendo aqui no jornal de hoje que até a "Tupy dará férias coletivas para os funcionários no final do ano. 'Serão de duas a três semanas', antecipa Tarquínio. A empresa que exporta 55% da produção e tem carteira de clientes diversificada. A preocupação maior, no momento, é com o mercado externo. 'Não dá pra dizer como serão os próximos meses. Há incertezas em relação ao câmbio, aos preços das matérias-primas, por exemplo. O orçamento para 2009 ainda não está fechado.'"[sic]
Então começa, a partir de agora, a refletir mais diretamente sobre a população, porque até então era só dentro do grande cassino, até agora eram só os jogadores, mas começa agora a refletir na população. Já existem outras grandes indústrias no país que deverão dar férias coletivas, como é o caso da GM e outras empresas que deverão dar férias coletivas aos empregados.
O dólar, que há um mês estava a 1,60, hoje está a 2,50. Vejam bem o baque que devem estar levando os exportadores, as pessoas que trabalham com o comércio exterior.
Então, é preocupante o momento, em que pese o nosso presidente sempre dizer que este espirro não vai nos atingir. E claro que o presidente Lula como eu e tantas pessoas fala porque é orientado pelo conjunto, pelos seus ministros da área. E os ministros agora devem já ter falado no ouvido dele: "olha, não fala mais assim, é melhor falar agora que o negócio não está assim tão leve como nós pensávamos." Aliás, todos pensavam que essa era uma crise que iria durar uma semana, dez dias no máximo, e as coisas iriam se organizar. Todos imaginavam isso, mas o que se está vendo são bilhões e bilhões de dólares, de euros, até trilhões jogados no mercado financeiro que desaparecem pelo ralo como por encanto, e continua o grande cassino assustado; continuam os grandes jogadores com medo de aplicar no grande cassino. E a crise cada vez se alastra mais.
Quero apenas mudar um pouco o tema da minha conversa, faltam dois minutos, para falar sobre campanha política. Estamos tendo o segundo turno em vários estados, em várias cidades do país, mas há uma cidade que o segundo turno é diferente de todas. Agora, nesse segundo turno, praticamente em todas as cidades onde haverá votação os ataques pessoais, a bronca, a baixaria tem falado mais alto.
Aqui em Florianópolis é de ficar arrepiado! Até dias atrás apenas um atacava, agora os dois estão-se atacando, está saindo lasca de osso. Se assistirmos à televisão, aqui em Florianópolis, as inserções que têm, e também o horário político, sai até lasca de osso, de tanta pancada, de tanta baixaria que estamos vendo.
E não é diferente em outros lugares do país, como São Paulo. Agora no Rio de Janeiro é literalmente diferente, lá os temas principais são: a legalização da prostituição - todas as prostitutas terão carteira assinada, se o Gabeira ganhar; a descriminalização da maconha - vai poder comprar na esquina, não terá problema; também poderá ser feito o aborto. É uma discussão totalmente diferente, é exótica.
Infelizmente não poderei continuar essa minha reflexão, pois terminou o horário, mas numa próxima oportunidade eu falo, sr. presidente.
Muito obrigado!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)