Pronunciamento
Nilson Gonçalves - 060ª SESSÃO ORDINÁRIA
Em 05/07/2011
O SR. DEPUTADO NILSON GONÇALVES - Sr. presidente, o deputado Joares Ponticelli não se encontra mais no plenário, certamente está acompanhando os seus pais, os quais não vejo mais aqui também, pois certamente estão fazendo uma visita à Presidência da Casa. Mas gostaria que ficasse registrado o meu respeito e admiração ao referido deputado, meu grande amigo, que veio para esta Casa na mesma ocasião que eu.
Começamos o nosso mandato eletivo no mesmo ano e já estamos no quarto mandato juntos. Acabamos fazendo uma amizade muito sólida nesses anos todos e aprendi a respeitá-lo e admirá-lo pela sua maneira de se conduzir nesta Casa. E hoje, para orgulho de todos nós, s.exa. é um dos melhores representantes da Assembleia Legislativa de Santa Catarina, e acredito muito que será o próximo presidente da Unale, União Nacional dos Legislativos Estaduais.
Então, quero deixar registrado o meu respeito ao deputado Joares Ponticelli, pois fiquei muito emocionado quando ele falou aqui o nome dos seus pais que vieram do interior para acompanhá-lo no plenário. Senti, na forma como ele se expressava, muita emoção. E certamente também ficaria muito emocionado se visse meus pais. Infelizmente, minha mãe já não está mais aqui e meu pai mora muito longe. Até gostaria que ficasse registrada uma frase bíblica que me marcou a vida inteira, desde criança: "Honra teu pai e tua mãe para que se prolonguem os dias na terra que o senhor teu Deus te dará".
Certamente o deputado Joares Ponticelli terá os seus dias prolongados nesta terra pela maneira como honra os seus pais. Deu para vislumbrar isso perfeitamente aqui, no dia de hoje.
Dito isso, sr. presidente, quero informar a v.exas. que ontem recebemos a visita do parceiro, companheiro, amigo, irmão, deputado Jorginho Mello, em Joinville, que hoje é deputado federal e que nos está representando muito bem em Brasília. Ele estava fazendo uma visita à região, e eu cedi a minha sala para que ele pudesse despachar. A sua agenda acabou ficando praticamente cheia por minha culpa, diga-se de passagem. Ele pensou que somente iria almoçar na casa amarela, mas quando chegou deu de cara com uma pauta de trabalho para a tarde toda.
Entre o pessoal representante do CDL de Joinville e outros representantes dos segmentos organizados de nossa cidade... Também promovemos o encontro do deputado Jorginho Mello com a Associação dos Proprietários de Terras, que lutam, e uma luta bastante inglória, diga-se de passagem, com a questão da demarcação de terras na região de Joinville, Araquari e Barra do Sul. E digo inglória porque em muitas ocasiões essa associação, esses pequenos proprietários de terras, alguns grandes, têm lutado de maneira quase solitária para ver resgatados ou preservados os seus direitos na região.
O deputado Reno Caramori conhece muito bem o problema, como muitos dos srs. deputados que aqui estão, e certamente já ouviram alguém falar mais perto do ouvido: "Deixa isso prá lá, isso é um pepino que não tem tamanho, você vai se meter numa fria". E o que devemos fazer? Afastar-nos ou nos solidarizarmos com as pessoas que têm propriedades que eram de ancestrais? Não é uma coisa comprada agora, é centenária; existem propriedades que vieram do avô, passaram para o filho, para o neto, que está aí lutando para preservar os seus direitos. São propriedades registradas, legais, e os proprietários estão-se vendo na iminência de perdê-las para a Funai. Não são para os índios, são para a Funai.
Digo isso porque na minha região o padre Fachini - um grande amigo nosso, ligado intrinsecamente ao PT e muito fortemente aos índios da nossa região, inclusive ele é que praticamente mantém esses índios, corre atrás para a subvenção deles, organiza aquela gente - é contra a forma como estão querendo fazer essa demarcação de terras. Tenho em mãos parte de uma declaração dele que diz: "Como dizia o cacique da aldeia urubuguara, os antropólogos e a Funai não entendem nada de nossas necessidades e de nossa cultura. Por isso estão cometendo essa loucura." Eles mesmos estão falando isso. O padre Fachini também não quer essa loucura que estão querendo cometer na nossa região e em outras do nosso estado.
Aliás, existe a região, e o deputado Jorginho Mello citava ontem, de Cunha Porã, aonde os agricultores chegaram ao cúmulo de ir ao Paraguai comprar armamento para encarar os elementos que iriam demarcar as suas terras. A coisa estava quase beirando a uma guerra, mas o bom senso acabou prevalecendo. O que aconteceu? Chamaram os índios, os representantes dos índios e outros, foram ao ministro em Brasília e conseguiram explicar a ele que aquilo acabaria em morte, porque os agricultores não iriam largar as suas terras a bel prazer.
Existem depoimentos de pessoas dessa região chorando desesperadamente porque estavam vendo suas terras perdidas, terras que vieram de seus ancestrais. Então, acabaram demovendo o ministro dessa intenção, e ele mandou a Funai suspender a demarcação para tentar um entendimento.
Diante disso, entendi que nós, no norte, deveremos fazer a mesma coisa. E estamos convidando o padre Luiz Facchini e os representantes dos índios para se reunirem na semana que vem e tentar de outra forma, porque na Justiça a briga está feia. E faremos isso para tentar, quem sabe, num entendimento, resolver essa pendenga.
O Sr. Deputado Mauro de Nadal - V.Exa. me concede um aparte?
O SR. DEPUTADO NILSON GONÇALVES - Pois não!
O Sr. Deputado Mauro de Nadal - Na verdade, vivenciei essa problemática nos municípios de Cunha Porã e Saudades e quero dizer que entendo a angustia de v.exa. quando se refere a essa questão que tem colocado com tanta propriedade, porque, além de tirar o sossego das famílias, também há outro contraponto que não é bem isso que os índios querem. Mas a Funai, através de toda essa equipe de antropólogos que não custa pouco para este país, faz, na verdade, um terrorismo em cima dessas famílias e acaba tirando todo o sossego delas. Na verdade, lá em Cunha Porã não está concluído esse processo. Conseguimos simplesmente suspendê-lo e estamos aguardando agora uma nova audiência com o ministro, ocasião em que vamos discutir com a Funai e com o procurador-geral da União uma solução para que o estado, ou a União, compre outras áreas para a colocação dos índios e assim se restabeleça a paz social.
Obrigado pela oportunidade do aparte!
O SR. DEPUTADO NILSON GONÇALVES - É uma pena que não temos mais tempo para falar sobre isso.
Muito obrigado!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)
Começamos o nosso mandato eletivo no mesmo ano e já estamos no quarto mandato juntos. Acabamos fazendo uma amizade muito sólida nesses anos todos e aprendi a respeitá-lo e admirá-lo pela sua maneira de se conduzir nesta Casa. E hoje, para orgulho de todos nós, s.exa. é um dos melhores representantes da Assembleia Legislativa de Santa Catarina, e acredito muito que será o próximo presidente da Unale, União Nacional dos Legislativos Estaduais.
Então, quero deixar registrado o meu respeito ao deputado Joares Ponticelli, pois fiquei muito emocionado quando ele falou aqui o nome dos seus pais que vieram do interior para acompanhá-lo no plenário. Senti, na forma como ele se expressava, muita emoção. E certamente também ficaria muito emocionado se visse meus pais. Infelizmente, minha mãe já não está mais aqui e meu pai mora muito longe. Até gostaria que ficasse registrada uma frase bíblica que me marcou a vida inteira, desde criança: "Honra teu pai e tua mãe para que se prolonguem os dias na terra que o senhor teu Deus te dará".
Certamente o deputado Joares Ponticelli terá os seus dias prolongados nesta terra pela maneira como honra os seus pais. Deu para vislumbrar isso perfeitamente aqui, no dia de hoje.
Dito isso, sr. presidente, quero informar a v.exas. que ontem recebemos a visita do parceiro, companheiro, amigo, irmão, deputado Jorginho Mello, em Joinville, que hoje é deputado federal e que nos está representando muito bem em Brasília. Ele estava fazendo uma visita à região, e eu cedi a minha sala para que ele pudesse despachar. A sua agenda acabou ficando praticamente cheia por minha culpa, diga-se de passagem. Ele pensou que somente iria almoçar na casa amarela, mas quando chegou deu de cara com uma pauta de trabalho para a tarde toda.
Entre o pessoal representante do CDL de Joinville e outros representantes dos segmentos organizados de nossa cidade... Também promovemos o encontro do deputado Jorginho Mello com a Associação dos Proprietários de Terras, que lutam, e uma luta bastante inglória, diga-se de passagem, com a questão da demarcação de terras na região de Joinville, Araquari e Barra do Sul. E digo inglória porque em muitas ocasiões essa associação, esses pequenos proprietários de terras, alguns grandes, têm lutado de maneira quase solitária para ver resgatados ou preservados os seus direitos na região.
O deputado Reno Caramori conhece muito bem o problema, como muitos dos srs. deputados que aqui estão, e certamente já ouviram alguém falar mais perto do ouvido: "Deixa isso prá lá, isso é um pepino que não tem tamanho, você vai se meter numa fria". E o que devemos fazer? Afastar-nos ou nos solidarizarmos com as pessoas que têm propriedades que eram de ancestrais? Não é uma coisa comprada agora, é centenária; existem propriedades que vieram do avô, passaram para o filho, para o neto, que está aí lutando para preservar os seus direitos. São propriedades registradas, legais, e os proprietários estão-se vendo na iminência de perdê-las para a Funai. Não são para os índios, são para a Funai.
Digo isso porque na minha região o padre Fachini - um grande amigo nosso, ligado intrinsecamente ao PT e muito fortemente aos índios da nossa região, inclusive ele é que praticamente mantém esses índios, corre atrás para a subvenção deles, organiza aquela gente - é contra a forma como estão querendo fazer essa demarcação de terras. Tenho em mãos parte de uma declaração dele que diz: "Como dizia o cacique da aldeia urubuguara, os antropólogos e a Funai não entendem nada de nossas necessidades e de nossa cultura. Por isso estão cometendo essa loucura." Eles mesmos estão falando isso. O padre Fachini também não quer essa loucura que estão querendo cometer na nossa região e em outras do nosso estado.
Aliás, existe a região, e o deputado Jorginho Mello citava ontem, de Cunha Porã, aonde os agricultores chegaram ao cúmulo de ir ao Paraguai comprar armamento para encarar os elementos que iriam demarcar as suas terras. A coisa estava quase beirando a uma guerra, mas o bom senso acabou prevalecendo. O que aconteceu? Chamaram os índios, os representantes dos índios e outros, foram ao ministro em Brasília e conseguiram explicar a ele que aquilo acabaria em morte, porque os agricultores não iriam largar as suas terras a bel prazer.
Existem depoimentos de pessoas dessa região chorando desesperadamente porque estavam vendo suas terras perdidas, terras que vieram de seus ancestrais. Então, acabaram demovendo o ministro dessa intenção, e ele mandou a Funai suspender a demarcação para tentar um entendimento.
Diante disso, entendi que nós, no norte, deveremos fazer a mesma coisa. E estamos convidando o padre Luiz Facchini e os representantes dos índios para se reunirem na semana que vem e tentar de outra forma, porque na Justiça a briga está feia. E faremos isso para tentar, quem sabe, num entendimento, resolver essa pendenga.
O Sr. Deputado Mauro de Nadal - V.Exa. me concede um aparte?
O SR. DEPUTADO NILSON GONÇALVES - Pois não!
O Sr. Deputado Mauro de Nadal - Na verdade, vivenciei essa problemática nos municípios de Cunha Porã e Saudades e quero dizer que entendo a angustia de v.exa. quando se refere a essa questão que tem colocado com tanta propriedade, porque, além de tirar o sossego das famílias, também há outro contraponto que não é bem isso que os índios querem. Mas a Funai, através de toda essa equipe de antropólogos que não custa pouco para este país, faz, na verdade, um terrorismo em cima dessas famílias e acaba tirando todo o sossego delas. Na verdade, lá em Cunha Porã não está concluído esse processo. Conseguimos simplesmente suspendê-lo e estamos aguardando agora uma nova audiência com o ministro, ocasião em que vamos discutir com a Funai e com o procurador-geral da União uma solução para que o estado, ou a União, compre outras áreas para a colocação dos índios e assim se restabeleça a paz social.
Obrigado pela oportunidade do aparte!
O SR. DEPUTADO NILSON GONÇALVES - É uma pena que não temos mais tempo para falar sobre isso.
Muito obrigado!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)