Pronunciamento

Neodi Saretta - 009ª SESSÃO ORDINÁRIA

Em 25/02/2015
O SR. DEPUTADO NEODI SARRETTA - Sr. presidente, srs. deputados, estimados catarinenses que acompanham esta sessão, estivemos, nesses dias, como diversos outros deputados destas Casa, acompanhando e buscando, de uma forma ou de outra, alguma tratativa para tentar solucionar esse impasse que estamos vivendo, em função da paralisação dos caminhoneiros não somente em Santa Catarina como em todo o Brasil.
Toda reivindicação que tem fundamento e pontos positivos e justos é claro que é um direito assegurado, e é louvável que se façam as reivindicações que precisam ser feitas.
Por outro lado, também temos a preocupação com a situação dos serviços indispensáveis, como é o caso da saúde. Alguns hospitais, e cito o exemplo do Hospital São Francisco, de Concórdia, anunciaram a paralisação em função do desabastecimento de medicamentos, e a suspensão dos atendimentos eletivos, tais como cirurgias, exames e atendimentos no pronto-socorro.
Também se falou muito aqui, deputado Dalmo Claro, dos produtores de leite, da dificuldade da entrega da produção, da falta de ração, enfim, de um problema seriíssimo que está acarretando e que faz com que mais do que nunca seja preciso que se encontre de fato uma solução o mais breve possível.
É importante, da mesma forma, que o movimento dos caminhoneiros identifique algumas pessoas que possam fazer a interlocução das suas reivindicações, pois quando se faz algum movimento é importante que se possa dialogar com quem tem a responsabilidade para a solução, a fim de que se busque efetivamente uma solução para esse impasse.
Nós sabemos que os preços dos fretes estão defasados. Mas é importante que as empresas que necessitam dos transportadores possam rever suas planilhas. Nós sabemos que há a parte governamental, ou seja, as partes precisam de fato conversar.
Uma das questões colocadas, recentemente, foi a lei dos caminhoneiros, agora alterada. Há uma sinalização de que haverá a sanção desta lei que permite atender uma das questões que estão sendo colocadas, que é a questão da isenção do pedágio para o eixo do caminhão quando ele estiver vazio. É uma questão importante e acho que é uma questão, inclusive, vamos dizer assim, mais fácil de ser encaminhada e solucionada.
Há também a questão dos financiamentos. Houve bons financiamentos para a aquisição de caminhões, mas em vista da diminuição da lucratividade do frete, do aumento dos custos com os fretes e o não reajustamento dessas tabelas de frete por parte dos que contratam, acho importante que haja uma discussão respeito da carência para os financiamentos de caminhões. A questão do parcelamento, dos pagamentos, que é também uma questão que está colocada, é importante.
Acredito que se houver esta disposição das partes nas conversações, poderemos buscar e ajudar no entendimento para que possa amenizar os prejuízos que estão sendo ocasionados neste momento.
Nós temos que olhar, sim, a dificuldade do caminhoneiro, daquele que sofre na estrada transportando e que precisa ter a sua lucratividade, deputado Romildo Titon, mas também olhar aquele que está lá produzindo leite, o agricultor sofrido, calejado que agora não consegue entregar a produção; os hospitais que precisam dos medicamentos para os pacientes.
Portanto, o momento é de busca, de diálogo, de apoio, de força de todas as esferas de governo. Temos conversado, inclusive com alguns prefeitos que no âmbito municipal e que estão conversando também com as lideranças locais.
Os deputados federais também estão empenhados. Nós sabemos que em Brasília está aberto para a conversação, inclusive de uma mesa de negociação, pelo menos estava encaminhada para acontecer agora à tarde.
Aqui nesta Assembleia Legislativa as manifestações dos diversos deputados mostram que há disposição das lideranças políticas das quais nos incluímos para buscar, de uma forma ou de outra, uma solução desse impasse e que possa trazer uma perspectiva de melhoria para transportadores, mas também possa amenizar as graves consequências que estão ocasionando com paralisação de frigoríficos, com suspensão de abate de aves, de suínos, com problemas diversos que estão acontecendo.
Então, a nossa disposição de continuarmos buscando e auxiliando naquilo que for possível nesta intermediação e, principalmente, para quem tem poder de solução possa de uma forma ou de outra buscar conversação, negociação com tranquilidade e com rapidez, sim, com urgência, mas com diálogo para poder achar uma alternativa para este grave momento que estamos vivendo não só em Santa Catarina, mas em diversos estados brasileiros.
Obrigado, sr. presidente!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)