Pronunciamento

Neodi Saretta - 047ª SESSÃO ORDINÁRIA

Em 10/05/2012
O SR. DEPUTADO NEODI SARETTA - Sr. presidente, srs. deputados e sras. deputadas, assomei à tribuna no horário do meu partido dias atrás para falar sobre questões de conjuntura nacional, inclusive sobre a luta para baixar os juros no Brasil e da importância dessa luta.
Pois bem, muitos fatos ocorreram, inclusive uma suposta reação da Febrabam contestando a eficácia da queda dos juros, mas essa reação foi prontamente desmentida, especialmente ontem e anteontem, pela direção da entidade e dos bancos, que estão anunciando agora que vão baixar os juros, indicando apoio à presidenta Dilma Rousseff.
Eu me refiro a isso porque a presidenta entrou em campo de forma efetiva nessa luta para a queda dos juros. Não querendo plagiar o ex-presidente Lula usando a sua frase, "nunca antes neste país", mas o fato é que talvez nunca antes um presidente se empenhou tanto para a queda dos juros bancários.
E a prova que de fato essas medidas têm dado resultado é que dois dos maiores bancos privados do país, o Itaú e o Bradesco, anunciaram que preparam reduções de juros cobrados de empresas e pessoas físicas.
Evidentemente que essa cruzada iniciou com o Banco do Brasil e a Caixa Econômica, que já fizeram três reduções de juros; os bancos privados fizeram uma redução, mas estão anunciando agora novas reduções. Entendemos que a queda dos juros é importante para o aquecimento da economia, para efetivamente podermos melhorar a situação do Brasil, uma situação que já dá inúmeros sinais positivos nos últimos anos.
Recentemente, foi divulgada uma matéria fazendo o comparativo da massa salarial do primeiro trimestre de 2012 com o primeiro trimestre do ano passado, constatando que houve um crescimento de 6,2%.
(Passa a ler.)
"No primeiro trimestre deste ano, a massa salarial, nas seis principais regiões metropolitanas, cresceu 6,2% acima da inflação em relação ao mesmo período de 2011, impulsionada pela alta de 18,8% na construção civil, de 7,9% nos chamados outros serviços (alojamento, transportes, limpeza urbana e serviços pessoais) e de 7,2% no segmento que engloba a administração pública até educação, saúde e serviços sociais."
Ou seja, o crescimento da massa salarial é importante e veio também, no caso da construção civil, através do reajuste de 14,1% do salário mínimo, que ajudou a impulsionar o rendimento real, que atingiu 12,2% no primeiro semestre, tendo sido influenciado também pela escassez de mão-de-obra, segundo o economista Rafael Bacciotti.
Falamos em escassez de mão-de-obra porque nossa economia está aquecida e temos uma taxa de desemprego das menores que este país já teve, ao contrário das taxas europeias, onde a crise está muito grande, levando, inclusive, à mudança de governo na França nas últimas eleições, com a derrota do presidente Nicolas Sarkozy, que se deu exatamente por ter sido uma eleição plebiscitária em relação à política econômica, cujo fracasso vem acompanhado do fracasso de outros países, como a Grécia e a Espanha.
Então, temos uma Europa em crise, com taxas de desemprego crescente, e o Brasil com taxas crescentes de emprego, com o crescimento da massa salarial, com a redução da taxa de juros e com o aumento do movimento da construção civil, que é muito importante e decorre também do Minha Casa, Minha Vida, que dá oportunidade de aquisição da casa própria para milhares de pessoas.
Sabemos que temos que avançar muito, que temos muito a melhorar, mas esperamos que essa política conduzida de forma forte e coerente pela equipe do governo da nossa presidenta Dilma Rousseff possa continuar, pois o crescimento da economia e da massa salarial, associado à redução de juros trará mais benefícios para a grande maioria da população. Ao contrário do que dizia, em outros anos, o ex-ministro Delfim Neto, não é preciso deixar o bolo crescer para distribuir", demonstrou-se que distribuindo renda o bolo cresce melhor e com mais justiça, porque só há razão para o crescimento se ele for partilhado.
O Sr. Deputado Dieter Janssen - V.Exa. me concede um aparte?
O SR. DEPUTADO NEODI SARETTA - Pois não!
O Sr. Deputado Dieter Janssen - Nobre deputado, quero parabenizá-lo pelo pronunciamento, assim como a presidenta Dilma Rousseff pelas providências tomadas no sentido de baixar as taxas de juros.
Sempre acompanhamos pelos jornais e por toda a mídia as notícias acerca dos lucros dos bancos privados em nosso país. Enquanto v.exa. falava, estava lembrando de uma matéria que li na revista Veja ou Exame, não tenho certeza, mostrando a matemática dos bancos e como justificam esses altíssimos juros, colocando a culpa na inadimplência. Na realidade, o lucro é muito alto e suga o dinheiro do catarinense e do brasileiro, e isso não podemos aceitar.
Com muita coragem, a presidenta Dilma Rousseff mexeu nessa questão, o que propiciará um maior acesso ao crédito, o que, com certeza, fará muita diferença na hora do trabalhador pagar parcelado quando adquirir uma geladeira, um fogão, uma roupa, enfim, qualquer coisa. Inclusive, citei um exemplo de Jaraguá do Sul, com relação ao pagamento da pavimentação asfáltica: ou o cidadão paga à vista ou paga parcelado em um ano e meio, caso em que o valor quase dobra. É impossível trabalhar dessa maneira e com certeza é um dos problemas que está atrapalhando o crescimento do país.
Então, mais uma vez, parabéns a nossa presidenta!
O SR. DEPUTADO NEODI SARETTA - Obrigado, deputado Dieter Janssen. Acho que a sua contribuição é importante e espero que efetivamente essa política nacional possa ser fortalecida cada vez mais.
Antes de encerrar, aproveito o último instante deste horário para fazer um breve comentário sobre um projeto aprovado ontem, referente a um empréstimo que o governo do estado está tomando junto ao BNDES, no valor de R$ 611 milhões, deputado Serafim Venzon.
Esperamos que o governo agilize os trâmites para a efetiva execução das obras planejadas. Mas de tudo aquilo que o governo está planejando fazer com esse recurso, chamam a atenção três áreas fundamentais. A primeira delas é o combate às cheias no vale do Itajaí, que é a região mais atingida. Mas existem outras regiões que também precisam auxílio nesse sentido, inclusive Concórdia, onde há um grande plano de combate a alagamentos, que ainda não recebeu nenhum centavo do governo. Acho que é importante o governo olhar para todos os municípios do estado.
A segunda área importante, deputado Daniel Tozzo, são as estiagens, principalmente no oeste, onde causou sete desastres ambientais graves nos últimos dez anos. Porém, o sul do estado, deputado José Milton Scheffer, também passou por problemas sérios relacionados à estiagem.
Dessa forma, os problemas de estiagens, assim como o de enchentes, não são um "privilégio", entre aspas, do vale do Itajaí, podem ocorrer em qualquer região do estado. É claro que há maior incidência em determinadas regiões e a região mais atingida é a oeste.
A terceira área fundamental é a infraestrutura. É importante que nossas rodovias sejam recuperadas, até porque há rodovias estaduais em péssimo estado de conservação e espero que o governo, com esses recursos, efetivamente promova as melhorias necessárias para todos os catarinenses.
Muito obrigado!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)